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terça-feira, 27 de dezembro de 2011
Lição 1- O Surgimento da Teologia da Prosperidade
Texto Áureo: Rm. 9.20 - Leitura Bíblica: Lc. 12.13-21
INTRODUÇÃO
Testemunhamos, nessas últimas décadas, a expansão de um movimento teológico denominado de Teologia da Prosperidade. Ao longo deste trimestre estudaremos a respeito da prosperidade, a partir de uma perspectiva bíblica, diferentemente daquela apregoada por essa que poderia muito bem ser referida como Teologia da Ganância. Nesta aula, definiremos esse movimento, em seguida, apontaremos seus fundamentos, e, ao final, destacaremos alguns dos seus ensinamentos.
1. TEOLOGIA DA PROSPERIDADE: CONTEXTUALIZAÇÃO
A teologia, em si mesma, não é negativa, na verdade, todo discurso sobre Deus é uma teologia, é justamente essa a etimologia da palavra: Theos - Deus, e Logia - Discurso, portanto, toda discussão que trata a respeito de Deus, seja ela bíblica ou não é uma teologia. Em sentido amplo, qualquer pessoa pode muito bem ser considerado teóloga ou teólogo. Uma teologia bíblica, isto é, fundamentada na revelação, consoante ao exposto na Escritura, pode contribuir para a edificação da igreja. A teologia serve à evangelização e às missões, a fim de que possamos levar corretamente a mensagem da salvação, à apologética, a fim de confrontar os ensinamentos contrários à Palavra de Deus, à edificação do Corpo de Cristo, na medida em que esse cresce na doutrina, no conhecimento e na graça do Senhor Jesus. Mas nem toda teologia é bíblica, existem muitos movimentos teológicos heterodoxos, que não se coadunam com os princípios bíblicos. A teologia bíblica parte do pressuposto de que Deus se revelou (Hb. 1.1,2) e que o Verbo se fez carne (Jo. 1.1,14), por esse motivo, podemos conhecê-LO. Para tanto, precisamos reconhecer que a Bíblia não é de particular interpretação (II Pe. 1.20) e que não pode ser lida sem que se atente para determinados princípios hermenêuticos. A Teologia da Prosperidade (ou Teologia da Ganância) utiliza a Bíblia para reforçar os interesses dos líderes, por isso, não se trata de uma teologia exegética (que busca o sentido no texto), mas eisegética (que leva o sentido para o texto). A Teologia da Prosperidade utiliza textos isolados e descontextualizados da Bíblia para defender que os filhos do Rei não podem passar por sofrimento ou privação financeira. Seus adeptos argumentam que os sofredores e os pobres são infiéis, e que não estão determinando ou requerendo de Deus o que lhes é de direito. A espiritualidade do cristão costuma ser atrelada aos bens materiais que consegue adquirir, por outro lado, a ausência deles costuma ser associada à infidelidade na doação de ofertas, na maioria das vezes, exigidas acima da capacidade financeira das pessoas que frequentam suas igrejas.
2. OS FUNDAMENTOS DA TEOLOGIA DA PROSPERIDADE
O avô da Teologia da Prosperidade foi Emanuel Swedenborg (1688-1772), um importante cientista sueco. Em 1973 ele publicou um livro intitulado Infinite [Infinito], posterioremente, lançou outro com o título de Heavenly Secrets [Segredos Celestiais], no qual advoga ser o único revelador do Senhor. Ele defendia que havia dialogado um ano com Paulo e conversado várias vezes com Lutero, como se isso não fosse bastante, que havia estado com Moisés. Muitos dos seus escritos foram distribuídos e amplamente lidos nos Estados Unidos, e acabaram influenciando pessoas como Ralph Waldo Trine, Warren Felt Evans e outros que fundaram o movimento Novo Pensamento. O mentor intelectual desse movimento foi Phineas Quimby (1802-1866), que, através da hipnose, desenvolveu a ideia de curas através da mente. A base da sua teoria era a de que a mente tem poder e habilidade para criar e influenciar, desse argumento surgiria a Confissão Positiva, isto é, a teologia da determinação, e a crença de que as palavras têm poder para realizar o que bem se deseja. Um dos seguidores de Quimby foi Warren Felt Evans (1817-1889), que se tornou o escritor responsável pela divulgação da ideias de Quimby através dos seus livros. O mais representativo escritor desse movimento, no entanto, seria Ralph Waldo Trine (1866-1958), através do qual o Novo Pensamento adquiriu popularidade. Alguns cristãos acabaram incorporando à doutrina bíblica aos pressupostos do Novo Pensamento, dentre eles, Norman Vicent Peale (1898-1993), pastor da Marble Collegiate Church, em Nova Iorque. Ele ficou conhecido pelo seu livro The Power of Positive Thinking [O Poder do Pensamento Positivo]. Mas a Teologia da Prosperidade, como a conhecemos atualmente, ganhou força através do Pastor E. W. Kenyon (1867-1948), sendo esse o responsável pela relação entre o Novo Pensamento e a Teologia da Prosperidade. Ele aderiu à Confissão Positiva, colocou o ser humano em posição elevada e passou a defender a Teologia da Prosperidade e da Saúde. Posteriormente, Kenneth Hagin (1917-2003) assumiu o posto de principal evangelista da Teologia da Prosperidade. Ele é o pai do movimento Palavra da Fé, movimento difundido no Brasil, por vários líderes eclesiásiticos, entre eles Valnice Milhomens. Alguns líderes neopentecostais (ou pseudopentecostais) aderiram a esse movimento, dentre eles, Edir Macedo, R. R. Soares e Valdomiro Santiago os quais, através da utilização da mídia, principalmente a televisiva, massificaram a Teologia da Prosperidade no país.
3. OS ENSINAMENTOS DA TEOLOGIA DA PROSPERIDADE
A Teologia da Prosperidade, conforme se depreende desse relato histórico, foi importada dos Estados Unidos, e ainda é bastante popular naquele país. Atualmente é defendida por líderes como Joel Osteen, T. D. Jakes e Joyce Meyer. Muitas pessoas assistem pela TV os ensinamentos dessa teologia, mas não sabem o quanto ela destoa da ortodoxia bíblica. Trata-se também de um movimento bastante heterogêneo, isso porque cada pastor-celebridade apresenta determinadas especificidades em relação ao movimento. Os lideres da Teologia da Prosperidade costumam, em geral, têm uma visão deturpada de Deus. Alguns deles negam a doutrina da trindade, outros exageram, tal como Benny Hinn, que, a partir de uma suposta revelação, passou a defender que cada pessoa da divindade é triuna, resultando em nove pessoas distintas. A visão predominante de Deus na Teologia da Prosperidade é a de uma divindade sem soberania, isso porque seus líderes colocam o ser humano em primazia. Para eles o poder não está em Deus, mas no próprio ser humano, este, através do poder da confissão positiva, deve determinar, obrigar Deus a fazer o que deseja. A Teologia da Prosperidade acaba por supervalorizar o ser humano em detrimento de Deus. Ela inverte o papel do Criador e da Criatura, os seres humanos, e não Deus, é o centro do universo. Alguns deles, como Paul Crouch e Kenneth Copeland, advogam que o ser humano é deus ou que têm um deus dentro de si. A ênfase é posta na saúde e na riqueza, como explicita Oral Roberts, em um de seus livros, que Jesus nunca foi pobre, e , por conseguinte, nenhum cristão pode aceitar a pobreza. Robert Tilton vai mais além, argumentando que ser pobre é pecado, já que Deus promete prosperidade. Para incentivar os adeptos a alcançarem a prosperidade, eles os desafiam a darem bastante, às vezes, tudo o que têm, com promessas de que serão recompensados por Deus, em uma espécie de barganha. A visão de salvação deles também é equivocada, tendo em vista que o pecado é a pobreza, a redenção acontece quando alguém consegue enriquecer, negando, assim, a condição de pecado apresentada na Bíblia, e a necessidade de um Salvador. A morte de Jesus perde a razão de ser, por esse motivo, pouco se fala em arrependimento e novo nascimento, bem como em ser uma nova criatura.
