INTRODUÇÃO
Sem dúvida alguma, um dos temas bíblicos mais deleitosos à vida cristã, é o que trata das bênçãos e promessas de Deus. Uma vez que todos nós, em qualquer circunstância, somos dependentes das promessas de Deus contidas nas Escrituras. Contudo, nesta lição, iremos perceber que existem três tipos de promessas, a saber: individuais, nacionais e universais, e que cada uma delas têm um alvo determinado.
I - AS PROMESSAS INDIVIDUAIS
Existem vários exemplos na Bíblia, tanto de homens como de mulheres que foram alvos de promessas individuais. dentre eles podemos citar: Noé, Abraão, Isaque, Jacó, Ana, Paulo e outros (Gn 6.18; 12.1-3; 26.2-4; 28.13-15; 1 Sm 1.17; Jo 21.18,19; At 9:15,16).
Aurélio define a palavra “individual” como: relativo há um indivíduo. Logo, fica entendido que quando uma promessa é de natureza individual, não deve ser aplicada a todas as pessoas, se não, a indivíduos em particular.
A cerca de Abraão, por exemplo, Deus lhe fez três promessas individuais:
Deus prometeu a Abraão um filho, ainda que sua idade estivesse avançada e que sua esposa fosse estéril: “E eis que veio a palavra do SENHOR a ele dizendo: Este não será o teu herdeiro; mas aquele que de tuas entranhas sair, este será o teu herdeiro” (Gn 15.4);
Deus prometeu a Abraão muitos descendentes, tantos que se tornaria o pai de numerosas nações: “E te farei frutificar grandissimamente, e de ti farei nações, e reis sairão de ti. E estabelecerei a minha aliança entre mim e ti e a tua descendência depois de ti em suas gerações, por aliança perpétua, para te ser a ti por Deus, e à tua descendência depois de ti” (Gn 17:6,7);
Deus prometeu a terra de Canaã a Abraão e a sua posteridade: “E te darei a ti e à tua descendência depois de ti, a terra de tuas peregrinações, toda a terra de Canaã em perpétua possessão e ser-lhes-ei o seu Deus” (Gn 17:8).
Os adeptos da Teologia da Prosperidade, equivocadamente, aplicam para si promessas feitas a indivíduos específicos. Hagin, o maior difusor desse terrível engano, em um de seus livros, usa a passagem bíblica de Gênesis 17.6, onde Deus promete a Abraão que ele seria extraordinariamente frutífero. Afirmando que essa expressão tem o objetivo claro de se referir às riquezas espirituais, física, financeira e material e aplica estas promessas a todos os cristãos, parafraseando-a com a declaração paulina contida em Gálatas 3:8, senão confira: “A primeira coisa que Deus prometeu a Abraão foi que iria enriquecê-lo. ‘Você quer dizer que Deus vai enriquecer todos nós?’ Sim, é isto que quero dizer” (Pieratt, 1993, p.129)
Três graves erros, Hagin comete na interpretação deste versículo:
1.1. O primeiro erro: ele aplica para todos os cristãos uma promessa individual;
1.2. O segundo erro: ele confunde a palavra “frutificar” como sendo bênçãos materiais, mas fica claro que a expressão diz respeito à descendência que viria do patriarca. Abraão foi o pai dos israelitas, ismaelitas, midianitas, edomitas e outros árabes (Gn 17.20; 25.1-3,24-27);
1.3 O terceiro erro: a bênção de Abraão que Paulo faz menção nessa passagem não diz respeito a riquezas materiais, muito pelo contrário, está aludindo às bênçãos espirituais que as nações gentílicas foram incluídas na esperança da salvação por meio de Abraão. Isso fica muito claro em Gálatas 3.7-9 onde Paulo afirma: “Sabei, pois, que os da fé é que são filhos de Abraão. Ora, tendo a Escritura previsto que Deus justificaria pela fé os gentios, preanunciou o evangelho a Abraão: Em ti serão abençoados todos os povos. De modo que os da fé são abençoados com o crente Abraão”.
II - AS PROMESSAS NACIONAIS À ISRAEL
É necessário distinguir as promessas feitas a nação de Israel daquelas feitas a Igreja de Cristo. Assim como as promessas individuais dizem respeito a indivíduos específicos como vimos, as promessas nacionais dizem respeito a uma nação, neste caso, a Israel.
