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sexta-feira, 16 de novembro de 2012
LIÇÃO 8-NAUM, O LIMITE DA TOLERÂNCIA DIVINA.
Hoje estudaremos Naum, homem nascido em Elcos, vila da área de Cafarnaum, na Galiléia. Naum quer dizer conforto, consolo; e é esta a ênfase da mensagem do profeta. Naum profetizou cerca de 50 anos antes da queda do império Assírio, ocorrido em 612 a.C. Isto coloca a profecia de Naum no ano 661 a.C. logo após a queda de Tebe no ano de 663 a.C. (3:8-10). É fato importante notarmos de antemão que, Nínive, capital da Assíria, foi alvo de um profeta, cerca de 100 anos antes – o profeta Jonas – dois profetas dedicados a esta cidade com um século de diferença. Sabemos de Jonas que o povo de Nínive se arrependeu e converteu - a conversão de gentios à Palavra e exortação de Deus! Desta feita, Naum, segundo profeta aos ninivitas, os exorta a um novo arrependimento, pois os ninivitas convertidos por Jonas não repassaram os ensinos aos seus filhos (3:1-4).
Lembramos que os Assírios invadiram anos antes o reino do Norte e levaram os judeus das 10 tribos do Norte (Israel) cativos. Agora, próximos de serem destruídos, os Assírios, recebem uma nova advertência, mas também o povo do reino do Sul – Judá. O propósito de Naum é o de pronunciar o julgamento de Deus sobre a Assíria e confortar Judá com esta verdade.
O tema geral do livro de Naum é: “Deus jamais será iludido ou ridicularizado!” Este tema é acompanhado de uma mensagem central, encontrada em 1:3 – “Deus é tardio em irar-se – grande em poder – e não irá absolver os culpados”.
É interessante notarmos que os 3 capítulos são as 3 divisões temáticas e teológicas deste livro. O livro é estruturado da seguinte forma:
1. A certeza do destino de Nínive – descrevendo o caráter de Deus! Nínive, capital da Assíria, era nos dias de Naum a maior cidade do mundo conhecido. Uma leitura comparativa de Jonas e Naum demonstra a bondade de Deus em Jonas e a severidade de Deus em Naum. Observar em especial 1:2-3 e 1:6-8. Torna-se interessante comparar Naum 1:5 com Isaías 52:7 e com Romanos 10:15.
2. A conquista e captura de Nínive – ouve-se o barulho da batalha! A cidade de Nínive é retratada como que se preparando (2:1) para o ataque de uma aliança dos Medos, Babilônios, Cíntios e outros. A batalha é descrita vividamente – “as portas dos rios se abrem e o palácio é dissolvido” (2:6).
3. As razões para julgamento – a justiça de Deus! Os vs. 4-6 deste cap 3 mostram que os pecados da cidade-capital são a causa de seu julgamento. Nínive cai no ano 612 a.C., de acordo com a profecia de Naum. A sua destruição foi tão rigorosa que no século II da nossa era até a sua localização era incerta.
Naum caracteriza-se aqui por declarar a soberania universal de Deus; Deus é o Senhor da história e de todas as nações – e continua hoje também desta maneira. Como tal Ele controla os destinos das nações, e em seu devido tempo, será manifestado este destino de cada nação. Ao pensarmos como os sem Deus florescem e dominam os inocentes sabemos que Deus se comprometeu a Si mesmo de vingar num dia por vir tais atos violadores da lei divina. Veja Lucas 18:7-8 e Romanos 12:19. Este é o conforto que nos vem desta profecia.
O livro enfatiza, teologicamente falando, quatro temas: a) A soberania de Deus; b) A justiça de Deus; c) A graça de Deus; e d) A esperança de Deus para Seu povo. É interessante notarmos que este tipo de movimento da justiça e misericórdia de Deus é visto em todas as profecias que tem o objetivo de corrigir atos do povo.