CONCLUSÃO
A Teologia da Prosperidade ou da Ganância tem causado estragos ao movimento evangélico brasileiro. Isso porque muitos se fizeram pastores, outros por acharem pouco, se dizem bispos e apóstolos com o objetivo de extorquir os incautos. O culto às personalidades se tornou uma prática recorrente, as mesmas caras estão sempre na televisão, fazendo apelos, determinando e prometendo saúde e prosperidade. Eles negam a mensagem da cruz de Cristo, e, com ela, a possibilidade do cristão sofrer. A generalização da mídia acaba causando deturpações, pois as pessoas pensam que todos os evangélicos são iguais. Oramos ao Soberano Deus para que, através das próximas lições, possamos assumir uma posição apologética contra essa famigerada teologia, que nada tem de bíblica e que se opõe ao genuíno evangelho de Jesus de Cristo.
BIBLIOGRAFIA
HANEGRAAFF, H. Cristianismo em crise. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.
JONES, D. W., WOODBRIDGE, R. S. Health, wealth & happiness: has the prosperity gospel overshadowed the gospel of Christ?. Grand Rapids, Kregel, 2011.
Publicado no blog Subsidio EBD
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
LIÇÃO 13- A INTEGRIDADE DE UM LÍDER
Neemias foi copeiro de Artaxerxes e governador de Jerusalém. Foi o reconstrutor da cidade de Davi, a cidade que passou mais de um século debaixo de escombros.
Ele levantou os muros da cidade em apenas cinquenta e dois dias, apesar de escassez de recursos, do desânimo do povo e dos constantes ataques do inimigo. Qual foi o segredo desse grande líder?
1. Neemias conjugava piedade com estratégia. Quando soube que a cidade de Jerusalém estava assolada por grande miséria e o seu povo vivendo debaixo de opróbrio, Neemias chorou, orou, jejuou, mas também se dispôs a agir e ao agir, fê-lo com refinada sabedoria. Ele falou com Deus e com o rei da Pérsia. Ele buscou os recursos do céu e os tesouros da terra. Precisamos de líderes piedosos e de líderes sábios, líderes íntegros e também de líderes relevantes. Homens que tenham intimidade com os céus e sabedoria para lidar com os intrincados problemas da terra.
2. Neemias conjugava discrição com encorajamento. Quando Neemias chegou à devastada cidade de Jerusalém, nada disse ao povo até fazer uma meticulosa avaliação da situação. Somente depois, compartilhou seu plano e conclamou o povo para unir-se a ele na reconstrução da cidade. Antes de desafiar o povo para o trabalho, o líder precisa saber a dimensão da obra a ser feita. Antes de falar ao povo, o líder precisa ter uma estratégia clara em sua mente. Um líder sábio analisa os problemas discretamente antes de encorajar seus liderados publicamente. Quando o líder sabe o que precisa ser feito, e onde quer chegar e como chegar, seus liderados são encorajados a realizar a obra.
3. Neemias conjugava integridade com exortação. Os governadores que precederam Neemias exploraram o povo. Eram líderes que se serviam das pessoas em vez de servi-las. Neemias interrompe essa cultura de corrupção e exorta os abastados a socorrer os necessitados. Ele exortou com autoridade, porque sua integridade era a base da sua liderança. Por temor a Deus, não usou seu posto de liderança para auferir vantagens pessoais, mas para servir ao povo com maior abnegação. A vida do líder é a vida da sua liderança. A integridade do líder é a base da sua autoridade para exortar seus liderados.
4. Neemias conjugava oração com trabalho. Neemias foi um homem de oração e de ação. Ele orava e agia. Ele confiava em Deus e trabalhava. Ele orou ao saber do problema de Jerusalém. Ele orou ao falar com o rei Artaxerxes. Ele orou diante dos ataques do inimigo. A oração era a atmosfera em que realizava sua obra. Ele entendia que a obra de Deus precisava ser feita na força de Deus, de acordo com a vontade de Deus e para a glória de Deus. Neemias acreditava que Deus é quem abre as portas, provê os recursos, desperta o povo, livra do inimigo e dá a vitória. A intensa agenda de oração de Neemias, entretanto, não fez dele um líder contemplativo, mas um homem dinânimo, um gestor competente, um estadista que reergueu sua cidade dos escombros.
5. Neemias conjugava o ensino da Palavra com planejamento estratégico. Neemias foi um líder fiel às Escrituras. Ele convocou o povo para voltar-se para a Lei de Deus e fez não apenas uma reforma estrutural e política em sua cidade, mas também uma reforma espiritual. Por outro lado, Neemias foi absolutamente estratégico nesse projeto. Ele colocou cada pessoa no lugar certo, para fazer a coisa certa, com a motivação certa. Ele motivou e mobilizou todas as pessoas: homens e mulheres, pobres e ricos, sacerdotes e comerciantes, agricultores e ourives. Ninguém ficou de fora. No seu planejamento havia trabalho para todos e foi a união de todos, trabalhando na mesma direção, com a mesma motivação, que redundou em vitória tão esplêndida. Que Deus levante entre nós líderes da estirpe de Neemias!
Ele levantou os muros da cidade em apenas cinquenta e dois dias, apesar de escassez de recursos, do desânimo do povo e dos constantes ataques do inimigo. Qual foi o segredo desse grande líder?
1. Neemias conjugava piedade com estratégia. Quando soube que a cidade de Jerusalém estava assolada por grande miséria e o seu povo vivendo debaixo de opróbrio, Neemias chorou, orou, jejuou, mas também se dispôs a agir e ao agir, fê-lo com refinada sabedoria. Ele falou com Deus e com o rei da Pérsia. Ele buscou os recursos do céu e os tesouros da terra. Precisamos de líderes piedosos e de líderes sábios, líderes íntegros e também de líderes relevantes. Homens que tenham intimidade com os céus e sabedoria para lidar com os intrincados problemas da terra.
2. Neemias conjugava discrição com encorajamento. Quando Neemias chegou à devastada cidade de Jerusalém, nada disse ao povo até fazer uma meticulosa avaliação da situação. Somente depois, compartilhou seu plano e conclamou o povo para unir-se a ele na reconstrução da cidade. Antes de desafiar o povo para o trabalho, o líder precisa saber a dimensão da obra a ser feita. Antes de falar ao povo, o líder precisa ter uma estratégia clara em sua mente. Um líder sábio analisa os problemas discretamente antes de encorajar seus liderados publicamente. Quando o líder sabe o que precisa ser feito, e onde quer chegar e como chegar, seus liderados são encorajados a realizar a obra.
3. Neemias conjugava integridade com exortação. Os governadores que precederam Neemias exploraram o povo. Eram líderes que se serviam das pessoas em vez de servi-las. Neemias interrompe essa cultura de corrupção e exorta os abastados a socorrer os necessitados. Ele exortou com autoridade, porque sua integridade era a base da sua liderança. Por temor a Deus, não usou seu posto de liderança para auferir vantagens pessoais, mas para servir ao povo com maior abnegação. A vida do líder é a vida da sua liderança. A integridade do líder é a base da sua autoridade para exortar seus liderados.