“Embora sejamos abençoados pelo fato de a nação judaica ter desempenhado papel proeminente na história da salvação (Jo 4.19-24), não é biblicamente correto tomar promessas especificas de Deus para Israel, muitas das quais terão cumprimento futuro, e aplicá-los à Igreja” (Couto, 2007, p. 07).
Existem promessas de Deus feitas ao seu povo, Israel, que lhe são peculiares, como, por exemplo, podemos citar:
Deus prometeu a Israel a terra e este recebeu (Gn 12.1; 13.15; 15.18-21; 17.7-8; 26.3-4; 28.13-14; Lv 20.24; 25.23), à qual seu destino está ligado e jamais deixará de existir (Jr 31.35-40);
Numerosas profecias prometem a Israel a restauração na sua terra, com o Messias reinando no trono de Davi por ocasião de Sua volta (2 Sm 7.10-16; 1 Re 9.5; Is 9.6-7; Ez 34.23-24; 37.24-25; Lc 1.31-33);
É clara também a promessa de que Deus derramará do Seu Espírito sobre o Seu povo escolhido que, depois disso, jamais manchará novamente o Seu santo nome, e Ele não mais esconderá de Israel o Seu rosto (Ez 39.7; 22, 27-29; Zc 8.13-14).
Outra grande parte das promessas destinadas a Israel dependiam da guarda da Lei de Deus: moral e cerimonial e da obediência a Ele. Como por exemplo, as que estão citadas em Deuteronômio 28, que diz: “O Senhor te abrirá o seu bom tesouro, o céu, para dar chuva à tua terra no seu tempo, e para abençoar toda a obra das tuas mãos; e emprestarás a muitas nações, porém tu não tomarás emprestado. E o SENHOR te porá por cabeça, e não por cauda; e só estarás em cima, e não debaixo, se obedeceres aos mandamentos do SENHOR teu Deus, que hoje te ordeno, para os guardar e cumprir” (Dt 28.13,14).
Os teólogos da prosperidade usam a referida passagem onde são pronunciadas as bênçãos da obediência no monte Gerizim para erroneamente aplicar a Igreja. No entanto, podemos claramente perceber que esta promessa condicional feita a Israel não pode ser aplicada à Igreja pelo fato desta não estar debaixo da Lei (Rm 6:14; Ef 2:14). A Lei foi abolida para a Igreja e, portanto, tanto as bênçãos quanto as maldições de Deuteronômio 28 não têm aplicação direta para ela. “As bênçãos aqui esboçadas são de natureza quase exclusivamente material, o que é insuficiente do ponto de vista do Cristianismo. Pois as bênçãos mais preciosas são aquelas de caráter espiritual” (Mt 6:19;33) (CHAMPLIN, 2001, p. 855). Porém algo extremamente importante merece ser destacado: o princípio da obediência como causa da benção divina. Este serve tanto para Israel como para a Igreja, pois é um princípio imutável.
III - AS PROMESSAS UNIVERSAIS POR MEIO DA IGREJA
O que foi prometido na Antiga Aliança a Israel, difere muito das bençãos prometidas na Nova Aliança à Igreja, que são espirituais e atemporais, ou seja, eternas.
Enquanto a Israel foi prometido a posse de uma terra física (Gn 17:8; Êx 3.17), a Igreja foi prometido a posse de um terra espiritual (Ap 21.1,2;7).
Por meio da Igreja, o corpo místico de Cristo (Ap 5:9), todo aquele que é alcançado pelo Evangelho, se torna participante destas extraordinárias bençãos:
A promessa de ser templo do Espírito Santo (Jo 14.17,23);
A justificação (Gl 2.16; 2.21);
A liberdade (Gl 4.8-10; Gl 5.1);
A promessa do Batismo com o Espírito Santo (Lc 24.49; At 2.38,39);
A adoção de filhos (Jo 1.12; II Co 6.18; I Jo 3.1,2);
A promessa do livramento da grande tribulação (Ap 3.10).
CONCLUSÃO
Concluímos afirmando que apesar de Deus fazer extraordinárias promessas, devemos ter bastante cuidado a fim de distingui-las, visto que não são todas que dizem respeito a nós. No entanto, algo podemos extrair de todas as promessas de Deus: elas tem como objetivo conceder-nos a convicção de que Ele também cumprirá suas promessas para conosco.
