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sexta-feira, 16 de novembro de 2012
LIÇÃO 9-HABACUQUE,A SOBERANIA DIVINA SOBRE AS NAÇÕES.
O AUTOR
As únicas informações confiáveis sobre Habacuque e sua atividade profética estão no próprio livro. Mesmo assim as informações são poucas. Seu nome pode significar “abraço” ou que ele foi “abraçado por Deus”. Alguns o identificam como levita, em virtude de algumas observações musicais feitas ao salmo litúrgico (cap. 3). Entretanto tal raciocínio não se mostra lógico, pois do mesmo modo, Davi escreveu vários salmos litúrgicos e não era levita.
O profeta não faz menção à Assíria, mas fala do poder caldeu, que ia crescendo com uma rapidez espantosa, conclui-se que ele profetizou em Judá durante o reinado de Joaquim, pouco antes da invasão de Nabucodonosor (1.6; 2.3).
O seu uso das tradições culturais e de sabedoria de Israel em suas pregações deu margem a noção duvidosa de que ele tenha sido apenas um profeta ligado ao Templo de Jerusalém. Entretanto, podemos estar certos de encontrar no livro de Habacuque um verdadeiro profeta, com um grande zelo pela causa do Senhor. Sua “sentença” no capítulo 1 é notável por não ser uma palavra dirigida ao povo, mas uma resposta às suas próprias dúvidas e angústias.
DATA
Uma evidência objetiva para datação da atividade profética de Habacuque é encontrada em 1.6. A referência aos babilônios como o novo poder mundial ameaçador indica um período posterior ao colapso do Império Assírio (612-605 a.C.), mas anterior à conquista de Jerusalém pelos exércitos caldeus de Nabucodonosor, e à deportação do jovem rei Joaquim para a Babilônia em 597 a.C. (2Rs 24.8-17). Aparentemente Habacuque ministrou durante o reinado de Jeoaquim (609-598 a.C.) e era um jovem contemporâneo de Jeremias.
CONTEXTO HISTÓRICO
O Império Assírio caíra exatamente como Naum havia profetizado. O Egito e a Babilônia disputavam então a posição de liderança. Na batalha de Carquemis, em 605 a.C., na qual Josias foi morto, os babilônios foram os vencedores, e os grandes reinos babilônico e caldeu foram unidos por Nabucodonosor.
COMPOSIÇÃO DO LIVRO
Habacuque se assemelha muito ao profeta Jeremias. Porém ainda mais do que Jeremias, o dialogo de Habacuque com Deus e suas constantes orações (2.1-2; 3.2,16) tomam o lugar da pregação profética no centro da mensagem.
Habacuque, um homem com um zelo fervoroso pela honra de Deus (1.12; 3.3), viveu uma profunda crise espiritual devido a aparente indiferença de Deus sobre às terríveis condições espirituais de seu povo (1.2-4).
Discute-se aqui o problema da prosperidade do ímpio. Parece conter uma queixa contra Deus por destruir sua nação por causa de seus muitos pecados, mas para isso usando um povo ainda pior do que ela (1.13). Porque Deus fica silencioso em tempos de tribulação? É uma das perguntas do profeta ao Senhor.
Mesmo assim Habacuque em todas as dificuldades ia a Deus em oração e aguardava a resposta do Senhor (2.1). Ele subia a torre de vigia e escutava Deus.
Certo de que apenas a intervenção divina poderia mudar essa situação mortal que Judá estava vivendo, Habacuque foi persistente em seu apelo ao Juiz Celeste, mesmo quando parecia que Deus não lhe escutaria (1.2).
ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO
O livro de Habacuque está organizado em torno de orações do profeta e das respostas de Deus. O diálogo se inicia com a queixa ao Senhor por causa da injustiça que o profeta vê a sua volta. Isso serve de introdução à pergunta principal do livro: “Porque os ímpios não são castigados?” A resposta de Deus em 1.5-11 afirma que essa situação logo seria resolvida, pois a geração envolvida cairia sob julgamento divino pelas mãos dos babilônios.
A segunda oração de Habacuque leva o debate à próxima questão lógica. O profeta argumenta que o envolvimento dos babilônios no problema não seria solução, e questiona sobre a justiça divina. Porque um povo mais perverso que os israelitas não só ficaria sem castigo, mas também obteria vitória.
Habacuque não faz essa declaração de maneira impetuosa ou presunçosa. Sua atitude parece de quem tem uma dúvida sincera e não de desafio orgulhoso ao Senhor. Contudo Deus afirmou que sua promessa se cumpriria (2.2,3), e depois dirigiu-se ao profeta com relação às indagações apresentadas. Deve-se observar que Deus não defendeu sua própria justiça. Em vez de apresentar uma razão, ele primeiro sugeriu que a responsabilidade humana não era obter todas as repostas, mas sim obedecer-lhe.
“O Justo viverá pela fé” (2.4b). Entende-se que neste versículo Deus está sugerindo que o justo manterá integridade de vida e fidelidade ao Senhor mesmo quando não entender os seus caminhos e modo de agir. Reconhecendo a obrigação de viver o relacionamento correto com Deus e confiar que Ele em sua justiça castigará o ímpio no seu tempo.
A terceira oração de Habacuque (3.1,2) ele pede a Deus que tenha misericórdia quando for executar sua ira.
