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sexta-feira, 22 de junho de 2012

Lição 02 – A Enfermidade na Vida do Crente


Dentre as consequências da entrada do pecado no mundo, certamente as enfermidades são as que mais perturbam as pessoas. Até mesmo os crentes em Jesus são acometidos de doenças, muitas vezes graves, que os levam à morte. Entretanto, o Senhor Jesus Cristo deu à sua Igreja a autoridade para curar enfermos em seu nome.

I. A TRÍPLICE MISSÃO DE JESUS

1. Ensinando o evangelho (v.23a). Nas sinagogas, normalmente aos sábados (Lc 4.16,17), Jesus ensinava aos que ali se reuniam. Sua mensagem, exposta de modo claro e simples, o fazia admirado por muitos, porém, irritava aos que não queriam ouvir a Palavra de Deus.

2. Pregando o evangelho (v.23b). A pregação do evangelho, ou das boas novas de salvação, era o ponto alto do ministério de Jesus. Ele pregava nas sinagogas (Mc 1.39), nas cidades (Mt 4.13,17) e de aldeia em aldeia (Lc 8.1).

3. Curando enfermidades (v.23c). A pregação de Jesus não era um evangelho só de palavras, como faziam os fariseus (Jo 7.46). Sua mensagem tornava-se eloquente por causa dos sinais e prodígios que operava (Jo 2.11). Ele próprio enfatizou este aspecto: “Se não virdes sinais e milagres, não crereis” (Jo 4.48). Muitos creram por causa dos sinais (Jo 2.23; 3.2). Dentre esses sinais, a cura das enfermidades teve lugar especial no ministério terreno do Senhor.

II. OS ENSINOS DE JESUS SOBRE AS ENFERMIDADES

1. Valorizava a visita ao enfermo (Mt 25.36). Ao final do sermão profético, Jesus revelou que, no final dos tempos, serão galardoados aqueles que, em sua missão, tiveram o cuidado de visitar os doentes: “adoeci, e visitastes-me”. Os justos indagarão sobre tal visita ao Senhor: “E, quando te vimos enfermo ou na prisão e fomos ver-te? E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que, quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes” (Mt 25.39,40).

2. Jesus não condena a Medicina. Criticado por entrar na casa de um publicano, Jesus disse aos escribas e fariseus: “Não necessitam de médico os que estão sãos, mas sim os que estão enfermos” (Lc 5.31). Lucas, discípulo de Jesus, era médico. Quando enfermo, o crente não peca se recorrer à Medicina, pois Deus pode usar os médicos e os remédios para conceder a cura desejada. No entanto, para o crente deve sempre prevalecer a vontade divina, pois, às vezes, a cura não é concedida.

3. Enfermidade para a glória de Deus. Num certo lugar, Jesus viu um homem cego de nascença. “E os seus discípulos lhe perguntaram, dizendo: Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?”. Ele respondeu, afirmando: “Nem ele pecou, nem seus pais; mas foi assim para que se manifestem nele as obras de Deus” (Jo 9.1-3). É preciso evitar os erros e exageros das doutrinas extrabíblicas, muito em moda nestes dias.

III. ELE TOMOU SOBRE SI AS NOSSAS ENFERMIDADES

1. O cumprimento profético da cura divina. Em visita à casa de Pedro, Jesus “curou todos os que estavam enfermos, para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta Isaías, que diz: ele tomou sobre si as nossas enfermidades e levou as nossas doenças” (Mt 8.16,17). Neste texto bíblico, está o cumprimento do que Isaías profetizou (Is 53.4) sete séculos antes de Jesus se manifestar ao mundo, curando os enfermos e doentes.

2. Salvação e cura. Jesus cumpriu a profecia sobre seu poder sanador, mesmo antes de morrer na cruz. Após o seu sacrifício expiatório, ele assegurou o direito aos seus servos de serem salvos e curados dos males do corpo físico. O comentário da Bíblia de Estudo Pentecostal (CPAD) diz: “A morte expiatória de Cristo foi um ato perfeito e suficiente para a redenção do ser humano total — espírito, alma e corpo. Assim como o pecado e a enfermidade são os gigantes gêmeos, destinados por Satanás para destruir o ser humano, assim também o perdão e a cura divina vem juntos como bênçãos irmanadas, destinadas por Deus para nos redimir e nos dar saúde (cf. Sl 103.3; Tg 5.14-16)”.

