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sábado, 7 de maio de 2011

LIÇÃO 7 - OS DONS DE PODER

 INTRODUÇÃO

Os dons de poder, conforme já vimos em outras notas
expositivas, são:DOM DA FÉ,DONS DE CURAR,DOM DE OPERAR MARAVILHAS.
Os dons da palavra da sabedoria, da palavra da ciência e de
discernir os espíritos atuam na mente. Já os dons de poder, que
estudaremos nesta lição, atuam na área física. E os do terceiro grupo
- profecia, variedade de línguas e interpretação das línguas - atuam
na esfera espiritual.
Em cada grupo de dons espirituais existe um de maior
magnitude, como já ficou demonstrado. No grupo que ora estudamos,
por exemplo, o dom da fé é proeminente.
I - O Dom da Fé
"E a outro, pelo mesmo Espírito, a fé" (1 Co 12.9).
1. Definição
Biblicamente, define-se a fé da seguinte forma: "Ora, a fé é o
firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que
se não vêem" (Hb 11.1). Teologicamente, há vários conceitos.
Com efeito, no seu uso mais amplo, a palavra "fé", do
substantivo grego pistis e o verbo pisteuo, ocorre por 244 vezes,
enquanto que o adjetivo pistos ocorre 77 vezes, trazendo algumas
definições:
a. Fé salvadora. Atitude mediante a qual o homem abandona
toda confiança em seus próprios esforços para obter a salvação
e passa a confiar inteiramente em Cristo, a respeito de tudo
que envolve a salvação.
Este conceito de fé vem a ser a confiança insuflada nas
promessas e provisões de Deus, no tocante ao Salvador e a
todo o plano da redenção. Não é propriamente "o dom da fé"
relacionado em 1 Coríntios 12.9, mas trata-se também de um
"dom de Deus" (Ef 2.8).
b. Fé servidora. Contempla como autêntico o fato dos dons
divinamente conferidos e todos os detalhes concernentes às
determinações divinas para o serviço. A fé vista por este prisma
é especial, e também um dos dons de poder.
c. Fé santificadora. Ou sustentadora, apega-se ao poder de
Deus na vida diária. Trata-se da vida vivida na dependência de
Deus, operando um novo princípio de vida (Rm 6.4; 2 Co 5.7;
Hb 10.38).
d. Fé intelectual. Pode vir ao homem através do testemunho
do universo visível e do estudo das Escrituras (cf. At 17.28; Tg
2.19). Ela afirma a existência de Deus, mas em si mesma não
descobre o plano da redenção (cf. Sl 19.1-4; At 17.11; Rm
10.17).
2. A fé como dom de poder
Esta é a fé mencionada em 1 Coríntios 12.9, uma operação
completamente sobrenatural do Espírito Santo, capacitando a mente
humana para uma confiança sem igual no poder de Deus, a de que
Ele pode realizar qualquer coisa que lhe apraz. O Espírito Santo
opera no mais profundo do coração humano, produzindo uma reação
imediata da alma e levando-a à certeza e à evidência. A certeza é o
estado do espírito que consiste na firme adesão a uma verdade
conhecida, sem o temor do engano. A evidência é o que fundamenta
a certeza.
Definimo-la como a clareza plena com que adere ao poder de
Deus. Diante de tal operação do Espírito Santo, toda e qualquer
dúvida é aniquilada!
A fé especial, mesmo sendo um dom do Espírito Santo, pode
ser dividida em graus menores e maiores, da seguinte maneira:
• "Ainda não tendes fé?" (Mc 4.40);
• "... pouca fé" (Mt 17.20);
• "... tanta fé" (Mt 8.10);
• "... grande fé" (Mt 15.28);
• "... toda a fé" (1 Co 13.2).
Para que haja um desempenho amplo da fé, torna-se
necessário aniquilar toda dúvida produzida no coração. Jesus disse:
"Se tiverdes fé e não duvidardes..." (Mt 21.21).
Foi este o poder, a fé especial, pelo qual Jesus transformou
água em vinho, multiplicou os pães e os peixes, acalmou a
tempestade, expulsou demônios, curou enfermos e ressuscitou
mortos.
II - Os Dons de Curar
"E a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar" (1 Co
12.9).
No conceito de alguns expositores, são dons ativos que
produzem sinais e maravilhas. De fato, isso fica bem demonstrado
em algumas passagens das Escrituras. A cura de qualquer
enfermidade é sempre um milagre, e um milagre é sempre uma
