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domingo, 22 de abril de 2012

LIÇÃO 5 – PÉRGAMO,A IGREJA CASADA COM O MUNDO.


INTRODUÇÃO:

Vimos, ao estudar a , que Satanás usou de sua primeira estratégia para banir os cristãos da face da terra: a perseguição. Porém, Satanás aprendeu que, quanto mais perseguia os cristãos, mais a Igreja prosperava e permanecia. Portanto, perseguir não foi uma estratégia bem sucedida por parte do inimigo.

Agora Satanás muda a estratégia, e dá um golpe muito forte, e infelizmente de muita inteligência: Satanás passa a contaminar a Igreja para tentar extingui-la.

A igreja em Pérgamo se encontrou numa situação difícil. Por todos os lados, os vizinhos praticavam idolatria e deram honra aos governantes romanos. Os cristãos não abandonaram a verdade do Senhor, o único verdadeiro Soberano. Mas, tanta influência de falsas doutrinas teve um impacto negativo na igreja, poluindo a congregação com doutrinas falsas que incentivavam os irmãos a praticaram idolatria e imoralidade. Jesus chama a igreja ao arrependimento para evitar o castigo divino.

I. PÉRGAMO,O TRONO DE SATANÁS

O único livro do Novo Testamento que cita a cidade ou a igreja em Pérgamo é o Apocalipse. Com a ajuda dos romanos, Pérgamo ganhou independência dos selêucidas em 190 a.C., e passou a fazer parte do império romano a partir de 133 a.C. Durante mais de 200 anos, foi a capital da província romana da Ásia. Teve a maior biblioteca com 200.000 volumes, que depois foram levados para Alexandria. Segundo uma lenda era Pérgamo terra sagrada por ter aí nascido o deus Júpiter. Quando dominavam os reis atálicos, tornou-se Pérgamo uma cidade de Templos, colégios (principalmente o de medicina) e palácios reais, e era considerada a primeira cidade da Ásia. Foi o povo de Pérgamo que começou a usar peles de animais para fazer pergaminho, substituindo o papiro.

Os cristãos em Pérgamo eram vizinhos do diabo! Jesus, sempre vigiando para ajudar o seu povo, sabia muito bem da circunstância difícil naquela cidade. Desde 29 a.C., foi o local de um templo dedicado a Roma e Augusto (idolatria oficial do governo romano). Mais tarde, foram erigidos outros templos para a honra dos imperadores Trajano e Severo. Além desses templos para o culto imperial, o povo de Pérgamo adorava outros “deuses”, tais como Zeus, Atena, Dionisio e Asclepio. Encontramos em Pérgamo uma mistura dos poderes do mal – religiões falsas e o poder oficial do governo romano

“Pérgamo” parece significar “casamento”. É uma Igreja mundana. Representa para alguns a Igreja dos anos 313 a 600 d.C. , quando se deu o gênesis da união do Estado com a Igreja (de acordo com a teologia e a história da Igreja) - apesar de termos muitas peculiaridades dessa igreja em nosso momento atual.
A igreja de Pérgamo tinha as suas qualidades, como tinha a igreja de Éfeso. Mas, mesmo assim, seus pecados encobriram essas qualidades, ao ponto de ter sido repreendida pelo Senhor Jesus.

II.A ESPADA DE DOIS GUMES

Quando o Senhor Jesus disse que tinha uma espada de dois gumes, estava falando da sua Palavra (Ef 6.17), a qual tem dois gumes, cortando dos dois lados. A Palavra de Deus corta ( exorta, consola e edifica) tanto quem ouve quanto quem prega. Na verdade o pregador deveria ser o primeiro a experimentar a Palavra e assim, depois, ministrá-la aos outros. O Apóstolo S. Paulo era um verdadeiro pregador da palavra de Deus, aonde ele afirma que se subjugava primeiro e depois manifestava a Palavra aos outros. Isso nos mostra, principalmente nos dias atuais, que devemos viver a Palavra na prática, como cristãos autênticos e não só de boca. Quando nos cortamos com ela, fica visível. Nota-se que algo nos aconteceu, percebem o sangue, não o nosso, mas o de Jesus. Todos notam o ocorrido, ao contrário da faca física, as pessoas percebem que o corte acontecido foi muito bom, pois o mal foi cortado e lançado fora: o vício, as drogas, as velhas manias, os adultérios, a prostituição, o coração rancoroso... E tantas outras coisas mudaram no nosso interior. É assim, quando experimentamos o corte da Palavra de Deus, podemos testemunhar e mostrar o efeito benéfico desse corte.