A revelação da soberania de Deus sobre a história transforma o lamento de Habacuque em hino de alegria (3.2-19). Antecipando o futuro, em sua oração, Habacuque celebra a vinda do Senhor (3.3-7), seu juízo contra as nações (3.8-12) e seu triunfo sobre toda a oposição (3.13-15). A partir dessa perspectiva de fé, mesmo a ameaça de uma grande calamidade não poderia acabar com a intensa alegria do profeta na esperança da salvação que haveria de vir, uma salvação garantida pela fidelidade do Senhor a si mesmo e à sua revelação (3.17-19).
MENSAGEM
Entre os escritos proféticos o de Habacuque tem a característica de não conter nenhuma sentença dirigida a Israel, contém pelo contrário um dialogo entre o profeta e Deus. Nos dois primeiros capítulos Habacuque discute com Deus a respeito de seus caminhos que lhe parecem insondáveis, ou até mesmo injustos. Após receber resposta de Deus, corresponde com uma bela confissão de fé (cap. 3).
Habacuque sentia-se perplexo porque a iniquidade, as contendas e a opressão estavam impregnadas no povo de Judá, e parece que Deus não tomava nenhuma atitude para solucionar o problema. Quando Deus informou ao profeta que agiria por meio dos babilônios para punir Israel (1.6), Habacuque ficou ainda mais perplexo, sem entender como Deus com seus “olhos tão puros, que não suportavam ver o mal” (1.13, poderia designar uma nação pior que os judeus para executar o juízo contra eles.
Deus deixa claro que no fim o destruidor corrupto também será destruído. No fim Habacuque aprende a confiar na providencia divina, por mais estranho que possa parecer o agir de Deus, e a aguardar em espírito de adoração a intervenção divina.
O CÂNTICO DE HABACUQUE
Habacuque é o profeta que canta. A magnífica melodia com que a sua profecia termina: “Porque ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; ainda que decepcione o produto da oliveira, e os campos não produzam mantimento; ainda que as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja gado; Todavia eu me alegrarei no SENHOR; exultarei no Deus da minha salvação” (3.17-18).
Após uma oração sincera (3.1-16), aparece a glória de Deus, que sempre responde quando seu povo clama por socorro. Habacuque entende que Deus tem o domínio do Universo e que no tempo oportuno cumprirá suas promessas e seus desígnios. Aprende que pode confiar em Deus sem questionar. Compreende que Deus pode parecer estar distante, mas Ele sempre está perto dos seus. Por isso esse hino de confiança em Deus, mesmo que tudo pareça estar contra o profeta.
CARACTERISITICAS LITERÁRIAS
O autor escreveu com clareza e com muito sentimento, tendo redigido muitas expressões inesquecíveis (2.2,4,14,20; 3.2,17-19). Este livro gozava de grande popularidade entre os judeus no período intertestamentário. Um comentário completo sobre seus dois primeiros capítulos foi achado entre os rolos do Mar Morto.
Um dos textos de Habacuque teve grande significado na história da Reforma Protestante. O jovem monge Martinho Lutero se pôs de pé enquanto subia de joelhos a Sancta Scala em Roma, ao lembrar-se destas palavras de Deus ao profeta Habacuque: “O justo viverá pela sua fé” (2.4). Martinho Lutero entendeu, não por obras!
Habacuque também é citado no Novo Testamento:
ROMANOS 1.17: “Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá da fé”.
GÁLATAS 3.11: “E é evidente que pela lei ninguém será justificado diante de Deus, porque o justo viverá da fé”.
HEBREUS 10.38: “Mas o justo viverá da fé; E, se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele”.
SINOPSE DE HABACUQUE
O livro começa com o profeta em um estado de perplexidade sobre o mistério da maldade não castigada no mundo.
Os dois primeiro capítulos são principalmente um dialogo entre Habacuque e Deus.
1- O profeta se queixa perante Deus da violência pecaminosa em toda parte, e que nenhum castigo é infligido aos ímpios, (1.1-4).
2- Recebe uma resposta que revela o plano divino de uso dos babilônios (caldeus) como um instrumento de juízo terrível contra as nações perversas, (1-5-11).
3- Para o profeta o problema moral não tem sido respondido. Como pode um Deus santo usar a estes pagãos perversos para destruir gente mais justa que eles? (1.12-17).
4- O profeta sobe em sua fortaleza para observar o mundo. Recebe a resposta de que o propósito do Senhor será cumprido em breve, e é animado a esperar esse cumprimento (2.1-3). Ouve de Deus a frase que tem sido um dos lemas da Igreja Cristã “O justo viverá pela fé” (2.4b)
5- Contente com a nova luz recebida, o profeta escreve uma série de cinco maldições: contra a
Falta de honradez (2.6); Ganância (2.9); Construção sobre derramamento de sangue (2.12); Libertinagem (2.15) e Idolatria (2.18-20).
6- Finalmente pronúncia uma oração lidíssima (o salmo de louvor) no qual fala da majestade e da glória do Senhor e declara a sua inteira confiança nos planos divinos, (3.1-19).
FONTES:
Estudo Panorâmico da Bíblia – Vida
Panorama do Antigo Testamento – Vida
Módulo de Teologia – FTB – Betesda
Bíblia de Estudo NVI – Vida
Bíblia Thompson – Vida
Bíblia de Estudo de Genebra – SBB
Bíblia Plenitude
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