maravilha, e uma maravilha é sempre um prodígio: "Enquanto
estendes a tua mão para curar, e para que se façam sinais e prodígios
pelo nome do teu santo Filho Jesus" (At 4.30).
Na Epístola aos Hebreus, o escritor sagrado confirma este
argumento: "Testificando também Deus com eles, por sinais, e
milagres, e várias maravilhas, e dons do Espírito Santo, distribuídos
por sua vontade" (Hb 2.4).
1. Pluralidade
O leitor deve observar que o versículo chave desta seção
menciona "dons de curar", no plural, expressão que se repete no
versículo 28 do mesmo capítulo. Entretanto, no versículo 30,
encontramos a forma singular. "Têm todos o dom de curar?"
pergunta o apóstolo Paulo. A pluralidade deste dom provavelmente
indica que cada diferente cura deve ser considerada uma atuação de
um dom específico ou uma diversificada operação do Espírito. Isto
significa que os dons de curar operam de maneira multiforme.
Curas miraculosas, efetuadas por intervenção divina no
Antigo Testamento, mostram esta realidade. Também aquelas
realizadas por Jesus e seus discípulos, no Novo Testamento, a
confirmam. Qualquer operação do Espírito Santo, até mesmo as
realizadas ainda no período da Lei, trazia em si instruções didáticas e
métodos pedagógicos. Jesus curava através:
• da "orla" de seu vestido (Mc 5.30);
• da "saliva" (Mc 8.23);
• do "lodo" (Jo 9.6,7);
• de "suas mãos" (Mc 6.5);
• do supremo "poder" da palavra (Mt 8.8; Jo 4.50-53).
Isso acontecia freqüentemente, porque sobre Ele repousava
algo especial, isto é, "a virtude do Senhor estava com ele para curar"
(Lc 5.17).
2. Curas específicas operadas por Jesus
Durante seu ministério terreno, nosso Senhor efetuou
diferentes maravilhas no campo da cura. Entretanto, 18 delas se
encontram relacionadas nos evangelhos, com significação especial
(Mt 8.2-4; 9.2-8; 14-17; 27-31; Mc 5.25-34; 7.31-37; 8.22-26; Lc
6.6-11; 7.1-10; 13.10-19; 14.1-6; 17.11-19; Jo 4.45-54; 5.1-19; 9.1-
41; 18.1-11).
Parece que Jesus curou um homem cego na entrada de Jericó
(Lc 18.35-43) e, ao sair da cidade, curou Bartimeu (Mc 10.46-52).
Evidentemente Jesus curou milhares de outras pessoas, pois
por onde passava Ele ia "curando a todos os oprimidos do diabo,
porque Deus era com ele" (At 10.38).
3. A promessa de Jesus com respeito a cura
Antes de ser assunto aos Céus, Jesus prometeu a seus
discípulos poder sobre toda enfermidade e moléstia. A ordem do
divino Mestre foi esta: "Curai os enfermos, limpai os leprosos,
ressuscitai os mortos, expulsai os demônios..." (Mt 10.8). E, após sua
ressurreição, nosso Senhor reafirmou, em Marcos 16.17,18, a
promessa feita no início de seu ministério: "E estes sinais seguirão
aos que crerem: em meu nome... imporão as mãos sobre os enfermos
e os curarão".
No ministério de Pedro e Paulo, os dons de curar eram tão
presentes que, em alguns casos, se dispensava até a presença física
desses dois obreiros do Senhor.
a. Pedro. "De sorte que transportavam os enfermos para as
ruas e os punham em leitos e em camilhas, para que ao menos a
sombra de Pedro, quando este passasse, cobrisse alguns deles... os
quais todos eram curados" (At 5.15,16).
b. Paulo. "E Deus pelas mãos de Paulo faziam maravilhas
extraordinárias, de sorte que até os lenços e aventais se levavam do
seu corpo aos enfermos, e as enfermidades fugiam deles" (At
19.11,12). Isto é maravilhoso!
III - O Dom de Operar Maravilhas
"E a outro, a operação de maravilhas" (1 Co 12.10).
No grego, encontramos a palavra dynameis ("poderes"), para
indicar a operação realizada pelo Espírito Santo, tem acompanhado
toda a história do povo de Deus em ambos os Pactos. As dez pragas
enviadas ao Egito foram reputadas como sendo maravilhas da parte
de Deus (Êx 3.2Oss). Maravilha é um milagre, portanto. Milagre é
uma intervenção ordenada na operação regular da natureza: uma
suspensão sobrenatural de lei natural. Tanto no Antigo quanto no
Novo Testamento, as maravilhas eram sempre operadas em resposta