O Senhor Jesus disse que satanás habitava ali e pelo contexto não parece referir-se à cidade de Pérgamo simplesmente, mas a própria Igreja. Temos que estar sempre alertas à toda novidade doutrinária e preparados para enfrentá-las. Em nossos dias novas doutrinas surgem a cada minuto, pregadores e mais pregadores tem trazido novidades ao seio da Igreja e temos engolido miseravelmente. Se não voltarmos à pureza da Palavra de Deus, cairemos no erro desta Igreja citada acima e satanás se entronizará em nosso meio.
Convido você, meu irmão, a lutar e guerrear no mundo espiritual pela sã doutrina, a qual o diabo quer deturpar; Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo grande desejo de ouvir coisas agradáveis, ajuntarão para si mestres segundo os seus próprios desejos (IITm 4.3).

III.O DESTINATÁRIO

Não podemos determinar e, nem ainda há um pequeno vestígio no Novo Testamento, sobre quem era o “anjo” (pastor) da igreja de Pérgamo nos dias em que esta carta estava sendo enviada, visto que, o Novo Testamento não cita nominalmente a igreja de Pérgamo, há não ser aquilo que é depreendido do texto em foco. Porém, pelas evidências internas e externas apresentadas pelos versículos que descrevem a posição desta igreja; nos faz pensar, em um cristão pertencente a Igreja Primitiva. Foi ele, sem dúvida, o substituto de “Antipas”, a fiel testemunha de Cristo (v.13).

Nada se sabe de certo acerca desse personagem, exceto aquilo que poderia ser depreendido do texto em foco. As Escrituras não entram em detalhes sobre a biografia desta testemunha do Senhor na cidade de Pérgamo. A palavra grega para “testemunha” no dizer de G. Ladd é martys, que mais tarde ficou com a conotação de mártir. Talvez neste contexto já tenha este significado. Em 17.6 a mesma palavra é traduzida às vezes por “os mártires de Jesus’. O testemunho mais eficiente do cristão é ser fiel ao seu Senhor até à morte e ao martírio. Antipas foi uma delas!. Para aqueles que interpretam o livro do Apocalipse do ponto de vista histórico, acham que o antropônimo “Antipas”, no grego hodierno “Anti-pas”. Tratava-se da forma contraída de “Antipater”, que poderia ser traduzido à forma “Anti-papa”. Assim, o seu nome pode ter sido profético, e significa: “Aquele que se opõe ao Papa”. Esta linha de pensamento aceita que as letras que formam a palavra “Antipas” tenham esse sentido. Para nós, este ponto de vista, não combina com a tese e argumento principal, razão por que Antipas foi morto antes do ano (96 d. C.), e o sistema papal só veio a existir séculos depois. Aceitamos ter sido Antipas um homem de origem Iduméria. Este servo de Deus, uma vez convertido ao cristianismo em Jerusalém, sentido a chamada de Deus, e em razão de ser conhecido pessoalmente do Apóstolo João, foi servir como bispo na cidade de Pérgamo. Existiam naquela igreja, segundo o texto divino, duas falsas doutrinas: (a) À de Balaão; (b) À dos nicolaítas. Antipas como sendo uma testemunha ousou desafiar sozinho e selar seu testemunho com seu próprio sangue opondo-se a este “sistema nocivo”. Semeão Metafrastes, diz que Antipas, o bispo de Pérgamo, foi colocado dentro de um boi feito de bronze, e a seguir foi aquecido ao rubro. Seu corpo foi literalmente, cozido, na chama abrasadora.

IV.AS HERESIAS DE PÉRGAMO.

1-Doutrina de Balaão.