3. Exageros doutrinários. Com base no texto bíblico de Mt 8.17, que repete Is 53.4, os adeptos da chamada “Confissão Positiva” entendem que, como a salvação, a cura divina já foi realizada na cruz, não existindo mais doenças para os crentes. Segundo eles, se o crente apresenta algum problema de saúde, isto é apenas “sintoma”, que precisa ser expulso, pois é coisa de Satanás. Se um crente fica doente, dizem que é por “falta de fé” ou “por causa de pecado”. Isso é terrível, pois há homens e mulheres de Deus, fiéis, que ficam doentes e até passam para o Senhor. Será que eles são pessoas incrédulas ou cheias de pecado? Por outro lado, há quem diga que o texto refere-se unicamente ao pecado (enfermidade espiritual). Jesus, com seu sacrifício, veio nos dar vitória tanto sobre o pecado, quanto sobre suas consequências, incluindo as enfermidades. Entretanto, a vitória total, ou seja “a redenção do nosso corpo” (Rm 8.23) só ocorrerá por ocasião da ressurreição (1 Co 15.54), no arrebatamento (Fp 3.21).

4. O crente fiel pode adoecer. Timóteo, “filho na fé” de Paulo, tinha frequentes enfermidades (1 Tm 5.23); Trófimo ficou doente cm Mileto (2 Tm 4.20); Epafrodito esteve quase à morte (Fp 2.25-30). Isso sem falar de Jó, que “era homem sincero, reto e temente a Deus; e se desviava do mal” (Jó 1.1), e padeceu de uma doença que lhe acometeu desde a cabeça até a planta dos pés (Jó 2.7). Em Mc 16.18, Jesus não disse que os enfermos seriam apenas os descrentes.

5. As doenças são reais. Se podemos impor as mãos sobre “os enfermos”, é porque eles existem e suas enfermidades são reais e não virtuais. Não são “sintomas” apenas. São concretas. É para isso que o crente ora, impondo as mãos ou fazem a “oração da fé” (Tg 5.14,15), que levantará “o doente”, de verdade, e não o falso enfermo. O crente pode adoecer e ser curado imediatamente, ou progressivamente; e pode não ser curado, se assim Deus o quiser ou permitir. A Bíblia diz “Tudo sucede igualmente a todos: o mesmo sucede ao justo e ao ímpio, ao bom e ao puro, como ao impuro...” (Ec 9.2). Somente na eternidade, o justo será completamente diferente do ímpio: “Então, vereis outra vez a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus e o que não o serve” (Ml 3.18).

IV. JESUS DEU AUTORIDADE PARA CURAR

1. Poder para curar. Preparando os seus discípulos para a missão de evangelizar, Jesus “deu-lhes poder sobre os espíritos imundos, para os expulsarem e para curarem toda enfermidade e todo mal (Mt 10.1). Isso é maravilhoso. Os crentes em Jesus têm autoridade para orar pelos enfermos de todo o tipo, seja a enfermidade espiritual, emocional ou física. Na mesma ocasião, ele disse: “Curai os enfermos, limpai os leprosos, ...de graça recebestes, de graça dai” (Mt 10.8). No envio dos 70, ele mandou curar os enfermos (Lc 10.9). Em suas últimas palavras, antes de ser assunto aos céus, Jesus garantiu o seu poder, para que em seu nome os enfermos sejam curados (Mc 16.18).

2. A imposição das mãos. Jesus ensinou que os seus servos “imporão as mãos sobre os enfermos e os curarão”. Trata-se de um ato de fé, numa demonstração de que o poder de Deus no crente envolve o seu interior e o exterior. Assim como do corpo de Jesus saiu virtude (Mc 5.30), esta pode, da parte de Deus, fluir do crente para o enfermo e este receber a cura, não por causa das mãos de quem ora, mas pelo poder no nome de Jesus. Além da imposição de mãos, o crente pode ser curado através da oração da fé com unção com óleo (Tg 5.14-16) ou através dos dons de curar (1 Co 12.9).

CONCLUSÃO

As doenças, no seu aspecto geral, são consequências da entrada do pecado no mundo. No aspecto específico, ou seja, a doença de determinada pessoa, no entanto, não se pode julgar que seja fruto de pecado, ou de falta de fé. O cristão pode adoecer e pode ser curado de imediato ou não. Depende não só de fé, mas, também, da vontade diretiva ou permissiva de Deus. Que o Senhor nos ajude no incremento do ministério de cura divina, não só como fator de alívio para os doentes, mas como meio de propagar o poder de Deus através do evangelho.


2º Trimestre de 2000 / Os ensinos de Jesus para o homem atual /Elinaldo Renovato de Lima

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