4. Neemias conjugava oração com trabalho. Neemias foi um homem de oração e de ação. Ele orava e agia. Ele confiava em Deus e trabalhava. Ele orou ao saber do problema de Jerusalém. Ele orou ao falar com o rei Artaxerxes. Ele orou diante dos ataques do inimigo. A oração era a atmosfera em que realizava sua obra. Ele entendia que a obra de Deus precisava ser feita na força de Deus, de acordo com a vontade de Deus e para a glória de Deus. Neemias acreditava que Deus é quem abre as portas, provê os recursos, desperta o povo, livra do inimigo e dá a vitória. A intensa agenda de oração de Neemias, entretanto, não fez dele um líder contemplativo, mas um homem dinânimo, um gestor competente, um estadista que reergueu sua cidade dos escombros.
5. Neemias conjugava o ensino da Palavra com planejamento estratégico. Neemias foi um líder fiel às Escrituras. Ele convocou o povo para voltar-se para a Lei de Deus e fez não apenas uma reforma estrutural e política em sua cidade, mas também uma reforma espiritual. Por outro lado, Neemias foi absolutamente estratégico nesse projeto. Ele colocou cada pessoa no lugar certo, para fazer a coisa certa, com a motivação certa. Ele motivou e mobilizou todas as pessoas: homens e mulheres, pobres e ricos, sacerdotes e comerciantes, agricultores e ourives. Ninguém ficou de fora. No seu planejamento havia trabalho para todos e foi a união de todos, trabalhando na mesma direção, com a mesma motivação, que redundou em vitória tão esplêndida. Que Deus levante entre nós líderes da estirpe de Neemias!
LIÇÃO 13- A INTEGRIDADE DE UM LÍDER
A Integridade do Líder
Você é um líder.
Ficou surpreso com o impacto da palavra Líder? Antes de estar na posição de líder, talvez você tenha pensado que os Líderes tinham uma vida sobre-humana, vivendo numa relação face a face com Deus como Moisés e que suas idéias eram absolutas e suas respostas perfeitas, sem ambivalências.
O tempo passou e, quando menos percebemos, fomos chamados a assumir uma posição de liderança e sentimos a mesma insegurança que Moisés ou Josué: Eu??? Líder??? Não Senhor, deve haver algum engano… Chegar à posição de guiar outras pessoas não é algo que acontece subitamente, é uma evolução a que vamos nos acostumando e seguimos sem que haja uma reflexão mais profunda dos papéis que assumimos e também da necessidade de uma evolução ética, essencial para a nova etapa.
Assim como um prédio mais alto precisa de alicerces mais profundos, um líder com mais influência precisa de um padrão ético mais firme na Rocha.
Quando nos damos conta de que muitas pessoas se apóiam em nossa Visão para construírem – total ou parcialmente – a sua definição pessoal, percebemos uma desconfortável sensação de poder que se opõe à insegurança e à fragilidade de estar na frente, sendo avaliado pelo que faz ou decide não fazer.
Ao mesmo tempo, nós também precisamos também de direções: “Que condições Deus nos apresenta para seguir crescendo dentro da Sua Visão? Quais armadilhas que o cristão precisa atravessar para fazer a Sua Vontade aqui na Terra como ela é feita no Céu?”
A resposta está na busca da Integridade.
Integridade
“O que você não quiser comer, não cheire”. Ditado Nigeriano.
Sua liderança depende de sua Integridade.
Sua liderança depende de sua Integridade.
O vocábulo “Integridade” vem do latim “Integrare” que significa “fazer inteiro, uno, total” por exemplo: integrais são números inteiros, integrar é combinar as partes em algo único, holístico, um total.
Então Integridade tem a ver com totalidade, unicidade, indivisibilidade. Uma pessoa íntegra ou de Integridade é a que é una, a mesma:
O que ela diz é o mesmo que ela faz. O que ela é em público é o mesmo em sua vida privada. As duas coisas são uma só e não duas. Na verdade, os maiores problemas de caráter acontecem nas menores coisas. Quando o cristão começa sua jornada de guiar outras pessoas percebe-se tendo que encarar sentimentos, impulsos e limitações que nunca imaginou que enfrentaria quando chegasse a tal posição. Há uma relação direta entre ser um cristão e apontar o caminho para outras pessoas. Por isso nos referimos a cada cristão como um líder.
As tentações não se materializam como grandes desafios éticos, mas sim em pequenas coisas que estão ao alcance do líder em seu dia a dia. O amadurecimento de um cristão começa quando ele aprende a lidar com suas pequenas fraquezas e também a compreender a fraqueza dos outros.
Sabemos que não se pode medir o nível de Integridade de uma pessoa. É uma avaliação subjetiva. Mas podemos dizer que existe uma linha imaginária que a mede e que as pessoas, de maneira geral, vêem esta linha e respondem a ela. Esta linha é medida inconscientemente pelas pessoas quando percebem a distância entre fazer o que se fala e falar o que se faz.
Quanto maior a Integridade de um cristão mais ele pode fazer o que fala e falar o que faz. Muitas pessoas, quando em público, são doces e amorosas, mas em sua vida pessoal são vistas como algozes impiedosos. Freqüentemente não somos a mesma pessoa em nossa vida pessoal e na vida privada. É claro que sua privacidade não precisa ser invadida a todo o momento mas vale lembrar que um dia ela será e tudo o que está oculto em sua vida será descoberto. Então a vida cristã e o caráter cristão são uma só experiência. Experiência essa marcada pela frustração e pela busca de socorro em Deus.
A Integridade dá:
· Poder às nossas palavras.
· Força aos nossos planos.
· Impacto às nossas ações.
Quando se estabelece a Integridade muito pode ser feito. Mas se há uma dúvida quanto à Integridade de um líder ou de uma Igreja, quase nada pode ser feito.
Em tudo te dá por exemplo de boas obras; na doutrina mostra integridade, sobriedade, linguagem sã e irrepreensível, para que o adversário se confunda, não tendo nenhum mal que dizer de nós. Tito 2; 7-8
Um dos primeiros ataques a um cristão ou a qualquer líder é quanto à sua Integridade, depois quanto à legitimidade de sua liderança.
Estes ataques não acontecem “fora das muralhas”, advindos da estratégia do inimigo, mas sim de dentro de nossa sala mais íntima e segura, transbordando daqueles com quem dividimos o pão.
Esta maldição se manifesta sem que ninguém perceba o seu poder de corrosão. Um reino não pode prevalecer quando está dividido e a falta de confiança no líder gera a divisão e a rebelião.
Cultivando a Integridade
Tome cuidado com as pequenas coisas
Disse-lhe o seu senhor: Muito bem, servo bom e fiel; sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor. Mat.25.21
Nos pequenos detalhes, no segundo olhar, nas pequenas e inocentes provas que parecem sem risco algum… nos detalhes quebramos a relação de intimidade com Deus. Integridade só é conseguida na relação de amor e dependência de Deus. Diga não à tentação… o mais rápido possível.
Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas, e segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a constância, a mansidão. I Tim 6.11
Não deixe sua mente negociar. Uma das cenas mais sutis do filme “O Advogado do Diabo” o jovem advogado está conversando com o dono do escritório de advocacia sem saber que ele e o próprio diabo e pergunta: “Você está negociando?” e o diabo responde: “Estou sempre negociando!”
Não separe Vida Privada de Vida Pública.