às necessidades mais prementes da vida.
O termo grego semeon era a palavra comumente usada para
descrever "sinal" ou "maravilha". Trazia algumas vezes o sentido de
"marca distintiva" ou seu equivalente na raiz hebraica õth, ou
mõpheth, que significa "algo espantoso" ou "marca distintiva". (18)
Nos evangelhos e em Atos dos Apóstolos, é freqüente o uso
do termo semeon para indicar um "milagre didático em forma
expressiva" ou "uma maravilha", cuja finalidade é convencer os
homens acerca de uma intervenção divina. A expressão ocorre 77
vezes no Novo Testamento, sendo que aparece 48 vezes nos
evangelhos, 13 em Atos, oito nas epístolas de Paulo, sete no
Apocalipse de João e uma em Hebreus. No Evangelho de João, aparece
com o significado de "sinal milagroso" (Jo 2.11,18,23). (19)
Mas o sentido geral é de uma operação completamente divina,
cujo teor compõe-se não somente de um "sinal" ou "marca
distintiva", mas de algo que causa espanto e admiração aos
circunstantes. As grandes maravilhas relacionadas neste capítulo são
apenas uma demonstração técnica do grande poder de Deus.
Em todos os acontecimentos, e em todas as guerras de queparticipou o povo de Deus, tanto a nação de Israel como a Igreja de
Jesus Cristo, houve participação divina em cada detalhe, até a vitória.
Em alguns casos, Deus intervinha diretamente com
manifestações do seu poder. Ou usava homens e mulheres dotados de
dons espirituais, especialmente o de operar maravilhas (Hb 2.4 etc).
Deus é sempre lembrado por suas maravilhas! Jo declara que
Ele faz "maravilhas tais que se não podem contar" (Jo 9.10).
Os Salmos exortam-nos a louvá-lo por suas maravilhas: "Para
publicar com voz de louvor e contar todas as tuas maravilhas" (26.7);
"Anunciai entre as nações a sua glória; entre os povos as suas
maravilhas" (Sl 96.3); "Cantai ao Senhor um cântico novo, porque
ele fez maravilhas..." (Sl 98.1). O profeta Joel fala do "derramamento
do Espírito Santo", e a voz de Deus conclui: "Mostrarei maravilhas
no céu e na terra" (Jl 2.30).
Cremos que o dom de operar maravilhas não cessou. Ele
continua em evidência na Igreja através dos séculos e na atualidade.
O segredo para vermos maravilhas em nós e nos outros
começa com a santificação: "Santificai-vos, porque amanhã fará o
Senhor maravilhas no meio de vós" (Js 3.5). Foi o que fez Moisés
quando "levou o povo fora do arraial ao encontro de Deus". Ele
"santificou o povo... E disse ao povo: Estai prontos ao terceiro dia...
E aconteceu ao terceiro dia, ao amanhecer, que houve trovões e
relâmpagos sobre o monte, e uma espessa nuvem, e um sonido de
buzina mui forte, de maneira que estremeceu todo o povo que estava
no arraial... E o sonido da buzina ia crescendo em grande maneira;
Moisés falava, e Deus respondia em voz alta" (Êx 19.14-19).
Um acontecimento de primeira magnitude! Agora, com a
presença de Deus na montanha, tudo muda de aspecto. A montanha
inteira parece pulsar de vida. Deus, então, levanta suas mãos até a
altura das estrelas. Ele responde a Moisés em voz alta, e as regiões do
firmamento ecoam com timbres poderosos assim como ressoa o rugir
do leão no deserto à meia-noite. A artilharia do céu é descarregada
como sinal; um troar de trovões seguidos de raios que partem de
lugares ocultos espalham o alarme por todo o monte, preparando o
povo para receber suas ordens.
Deus, então, começa a operar maravilhas aos olhos do povo:
"E todo o povo viu os trovões, e os relâmpagos, e o sonido da buzina,
e o monte fumegando" (Êx 20.18).
Assim são as maravilhas de Deus, e o Espírito Santo, hoje,
deseja capacitar cada um dos filhos de Deus que estão a servir a
vontade divina e as necessidades humanas, para honra e glória do
nome do Senhor. Busquemos, pois, tão maravilhoso dom!
 
 BIBLIOGRAFIA 

A Existência e a Pessoa do Espírito Santo/Severino Pedro da Silva

Pb. Cleiton José




http://ebdistas.blogspot.com/

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