A dimensão do significado da profecia de Naum para os dias de hoje podem ser listados da seguinte maneira:
a) Temos que reconhecer a existência do mal neste mundo; não há como fugir desta realidade.
b) Temos que crer que Deus se opõe veementemente a toda espécie de mal; Deus, apesar de longânime, tem seus limites para o pecado.
c) É nosso dever examinar a nossa atitude com relação à opressão e entender que a opressão semeia sua própria destruição;
d) Deve ser nota característica do salvo hoje no mundo, a de viver em esperança viva do retorno de Jesus e da implantação do reino de paz eterno.
e) Somos encorajados a renovar nossa visão do poder soberano de Deus em um mundo controlado pela experiência política.
f) Somos admoestados a resistir à tentação de viver apenas pelas normas sociais do que pela Palavra de Deus.
g) É nossa responsabilidade agirmos baseados na fé em que Deus está de fato envolvido na vida e na história. Doutra maneira estaremos irremediavelmente confundidos com os rumos da história.
h) Somos alertados a observar que Deus é um Deus de justiça, não apenas de bondade misericordiosa.
i) Nos é trazido à lembrança que as leis de Deus são eternas, permanecem e serão aplicadas em seu devido tempo.
j) Finalmente somos relembrados de que Deus governa a vida e a história dos indivíduos, grupos, nações, e do mundo, quer queiramos aceitar isto ou não.
Voltando ao povo judeu remanescente em Judá (reino do Sul) aprendemos que no meio de aparente desesperança, o povo tinha várias opções:
1. Poderiam afundar a uma situação de desespero cada vez mais agravante. Haviam sido oprimidos por mais de um século. Será que haveria esperança no futuro? Onde estava Deus?
2. O povo poderia decidir que Deus havia sido conquistado pelos assírios e não mais poderia ajudá-los. A solução seria filiar-se aos deuses e seus cultos com os assírios.
3. Poderiam decidir que uma postura de comprometimento com os assírios seria o melhor caminho. O resultado seria transformar Jeová em um dos deuses do império assírio. Seria uma saída politicamente correta.
4. O povo poderia cair no frustrante hábito de cultivar o ódio contra os assírios opressores, o que drenaria suas energias e os afastaria da tarefa de construir um futuro responsável.
5. Eles poderiam ser autênticos e verdadeiros para com Deus e olhar para Deus por sua esperança futura – de futuro livramento.
Estas opções que estavam diante do povo de Deus na época são as mesmas opções que estão diante de nós nos dias de hoje. Lamentavelmente os salvos por Cristo estão cada vez mais optando por soluções que não levam ao cumprimento do propósito de Deus para com Seu povo, mas sim, leva ao afastamento cada vez maior de Deus, à ignorância daquilo que a Bíblia tem parta dizer e conseqüente vida dificultosa e pesada quando comparada com a vida que o mundo oferece. Esta situação é gerada pela distância e falta de intimidade da pessoa para com Deus, nos mesmos moldes da época de Naum. Daí se vê que, nos tempos de Naum, o povo foi castigado com uma situação que ficou marcada na história do sempre. Nós hoje também sofremos por esta razão e temos que nos penitenciar diante de Deus, temos que buscar a Sua face – não para nos dar o que queremos, mas para nos perdoar por termos nos distanciado tanto dele a ponto de não mais sabermos a vontade de Deus para a nossa vida e não mais conhecermos o poder da Sua graça e presença para nos levar através das tribulações a aflições que o próprio Jesus Cristo disse que teríamos se o quiséssemos seguir.
Você está disposto a seguir a Jesus segurando na mão de Deus ou você está querendo que a tua vida seja de tranqüilidade e abastança, só de vitórias em termos de bens materiais como a grande parte das igrejas promete nos dias atuais?
É muito melhor sofrermos as dificuldades e vicissitudes da vida com Cristo e experimentarmos a doce presença de Seu Santo Espírito nos conduzindo através deste caminho, experimentarmos o que é passar pelo vale da sombra da morte e chegarmos aos pastos verdejantes no final da vida do que comprometermos a ação de Deus e a expressão de Sua vontade soberana por causa de um conforto temporário e passageiro como foi o caso dos Assírios na cidade de Nínive.
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