Ao que disse Saul: Pequei; honra-me, porém, agora diante dos anciãos do meu povo, e diante de Israel, e volta comigo, para que eu adore ao Senhor teu Deus. I Sam 15.30
Em qualquer dúvida diga não! Sua consciência é seu bem mais valioso e deve ser treinada para fazer o que é certo tendo como base princípios e não quantidades ou quantias.
Mantenha sua consciência limpa.
Atenção para motivos escusos. Quando assumimos o nosso papel como cristãos e como líderes, estamos querendo que as pessoas nos sigam e elas não seguem idéias, seguem pessoas. Quando a pessoa não é fidedigna, ninguém a seguirá. Seja transparente diante dos homens e de Deus.
Por isso procuro sempre ter uma consciência sem ofensas diante de Deus e dos homens. Atos 24.16
Não se permita caminhar com pendências em nenhuma área de sua vida. A Palavra de Deus nos convoca a limpar as pendências com os irmãos antes de fazer o mais sagrado: ofertar no altar do Senhor. Se algo é levantado contra a imagem ou o ministério de um líder, não é suficiente que ele tenha boas justificativas. É necessário que ele saiba lidar com o processo por detrás da queixa.
· Se é algo a ser consertado, reparado ou resgatado, resolva com o irmão.
· Se é uma insurreição dentro da Igreja ou do ministério, dissolva as causas.
· Se é uma armadilha do diabo, resista e lute dentro da Palavra de Deus.
Mas em todos os casos entenda que há um chamado de Deus para um conserto, portanto humilhe-se diante do Pai, e Ele te exaltará diante dos homens.
Integridade é essencial para a Liderança porque toda liderança é uma liderança moral. David Wong.
Há uma Visão para seguirmos e um caminho para construirmos. Somos um povo que tem um Deus fiel para dar a Visão e as condições para sua realização, por isso é chamado “O Senhor do Impossível”. Deus não tem Seu maior interesse no que você faz mas sim no que você se transforma enquanto faz. Ele observa suas motivações e o oculto de seu coração. É isso que Ele deseja: adoradores que vivem a ação como adoração e sua busca de santidade é um processo natural de derramar-se diante do Seu Altar.
Que Deus nos desafie e nos transforme.
Com amor e gratidão pelos homens e mulheres de Deus da Igreja Batista da Lagoinha, vocês que investem sua vida na verdadeira videira e frutificam no deserto deste mundo.
Com amor
Com amor e gratidão pelos homens e mulheres de Deus da Igreja Batista da Lagoinha, vocês que investem sua vida na verdadeira videira e frutificam no deserto deste mundo.
Com amor
Dr. Roberto Aylmer
www.vivos.com.br
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LIÇÃO 13- A INTEGRIDADE DE UM LÍDER
Nesta última lição do 4º trimestre de 2011 o tema “integridade” é abordado com muita propriedade. Iniciarei este subsídio citando e comentando alguns trechos da lição.
A INTEGRIDADE DO LÍDER E AS VANTAGENS
“[...] Neemias abriu mão de todas essas vantagens, para ajudar para ajudar seus compatriotas a superar aquele momento tão difícil. Atualmente, não são poucos os homens e mulheres que tudo renunciam para se dedicarem integralmente ao Reino de Deus.” (Ponto I, sub-ponto 1)
O texto acima afirma uma verdade, a de que muitos renunciaram vantagens para se dedicarem ao Reino Deus. Conheço diversas pessoas que sentindo o chamado de Deus para dedicar tempo exclusivo em sua obra abriram mão de um emprego maravilhoso, de uma carreira promissora e de um negócio lucrativo.
Por outro lado, conheço muita gente que fez (e faz) do Reino de Deus o seu negócio. São líderes que fazem da posição que ocupam fonte de enriquecimento pessoal e de benefício para a família e “amigos”. Estes, matam e morrem para não perder as vantagens das quais Neemias abriu mão. Falo da segurança, estabilidade, conforto, posição privilegiada e honrarias.
Nos dias atuais tenho visto líderes que eram íntegros e tementes a Deus, mas, que agora encontram-se corrompidos e embriagados por cargos e posições. Ocupar e se manter em cargos de diretorias de igrejas, convenções estaduais e nacionais tornou-se obsessão para os tais. A minha alma geme em vê tanta gente boa se perdendo. A confiança na soberania de Deus que estabelece líderes para servir ao seu povo foi quase que totalmente abandonada.
A INTEGRIDADE DO LÍDER E A REFORMA MORAL E ESPIRITUAL
“Homem íntegro e temente a Deus, não se limitou a reconstruir os muros e as portas de Jerusalém, mas conduziu a nação a uma profunda reforma moral e espiritual”. (Ponto II, sub-ponto 1)
Uma reforma moral e espiritual foi um grande anseio no período que antecedeu a Reforma Protestante. O quadro era o seguinte:
- Corrupção e suborno nas eleições e indicações para os cargos eclesiásticos. Alexandre VI foi eleito pelo colégio de cardeais por meio de suborno e Leão X teve a sua eleição comprada a peso de ouro[1]. Sisto IV financiou suas guerras vendendo os cargos da Igreja para os compradores que mais pagassem.[2] Os cardeais raramente eram escolhidos por sua piedade, mas em geral por sua riqueza ou relações políticas ou capacidade administrativa.[3] Na Igreja do século XV quase todas as indicações exigiam a compra de superiores. “Uma medida papal muito usada para arranjar dinheiro era vender cargos eclesiásticos, ou (segundo o ponto de vista dos papas) indicar para sinacuras ou honrarias, até para cardinalato, pessoas que fizessem uma contribuição substancial para as despesas da Igreja”.[4] O nepotismo esteve também presente. Alexandre VI logo após a instalação, cumulou seu filho de benefícios, que aos 16 anos foi nomeado arcebispo de Valência. Após um ano fê-lo cardeal.
- Envolvimento com a política secular. Leão X, o terrível, era mais comandante de tropas do que líder espiritual. “Para ele, a salvação da Igreja estava na política e na guerra, uma eclesiologia altamente questionável”.[5] A diplomacia inescrupulosa de Alexandre VI e o militarismo cruel de seu filho César Bórgia reconquistaram os Estados Papais para o papado e acrescentaram rendas e forças à Sé Apostólica, escandalizando com os seus métodos a Europa.[6] O Papa Júlio II superou a postura e ação militar de César Bórgia realizando guerra contra a rapace Veneza e os franceses invasores. “A Europa ficou chocada ao ver o papado não somente secularizado como também militarizado”.[7] O Papa Sisto IV atirou-se avidamente ao jogo da política.[8] Muitos bispos eram, ao mesmo tempo, governadores eclesiásticos e civis.[9]
- O esbanjamento dos recursos. Leão X foi leviano gastando fortunas para saciar o seu hedonismo. Logo após a sua eleição escreveu a seu irmão Giuliano de Médicis: “Curtamos o papado, já que Deus no-lo concedeu!”.[10] A Igreja esqueceu a pobreza dos Apóstolos nas necessidades e gastos do poder[11]. Os impostos papais para manter o luxo tornaram-se uma carga pesada para o povo da Europa.[12] “Para a maior parte do clero, a Igreja era vista como sendo de sua propriedade”. [13]
- A força da tradição. Um conjunto de tradições religiosas, ao passar dos séculos, ganhou preeminência em relação à Palavra de Deus. Assim, como nos dias de Jesus, a tradição passou a invalidar o mandamento divino (Mt 15.1-6). Como bem coloca Maia
A tradição nunca foi rejeitada pelo simples fato de ser tradição. Nas próprias Escrituras encontramos ênfase e crítica à tradição (2 Ts 2.15). A questão básica é: A que tradição estamos nos referindo? R.C. Sproul esclarece: “Lutero e os reformadores não queriam dizer por Sola Scriptura que a Bíblia é a única autoridade da Igreja. Pelo contrário, queriam dizer que a Bíblia é a única autoridade infalível dentro da Igreja.[14]
O que não se pode negociar e aceitar é o fato de que nenhuma tradição, por “boa” que seja, tenha autoridade acima da Palavra de Deus.