REFERÊNCIAS
PIERATT, Allan B. O evangelho da prosperidade. Vida Nova.
CHAMPLIN, R.N. O Antigo Testamento Interpretado versículo por Versículo. HAGNOS.
COUTO, Geremias do. Lições Bíblicas: as promessas de Deus para a sua vida. CPAD.
GONÇALVES, José. A prosperidade à luz da Bíblia. CPAD
Publicado no site da Rede Brasil de Comunicação
Aurélio define a palavra “individual” como: relativo há um indivíduo. Logo, fica entendido que quando uma promessa é de natureza individual, não deve ser aplicada a todas as pessoas, se não, a indivíduos em particular.
A cerca de Abraão, por exemplo, Deus lhe fez três promessas individuais:
Deus prometeu a Abraão um filho, ainda que sua idade estivesse avançada e que sua esposa fosse estéril: “E eis que veio a palavra do SENHOR a ele dizendo: Este não será o teu herdeiro; mas aquele que de tuas entranhas sair, este será o teu herdeiro” (Gn 15.4);
Deus prometeu a Abraão muitos descendentes, tantos que se tornaria o pai de numerosas nações: “E te farei frutificar grandissimamente, e de ti farei nações, e reis sairão de ti. E estabelecerei a minha aliança entre mim e ti e a tua descendência depois de ti em suas gerações, por aliança perpétua, para te ser a ti por Deus, e à tua descendência depois de ti” (Gn 17:6,7);
Deus prometeu a terra de Canaã a Abraão e a sua posteridade: “E te darei a ti e à tua descendência depois de ti, a terra de tuas peregrinações, toda a terra de Canaã em perpétua possessão e ser-lhes-ei o seu Deus” (Gn 17:8).
Os adeptos da Teologia da Prosperidade, equivocadamente, aplicam para si promessas feitas a indivíduos específicos. Hagin, o maior difusor desse terrível engano, em um de seus livros, usa a passagem bíblica de Gênesis 17.6, onde Deus promete a Abraão que ele seria extraordinariamente frutífero. Afirmando que essa expressão tem o objetivo claro de se referir às riquezas espirituais, física, financeira e material e aplica estas promessas a todos os cristãos, parafraseando-a com a declaração paulina contida em Gálatas 3:8, senão confira: “A primeira coisa que Deus prometeu a Abraão foi que iria enriquecê-lo. ‘Você quer dizer que Deus vai enriquecer todos nós?’ Sim, é isto que quero dizer” (Pieratt, 1993, p.129)
Três graves erros, Hagin comete na interpretação deste versículo:
1.1. O primeiro erro: ele aplica para todos os cristãos uma promessa individual;
1.2. O segundo erro: ele confunde a palavra “frutificar” como sendo bênçãos materiais, mas fica claro que a expressão diz respeito à descendência que viria do patriarca. Abraão foi o pai dos israelitas, ismaelitas, midianitas, edomitas e outros árabes (Gn 17.20; 25.1-3,24-27);
1.3 O terceiro erro: a bênção de Abraão que Paulo faz menção nessa passagem não diz respeito a riquezas materiais, muito pelo contrário, está aludindo às bênçãos espirituais que as nações gentílicas foram incluídas na esperança da salvação por meio de Abraão. Isso fica muito claro em Gálatas 3.7-9 onde Paulo afirma: “Sabei, pois, que os da fé é que são filhos de Abraão. Ora, tendo a Escritura previsto que Deus justificaria pela fé os gentios, preanunciou o evangelho a Abraão: Em ti serão abençoados todos os povos. De modo que os da fé são abençoados com o crente Abraão”.
II - AS PROMESSAS NACIONAIS À ISRAEL
É necessário distinguir as promessas feitas a nação de Israel daquelas feitas a Igreja de Cristo. Assim como as promessas individuais dizem respeito a indivíduos específicos como vimos, as promessas nacionais dizem respeito a uma nação, neste caso, a Israel.
“Embora sejamos abençoados pelo fato de a nação judaica ter desempenhado papel proeminente na história da salvação (Jo 4.19-24), não é biblicamente correto tomar promessas especificas de Deus para Israel, muitas das quais terão cumprimento futuro, e aplicá-los à Igreja” (Couto, 2007, p. 07).