É a mistura espiritual da Igreja com o mundo, quanto às suas práticas e procedimento, perdendo ela assim sua pureza e santidade. Foi isso que Balaão fez a Israel, induzindo-os a se prostituírem com mulheres pagãs. Ele, que era profeta de Deus, se contaminou por causa do dinheiro e ensinou a Balaque (inimigo do povo de Israel), rei dos moabitas, a lançar tropeços diante dos filhos de Israel para contaminá-los. Assim, por conselho de Balaão, Israel profanou sua separação do mal e interrompeu sua peregrinação para a Terra prometida (Nm 25.1-3).
Diz a Palavra de Deus em Nm 25.1 que “Israel deteve-se em Sitim” (versão ARC), quando já estavam próximo de Canaã, e a causa disso foi esta que acabamos de mostrar. O mesmo acontece hoje, sempre que a Igreja se mistura com o mundo – ela pára, se detém, imobiliza-se. É a união da Igreja com o mundo, como milhões estão querendo.

Há dois males citados na Bíblia, da parte de Balaão: “O caminho de Balaão” (IIPe.2:15), e o “erro de Balaão” (Jd.v.11).
O caminho de Balaão – Está em Nm 22-24. Ele queria ganhar o prêmio oferecido pelo rei Balaque e ao mesmo tempo agradar a Deus. Impossível! Vemos hoje obreiros igualmente mercenários, abraçando o ministério evangélico como se este fosse uma profissão rendosa. É o profissionalismo “espiritual” ou “os profissionais da fé”, hoje comum nas Igrejas, principalmente nessas neo-pentecostais, onde as pessoas não conhecem os seus pastores e cada dia se deparam com um cidadão diferente, sem saberem quem é e de onde veio, mas ouvem e se alimentam sem saber a procedência do pregador. Transformam as práticas da vida cristã, tanto as individuais como as do culto coletivo, em secularismo ou profissionalismo puro. Ler Mt 6.24.
O erro de Balaão – Balaão racionando do ponto de vista natural, humano, via mal em Israel e achava que Deus devia amaldiçoá-lo. É hoje o mal do racionalismo humano dentro da Igreja. É querer interpretar as coisas de Deus – a Sua Palavra, sua doutrina, sua Igreja, seus caminhos, somente pelo nosso raciocínio. É a dependência do intelectualismo. Num tempo como o atual em que a Igreja toda se acultura o perigo do racionalismo humano nas coisas de Deus está aí.

2-A doutrina dos Nicolaítas.

Já comentamos sobre os Nicolaítas (Ap 2.6) na carta à Igreja de Éfeso, entretanto o que nos chama a atenção é que, o que era “obra dos nicolaítas”(Vrs. 6) tornou-se agora “doutrina”. Isso nos faz ficar alertas para o fato do rápido progresso do mal sobre a Igreja. As heresias não são aberrações como se pensam, mas muito pelo contrário, elas são “floridas” e atraentes ao mais fervoroso e devoto cristão. É ai que a comunhão com o Espírito Santo é de vital importância, pois é Ele que nos mostra toda verdade, leiamos:
Quando vier o Ajudador, que eu vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da verdade, que do Pai procede, esse dará testemunho de mim” (Jo 15.26). “E quanto a vós, a unção que dele recebestes fica em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina a respeito de todas as coisas, e é verdadeira, e não é mentira, como vos ensinou ela, assim nele permanecei” (IJo.2.27).
A única vacina contra as heresias é o conhecimento da Palavra e a comunhão com o Espírito Santo, só assim há proteção. Esse é um dos motivos do Senhor dizer no final de todas as suas cartas: “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas”.

CONCLUSÃO

A Bíblia nos mostra que o nosso Deus tem prazer em operar, trabalhar ao nosso favor. Isso acontece quando aceitamos a sua Palavra e por ela andamos. Entretanto, quando nos voltamos contra a Palavra e a vontade de Deus, e pior quando sabemos o certo e fazemos o errado, Deus vira-se contra nós. O texto diz que o Senhor virá e com a espada da sua boca (a Palavra) batalhará contra aquele que outrora Ele era a favor. Saiba meu irmão que o Senhor o ama, que a sua Palavra é para o seu bem, mas se recusar e virar-se contra o seu criador terás o Senhor, que nunca perdeu uma batalha contra você. Fique do lado certo e seja abençoado pelo Senhor.

BIBLIOGRAFIA:

Daniel e Apocalipse – EETDA;

Ortodoxia da Igreja – W. Nee.

Dicionário D. Davis; Ed. Juerp

Apocalipse Versículo por Versículo / Severino Pedro da Silva

http://igrejagoias.blogspot.com.br

http://www.tempodofim.com

http://www.estudosdabiblia.net

http://www.cacp.org.br

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