- Outras queixas. Outros fatores contribuíram para o anticlericalismo da Europa Católica Romana.[15] Foram eles: A ênfase na fé ortodoxa mais do que na boa conduta, a absorção da religião pelo ritual, a ociosidade e a esterilidade espiritual dos monges, a exploração da credulidade popular através da venda de indulgências, do suposto poder miraculoso das relíquias, do abuso da excomunhão, da censura pelo clero às publicações, a crueldade da inquisição, o desvios de recursos destinados às cruzadas, e mais a afirmação de que um clero corrompido era o único ministrador de todos os sacramentos, com exceção do batismo.
Este conjunto de fatores promoveu um total descrédito na liderança da Igreja. O título de clérigo, padre ou monge era um termo de insulto pesado. “Em Viena, o sacerdócio, em tempos a mais desejada de todas as carreiras, não recebeu qualquer noviço nos 20 anos que precederam a Reforma”.[16]
É duro afirmar, mas estamos repetindo os mesmos erros do passado. Concluo, seguindo a mesma perspectiva de Lutero, de que uma reforma moral só será possível com uma reforma espiritual, e não o contrário. Aliás, foi este o grande ponto de divergência entre o reformador Lutero e o humanista Erasmo de Roterdã.
A INTEGRIDADE DO LÍDER E O PODER
“Há um ditado popular que diz: ‘Quer saber quem é realmente uma pessoa? Dê-lhe poder’. Há certos homens e mulheres que, ao assumirem um cargo de liderança, mudam completamente”.(Ponto II, sub-ponto 2)
Eu acrescento ao ditado o seguinte: Quer saber mais ainda quem é realmente uma pessoa? Tire o poder que lhe foi dado.
Conheço líderes que quando não estavam no poder censuravam e se indignavam com algumas práticas de quem lá estava. Ao assumir o poder, não demorou muito para reproduzir os mesmos erros.
Hoje, em igrejas e Convenções, há uma luta ferrenha para se conquistar e para se manter no poder. Quem está fora quer entrar para “mamar nas tetas” da instituição, enquanto quem está no poder não quer largar de forma alguma as “tetas”. Parece até com a música do Dominguinhos que diz:
Olha, isso aqui tá muito bom
Isso aqui tá bom demais
Olha, quem ta fora qué entra
Mas quem ta dentro não sai
Verso:
Vou me perder me afogar no teu amor
Vou desfrutar me lambuzar deste calor
Te agarrar pra descontar minha paixão
Aproveitar o gosto dessa animação
No caso “ministerial” em questão, os homens estão se afogando no amor ao poder, se lambuzando nos privilégios, se agarrando aos cargos e se animando nos grandes banquetes.
A INTEGRIDADE E A POPULARIDADE DA LIDERANÇA
Wiersbe, em seu livro A Crise de Integridade (1993, p. 52-53), faz uma advertência bastante pertinente para a nossa realidade
Uma das fraquezas da igreja nos últimos anos tem sido a abundância de celebridades e a ausência de servos. A maneira pela qual alguns pregadores dos meios de comunicação têm ostentado abertamente um estilo de vida extravagante é uma desgraça para si mesmos e para a igreja. Entretanto, poucos líderes religiosos ousam criticá-los ou cortar a amizade. Afinal, quando assistem às mesmas convenções, compartilham a mesma publicidade e pertencem às mesmas comissões influentes, é fácil ignorar o pecado e chamar a covardia de “tolerância”. A igreja não vai solucionar a crise de integridade até que os seus ministros e membros comecem a viver a mensagem do evangelho tanto quanto pregá-la. Os pregadores do sucesso asseveram que uma vida de opulência é a confirmação do evangelho, mas eu acho que é uma contradição do evangelho. Não é que Deus queira que o seu povo viva em pobreza, pois ele “tudo nos proporciona ricamente para nosso aprazimento” (1 Tm 6.17). Mas, levando em consideração o nascimento, a vida e a morte de Cristo, e levando em consideração o sofrimento e a necessidade do mundo nos dias de hoje, como pode a igreja justificar apoio a homens e movimentos que desperdiçam recursos? Acho que algumas celebridades cristãs tem problemas financeiros e morais por começarem a acreditar no que se dizia a seu respeito. Deve ser difícil para a celebridade chegar em casa depois de uma esplêndida reunião ou concerto e ter que trocar as fraldas do nenê ou levar o lixo para fora! [...] Nos dias de hoje muitos ministérios são governados pela popularidade e não pela integridade, pelas estatísticas e não pelas Escrituras. [...] Nossa igrejas também precisam de líderes corajosos como Neemias, que estejam dispostos a atacar a árdua tarefa de remover os destroços, reconstruir os muros e retirar o opróbrio do povo de Deus. Para resolver essa crise de integridade, pregadores e leigos precisam trabalhar em conjunto. Portanto, voltemos a Neemias e consideremo-lo como nosso exemplo de integridade na liderança.
Amados, fico por aqui, agradecendo a todos que me motivam para continuar a escrever estes subsídios. Sou sabedor do incômodo que os mesmos provocam em muitos, mas, da mesma forma, da esperança e ânimo que promovem em outros.
Sou consciente de que não se dobrar ao “sistema” tem um preço alto a ser pago, mas, como Jesus pagou um preço bem maior, sigo na graça dele e contando com as vossas orações.
No amor de Cristo,
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BOICE, James M. et al. Reforma Hoje: uma convocação feita pelos evangélicos confessionais. São Paulo: Cultura Cristã, 1999.
CAIRNS, Earle E. O Cristianismo através dos séculos: uma história da igreja cristã. Tradução de Israel belo de Azevedo. 2. ed. São Paulo: Vida Nova, 1988.
DURANT, Will. A Reforma. Tradução de Mamede de Souza Freitas. 3.ed.Rio de Janeiro: Record, 2002.
DREHER, Martim N. A Crise e a renovação da Igreja no período da Reforma. 4. ed. São Leopoldo: Sinodal, 2006.
MAIA, Hermisten. Fundamentos da Teologia Reformada. São Paulo: Mundo Cristão, 2007.
WIERSBE, Warren W. A crise de integridade. Flórida-EUA: Editora Vida, 1993.
http://www.altairgermano.net
domingo, 11 de dezembro de 2011
Lição 12- As Consequências do Julgo Desigual
14 Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas?
15 E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel?
16 E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, e entre eles andarei; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo.
17 Por isso saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; E não toqueis nada imundo, E eu vos receberei;
18 E eu serei para vós Pai, E vós sereis para mim filhos e filhas, Diz o Senhor Todo-Poderoso
Amós 3
3 Porventura andarão dois juntos, se não estiverem de acordo?
I Coríntios 15
33-Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes.
34-Vigiai justamente e não pequeis; porque alguns ainda não têm o conhecimento de Deus: digo-o para vergonha vossa.
Verdade central:
O propósito de Deus, neste princípio espiritual, é evitar o desvio e a contaminação do seu povo!