Existem promessas de Deus feitas ao seu povo, Israel, que lhe são peculiares, como, por exemplo, podemos citar:
Deus prometeu a Israel a terra e este recebeu (Gn 12.1; 13.15; 15.18-21; 17.7-8; 26.3-4; 28.13-14; Lv 20.24; 25.23), à qual seu destino está ligado e jamais deixará de existir (Jr 31.35-40);
Numerosas profecias prometem a Israel a restauração na sua terra, com o Messias reinando no trono de Davi por ocasião de Sua volta (2 Sm 7.10-16; 1 Re 9.5; Is 9.6-7; Ez 34.23-24; 37.24-25; Lc 1.31-33);
É clara também a promessa de que Deus derramará do Seu Espírito sobre o Seu povo escolhido que, depois disso, jamais manchará novamente o Seu santo nome, e Ele não mais esconderá de Israel o Seu rosto (Ez 39.7; 22, 27-29; Zc 8.13-14).
Outra grande parte das promessas destinadas a Israel dependiam da guarda da Lei de Deus: moral e cerimonial e da obediência a Ele. Como por exemplo, as que estão citadas em Deuteronômio 28, que diz: “O Senhor te abrirá o seu bom tesouro, o céu, para dar chuva à tua terra no seu tempo, e para abençoar toda a obra das tuas mãos; e emprestarás a muitas nações, porém tu não tomarás emprestado. E o SENHOR te porá por cabeça, e não por cauda; e só estarás em cima, e não debaixo, se obedeceres aos mandamentos do SENHOR teu Deus, que hoje te ordeno, para os guardar e cumprir” (Dt 28.13,14).
Os teólogos da prosperidade usam a referida passagem onde são pronunciadas as bênçãos da obediência no monte Gerizim para erroneamente aplicar a Igreja. No entanto, podemos claramente perceber que esta promessa condicional feita a Israel não pode ser aplicada à Igreja pelo fato desta não estar debaixo da Lei (Rm 6:14; Ef 2:14). A Lei foi abolida para a Igreja e, portanto, tanto as bênçãos quanto as maldições de Deuteronômio 28 não têm aplicação direta para ela. “As bênçãos aqui esboçadas são de natureza quase exclusivamente material, o que é insuficiente do ponto de vista do Cristianismo. Pois as bênçãos mais preciosas são aquelas de caráter espiritual” (Mt 6:19;33) (CHAMPLIN, 2001, p. 855). Porém algo extremamente importante merece ser destacado: o princípio da obediência como causa da benção divina. Este serve tanto para Israel como para a Igreja, pois é um princípio imutável.
III - AS PROMESSAS UNIVERSAIS POR MEIO DA IGREJA
O que foi prometido na Antiga Aliança a Israel, difere muito das bençãos prometidas na Nova Aliança à Igreja, que são espirituais e atemporais, ou seja, eternas.
Enquanto a Israel foi prometido a posse de uma terra física (Gn 17:8; Êx 3.17), a Igreja foi prometido a posse de um terra espiritual (Ap 21.1,2;7).
Por meio da Igreja, o corpo místico de Cristo (Ap 5:9), todo aquele que é alcançado pelo Evangelho, se torna participante destas extraordinárias bençãos:
A promessa de ser templo do Espírito Santo (Jo 14.17,23);
A justificação (Gl 2.16; 2.21);
A liberdade (Gl 4.8-10; Gl 5.1);
A promessa do Batismo com o Espírito Santo (Lc 24.49; At 2.38,39);
A adoção de filhos (Jo 1.12; II Co 6.18; I Jo 3.1,2);
A promessa do livramento da grande tribulação (Ap 3.10).
CONCLUSÃO
Concluímos afirmando que apesar de Deus fazer extraordinárias promessas, devemos ter bastante cuidado a fim de distingui-las, visto que não são todas que dizem respeito a nós. No entanto, algo podemos extrair de todas as promessas de Deus: elas tem como objetivo conceder-nos a convicção de que Ele também cumprirá suas promessas para conosco.
REFERÊNCIAS
PIERATT, Allan B. O evangelho da prosperidade. Vida Nova.
CHAMPLIN, R.N. O Antigo Testamento Interpretado versículo por Versículo. HAGNOS.
COUTO, Geremias do. Lições Bíblicas: as promessas de Deus para a sua vida. CPAD.
GONÇALVES, José. A prosperidade à luz da Bíblia. CPAD
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