Esboço:
O propósito do casamento: (Formação da família)
1. A necessidade de um companheiro.
2. O conceito que o mundo têm O jugo desigual
1. O que é o jugo?
2. O significa estar sob o mesmo jugo?
3. Ex. De um jugo desigual em animais.
4. As associações proibidas por Deus.
5. A incompatibilidade do jugo.
6. As consequências naturais do jugo desigual
O falso argumento:
1. A quem queremos por sogro espiritual?
Que sociedade poderá existir:
1. O salvo e o incrédulo.
Como escolher o nosso namorado:
1. O perigo de pisar e transpor o risco!
2. O melhor de Deus para nós:
Introdução:
É difícil pensar em outra área da vida cristã que esteja rodeada de tantas dúvidas incertezas, desânimos e fraquezas como o namoro dos jovens cristãos!
A Palavra de Deus nós afirma que nenhum pecado é tão nocivo, para o nosso corpo como o pecado do adultério e da fornicação, uma vez que este é o único pecado que o homem/mulher comete contra o seu próprio corpo!
Quantas quedas, quantos dissabores, quantos sofrimentos, quantas perdas, foram causados pela utilização precipitada e indevida do sexo, pelas paixões desenfreadas, fruto da natureza carnal. Facilmente nós podemos lembrar das consequências que esse pecado causou nas vidas de Sansão e de David!
Por isso com a graça do nosso Senhor gostaria de meditar convosco sobre este tema tão profundo e actual o namoro!
Pergunta:
Porque você quer namorar?
A resposta comum ouvida pelos jovens é:
?Para ser feliz, para gozar a vida?, será que este é o propósito de Deus, para nós?
Resposta:
O propósito de Deus não consiste em apenas receber de outra pessoa a satisfação para si próprio, mas em dar e fazer a pessoa amada feliz.
Contudo, Deus nos fala da negação do ?eu?, este sim, é basicamente o pilar dos relacionamentos, tanto horizontal (com o homem) quanto vertical (com Deus).
O propósito do casamento:
O casamento, é a união física e espiritual entre duas pessoas, de sexos opostos, do qual resultará o lar e a família, que é a mais antiga instituição da raça humana, o embrião da igreja, embrião esse que com a graça de Deus, possuirá todas as condições necessárias ao crescimento quer físico quer espiritual dos filhos em amor!
? Disse o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só. Far-lhe-ei uma adjutora que lhe corresponda?. (Génesis 2:18)
O perigo de seguir a orientação humana.
Gostaria de contar um episódio que aconteceu comigo, há 18 anos a trás, por essa altura, eu tinha dezoito anos de idade e por ordem do estado, foi prestar provas de admissão no exército. Por essa altura, no fim de um dia recheado de testes e provas físicas, foi nos dada a roupa da cama e um beliche no quartel para pernoitar. Eu estava a fazer minha cama, para me preparar para dormir, quando três jovens que eu havia conhecido naquele dia, me disseram, olha queres vir conosco, e eu perguntei para onde, eles me disseram vamos passear e depois vemos, nós não queremos dormir, depois tu verás, eu na minha inocência e ignorância, fui com eles e depois de caminhar-mos cerca de 30 minutos a pé, por ruas estreitas, mal iluminadas da cidade do Porto -Portugal, ruas que metiam medo e onde haviam muitos homens do sub mundo das drogas a ressacar deitados na valeta, quando para meu espanto paramos numa espécie de taberna antiga, ?um prostíbulo?, ali três moças que deviam rondar nossas idades, se aproximaram de nós em trajes indecentes, quando que apercebi da situação, fiquei assustado, e pensei, agora não sei o caminho de volta, e tenho medo de sair para a rua, por isso fiquei ali mesmo num canto paralisado, que nem uma pedra, quando uma das jovens prostitutas me tocava no braço, eu simplesmente decidi naquela altura, nem sequer olhar para ela, grudei os olhos da televisão, sem ver nada é claro e ela acabou por ir embora: nessa altura mil pensamentos passaram por minha mente, ?meus colegas das provas?, vendo a minha atitude disseram:
1. ?Você não é homem?;
2. ?Todo mundo faz isso?;
3. ?Para que te estás a guardar?
4. ?Estás com medo do sexo?
Mas eu hoje, dou graças a Deus, por ter resistido aquela tentação!
Com este testemunho queria que vós jovens que estai lendo estas palavras, parásseis um pouco e revisses agora, o vosso circulo de colegas e amigos, quem são as vossas companhias, antes de avançar para os pensamentos que se seguem.
Afirmação:
Infelizmente, alguns jovens crentes têm caído em tentação, por cederem as pressões, de seus colegas e amigos descrentes!
Definição:
O que é o jugo?
É o objecto de ligação, que têm como propósito unir e conjugar os esforços de dois animais da mesma espécie, num determinado sentido, com o propósito principal de levarem uma carga!
Este termo, também é utilizado de forma figurada, para descrever os laços de amor, a união, comunhão entre um casal, uma sociedade, as amizades!
Na prática, o que se espera desses animais, é que ambos conjuguem esforços numa mesma e determinada direção, orientados pelo seu proprietário (uma figura de Deus). Que eles sejam compactáveis no seu trabalho, tenham um mesmo procedimento, possuam uma mesma natureza, sem a qual será impossível realizarem a tarefa a que estão destinados.
O que é estar debaixo do mesmo jugo?
Pura e simplesmente é viver debaixo de uma mesmo(a):
1. Autoridade, 2. Submissão, 3. Obediência, 4. Domínio
Deuteronômio 22
10-Com boi e com jumento juntamente não lavrarás.
Ex. De um jugo desigual de animais de trabalho:
O Boi X A Mula
O Boi
A diferença no tamanho
Maior mais pesado/gordo
A Mula
Mais pequeno e elegante/porte atlético
O Boi
O ritmo de trabalho
Vagaroso/lento
A Mula
Mais rápida e enérgico
O Boi
Capacidade de obediência
Obediente
A Mula
Desobediente/teimoso
O Boi
Carácter/comportamento
Praticamente indiferente
A Mula
Irrequieto/assustado
Pensamento:
Basicamente muitos jovens nas nossas igrejas, estão fazendo o mesmo!
Eles estão querendo juntar, aquilo que não pode por natureza ser conciliado, contraindo namoro e mais tarde casamento, com pessoas completamente diferentes, com outros princípios morais, pessoas com uma natureza distinta da dos filhos de Deus, não é portanto de admirar, que o resultado final na maioria dos casos seja catastrófico, resultando em infelicidade, tristeza, muitas lágrimas e nalguns casos no desvio da fé!
Vivemos tempos em que muitos jovens crentes não querem obedecer a este princípio espiritual, trazendo sobre si mesmo, a infelicidade e muitas dores que de outra forma seriam evitadas.
? Ex. Da Rosa. (Que foi agredida com 18 facadas, pelo namorado).
? Ex. Da Sandra, (Que casou com um homem possesso e malandro).
? Ex. Do meu cunhado (Que abandonou o Senhor por causa do dinheiro).
? Ex. Da Irmã cigana (Que casou com um tóxico-dependente e hoje está separada).
As associações proibidas por Deus :
1. Namoro/casamento;
2. Negócios/sociedades;
3. Amizades/convívios/ajuntamentos.
Pensamento:
O casamento de forma figurada, é comparado à igreja, ele é o pilar, o pequeno embrião, onde tudo começa, onde o amor se propaga e difunde, não por isso de admirar, que ele seja tão fortemente atacado por Satanás, para que o homem não venha a cumprir todo o propósito de Deus na sua vida!
I Coríntios 7
39 A mulher casada está ligada pela lei todo o tempo que o seu marido vive
Advertência:
Não vos prendais voluntariamente, com alguém infiel a Deus!
Contraste:
Que sociedade poderá existir entre:
1. A justiça e a Injustiça;
2. A luz e as trevas;
3. Cristo e Satanás;
4. O fiel com o infiel;
5. O templo de Deus com os ídolos;
Exortação:
Não vos prendais por vontade própria:
1. Sai do meio deles,
2. Apartai-vos,
3. Não toquei na imundo,
Purifiquemo-nos destas coisas, da carne e do espírito!
Contraste entre o Salvo e o Incrédulo:
O Salvo x O Incrédulo
O Salvo
Ama a Deus sobre todas as coisas de Deus
O Incrédulo
Ama as coisas acima de tudo
O Salvo
Vive na luz
O Incrédulo
Está em trevas
O Salvo
É o templo do Espírito Santo
O Incrédulo
Segue os ídolos
O Salvo
Busca as coisas do Espírito
O Incrédulo
Não compreende as coisas do Espírito
O Salvo
Ama a Palavra de Deus
O Incrédulo
Despreza toda a Palavra de Deus
O Salvo
É guiado pelo Espírito Santo
O Incrédulo
É guiado por tradições e filosofias mundanas
O Salvo
Separa-se do mundo
O Incrédulo
Têm comunhão com o mundo
O Salvo
Valoriza a família
O Incrédulo
Seus valores são confusos
O Salvo
Espera em Cristo
O Incrédulo
Não tem qualquer esperança
Pensamento:
O jugo desigual terá uma alta probabilidade de resultar em infelicidade, para o resto da vida!
As conseqüências naturais de um jugo desigual:
1. Infelicidade generalizada;
2. O prejuízo espiritual no ensino e admoestação dos filhos no Senhor;
3. Diferença várias, quanto ao modo de viver, pensar, agir, sentir, que mais cedo ou mais tarde acabaram, por se manifestar sob forma de conflitos, discussões ameaças e chantagens emocionais, que impediram à verdadeira liberdade e alegria, no serviço ao Senhor!
5. O abandono da fé dos mais fracos e inconstantes, que de outra forma pelo ensino da palavra poderiam vir a firma-se na fé, para a salvação!
Pensamento:
O desentendimento e o fracasso serão os únicos resultados possíveis, a este tipo de relacionamentos, pois muito dificilmente o outro se entregará ao Senhor!
O falso argumento:
Deus tem todo o poder para mudar o coração do meu namorado(a)!
Eu tenho orado tanto por ele!
Deus tu sabes quanto eu o amo!
Oh Senhor Tu tens que salva-lo!
Afirmação:
Se a salvação não depende apenas da vontade divina, se assim fosse todos se salvariam, sem qualquer exceção, e com isso quero dizer que apesar de Deus ter providenciado todas as coisas para que o homem seja salvo, ele precisa escolher livremente, necessita usar do seu livre arbítrio, e dizer, eu quero servir ao Senhor, eu aceito todo o seu projecto para a minha vida!
Infelizmente, em nossos dias, muitos crentes ofuscados pela cegueira de suas paixões, mesmo sentindo em seu corações que deviam proceder desta forma, persistem em seu erro, desejando contrair matrimónio com um jugo desigual, estes recusam-se a ouvir a todos os que os advertem, certamente receberam em suas vidas o fruto dos seus erros, infelizmente tarde de mais!
O mais triste de tudo é que eles, recusam-se a dar ouvidos ao que diz a palavras de Deus a esse respeito.
Pensamento:
Muitas jovens dizem, eu sei que o meu namorado não é crente, mas ele é tão meigo comigo, ele é mais cavalheiro que a maioria dos crentes que conheço, ele até me leva para o culto e não se importa de ficar, no café esperando por mim! Não te iludas, com o casamento, ele mudará e passará a exigir em vez de condescender.
Nunca te esqueças, que se casares com um descrente nunca haverá unidade espiritual no casamento!
A quem queremos por sogro espiritual?
O Sogro espiritual que buscamos quem é, Deus ou o diabo?
João 8
43-Por que não entendeis a minha linguagem? Por não poderdes ouvir a minha palavra.
44-Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai, ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele, quando ele profere mentira fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira.
Conclusão:
Como devemos então fazer para escolher o nosso namorado?
? Em primeiro lugar:
Não nos devemos impacientar e escolher precipitadamente, pois só o podemos fazer uma vez!
? Em segundo lugar:
Devemos com bastante antecedência orar ao Senhor nesse sentido.
? Em terceiro Lugar:
Devemos pedir a aprovação de nossos pais, ou na falta destes, do nosso pastor? Meu exemplo: a aprovação do Irmão António Oliveira
Exortação final:
Lembra-te que
1. O jugo desigual é pecado perante o Senhor!
2. A nossa felicidade depende inteiramente de nós, por isso ela deve
ser construída a cada dia, assim como as pedras pequenas, são o suporte num edifício enorme, de igual modo são os pequenos actos diários, que sustentam o nosso casamento e trazem felicidade!
3. Existe poder em nossas palavras, por isso esforça-te por extrair delas
o que de melhor existe em teu coração! Pois a seu tempo colheremos o que tivermos semeado!
Alerta:
Eis algumas perguntas que deveríamos fazer, a nos mesmos, relativamente a pessoa com a qual tencionamos, iniciar o namoro:
1. Está é a pessoa com a qual desejo passar o resto da minha vida?
2. Ela está salva, possui a certeza da salvação?
3. Ela é uma pessoa que deseja crescer espiritualmente?
4. Possui bons sentimentos?
5. É prestável e amorosa com os outros?
Pensamento:
Será que é Amor?
Devemos ter cuidado com o nosso coração, pois ele é enganoso!
Afirmação:
?O amor a primeira vista não é nada especial. Quando duas pessoas se têm olhado durante anos, então sim, isso é um milagre de Deus?
O melhor de Deus para nós :
Jeremias 29:11 ?Pois sei os planos que tenho para vós, diz o Senhor, planos de paz, e não de mal, para vos dar uma esperança e um futuro?.
Pensamentos:
O Amor dá a paixão deseja receber!
1. O amor é controlado - A paixão não,
2. O amor busca obedecer ao Senhor - A paixão não,
3. O amor procura dar mais do que receber - A paixão não,
4. O amor cresce - A paixão não,
5. O amor se constrói a cada dia - A paixão não,
6. O amor Jamais acaba ? a paixão é passageira,
7. O amor em tudo honra a Deus ? a Paixão não.
Conclusão:
A Paixão não correspondida transforma-se em ódio, que é um sentimento repulsivo, oposto ao amor, por isso podemos afirmar que a paixão não serve para matrimónio, nem honra ao Senhor.
Pensamento:
Amar é gostar do outro(a), com defeitos que ele(a) tem, e o desejo de dar, em sacrifício próprio.
I Reis 11
1 E o rei Salomão amou muitas mulheres estrangeiras, além da filha de Faraó: moabitas, amonitas, edomitas, sidônias e hetéias,
2-Das nações de que o Senhor tinha dito aos filhos de Israel: Não entrareis a elas, e elas não entrarão a vós; doutra maneira perverterão o vosso coração para seguirdes os seus deuses. A estas se uniu Salomão com amor.
4-Porque sucedeu que, no tempo da velhice de Salomão, suas mulheres lhe perverteram o seu coração para seguir outros deuses; e o seu coração não era perfeito para com o Senhor seu Deus, como o coração de Davi, seu pai,
5 Porque Salomão seguiu a Astarote, deusa dos sidônios, e Milcom, a abominaçãoo dos amonitas.
6 Assim fez Salomão o que parecia mal aos olhos do SENHOR; e não perseverou em seguir ao SENHOR, como Davi, seu pai.
7 Então edificou Salomão um alto a Quemós, a abominação dos moabitas, sobre o monte que está diante de Jerusalém, e a Moloque, a abominação dos filhos de Amom.
8 E assim fez para com todas as suas mulheres estrangeiras; as quais queimavam incenso e sacrificavam a seus deuses.
Gênesis 24
3 Para que eu te faça jurar pelo SENHOR Deus dos céus e Deus da terra, que não tomarás para meu filho mulher das filhas dos cananeus, no meio dos quais eu habito.
4 Mas que irás à minha terra e à minha parentela, e dali tomarás mulher para meu filho Isaque.
Exortação Final:
É incrível o número de jovens crentes, que estão dispostos a entrarem num relacionamento que tem tudo para dar errado!
Não coloquemos nossas vidas na dependência de pessoas que não possuem temor de Deus em suas vidas!
Porque:
Que sociedade? Que comunhão? Que harmonia? Que união? Poderá existir?
Quando foi a última vez que oraste ao Senhor com teu namorado(a) e colocaste o Senhor no vosso relacionamento?
Salmos 37
4 Deleita-te também no Senhor, e te concederá os desejos do teu coração.
quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
quarta-feira, 7 de dezembro de 2011
LIÇÃO 11-O DIA DE ADORAÇÃO E SERVIÇO A DEUS
“No primeiro dia da semana, ajuntando-se os discípulos para partir o pão, Paulo, que havia de partir no dia seguinte, falava com eles; e alargou a prática até à meia-noite”(At 20:7)
INTRODUÇÃO
Deus instituiu um dia para o descanso; um dia para o homem cessar suas atividades de comprar e vender e voltar-se para Ele em adoração e serviço. Nesse dia, nenhum trabalho deve ser feito; é o dia do Senhor. A quebra do sábado era profanação da religião judaica. O domingo é o dia do descanso do povo de Deus(a Igreja). O sábado é o memorial da criação. O domingo é o memorial da ressurreição.
Hoje, os crentes já não se preparam mais para o dia do Senhor. Nossas festas de entretenimento e confraternização avançam na madrugada do sábado e entram no dia do Senhor e aí as pessoas preferem dormir a ir à Casa de Deus. Não buscamos mais o Senhor em primeiro lugar. A busca do lucro ou do lazer em vez da busca da piedade pode ser um grande laço espiritual. É por essa porta que começa a secularização da igreja.
I. DEUS ORDENA A GUARDA DO SÁBADO
1. Uma ordenança divina para os israelitas. O sábado representava uma aliança entre Deus e Israel. Era (como até hoje o é) um caráter distintivo do relacionamento com Deus, uma marca que mostrava ao mundo que Israel era a “propriedade peculiar de Deus dentre os povos” (Ex 19:5).
A nação de Israel recebeu a ordem de guardar o sábado quando os Dez Mandamentos foram dados(Ex 20:8-11). Pouco tempo depois, Deus assim enfatizou: “Tu, pois, fala aos filhos de Israel, dizendo: Certamente guardareis meus sábados...”(Ex 31:13a). Nesse dia, o povo não deveria realizar qualquer tipo de trabalho, nem mesmo relacionado à construção do tabernáculo. Quem desobedecesse era punido com a morte(Ex 31:15).
Santificar o sábado importava em separá-lo como um dia diferente dos demais, cessando o labor para descansar, servir a Deus e concentrar-se nas coisas respeitantes à eternidade, à vida espiritual e à gloria de Deus(Ex 20:9-11; Gn 2:2,3). A observância do dia do Senhor por Israel era um sinal de que ele pertencia a Deus(Ex 31:13); lembrava-lhe o seu livramento da escravidão do Egito (Dt 5:15).
2. Um sinal entre Deus e o seu povo (Ez 20:12,20). Guardar o sábado (o sétimo dia) era um sinal entre Deus e Israel. O texto Bíblico, em Êxodo 31:13, é claro sobre isso: “Tu, pois, fala aos filhos de Israel, dizendo: Certamente guardareis meus sábados; porquanto isso é um SINAL entre mim e vós nas vossas gerações; para que saibais que eu sou o Senhor, que vos santifica”. Ainda, em Êxodo 31:17a, diz: “Entre mim e os filhos de Israel será um SINAL para sempre...”. Leia, também, Ezequiel 20:10-12,20. Portanto, a aliança que incluía o dia do sábado foi exclusivamente feita com os israelitas e com ninguém mais.
Os sabatistas apontam o texto de Êxodo 31:17 como prova da obrigatoriedade da guarda do sábado, baseando-se na expressão “para sempre”, a qual interpretam como de duração permanente. Entretanto, há outros textos na Bíblia que falam de preceitos perpétuos ou para sempre, que não são considerados como de duração permanente pelos próprios sabatistas. É o caso da circuncisão, que é chamada de preceito perpétuo(Gn 17:7,13); a unção dos sacerdotes era preceito perpétuo(Ex 40:15); a celebração da páscoa era preceito perpétuo(Ex 12:14). Será que os sabatistas praticam estes preceitos perpétuos? Por que só vêem no sábado um preceito perpétuo?(ver Ex 16:28; 20:8; 23:32).
Não precisa ser um exímio exegeta para compreender que o sábado foi um sinal entre Deus e Israel, e que não se aplica à Igreja, a qual tem como compêndio doutrinário o Novo Testamento.
3. O propósito divino da guarda do sábado. “Seis dias se trabalhará, porém o sétimo dia é o sábado do descanso, santo ao Senhor; qualquer que no dia do sábado fizer algum trabalho, certamente morrerá. Guardarão, pois, o sábado os filhos de Israel, celebrando-o nas suas gerações por aliança perpétua” (Ex 31:15,16).
O sábado semanal (gr. sabbaton, que significa “repouso”, “cessação”) tinha dois propósitos:descansar do trabalho normal, para repouso pessoal, e adoração ao Senhor(Ex 20:8,10; Dt 5:14,15). Todos nós precisamos de descanso. Sem um tempo para fugir do alvoroço, a vida perde o significado. Assim como nos tempos de Moisés, não é fácil em nossos dias obter um tempo para folga, mas Deus nos lembra que sem o descanso esquecemos o propósito das nossas ocupações e perdemos o equilíbrio crucial para uma vida de fidelidade. Assegure-se de que seu dia de descanso propiciará momentos revigorantes e de comunhão com Deus.
A profanação do dia do Senhor é um sinal do secularismo. A inobservância do dia do Senhor (o domingo) é um forte sinal da decadência espiritual da igreja contemporânea. Na Europa e na América, muitas igrejas estão vazias. Em outros lugares, há muitas igrejas cheias de pessoas, mas vazias da Palavra de Deus. O secularismo está entrando dentro das próprias igrejas e anestesiando os próprios cristãos.
II. O DESCUMPRIMENTO DA LEI MOSAICA NO TEMPO DE NEEMIAS
1. O desrespeito pela guarda do sábado. Quando Neemias retornou da capital da Pérsia, encontrou uma negligencia generalizada e desrespeito em relação à guarda do sábado. Muitos continuavam a desempenhar o seu trabalho habitual aos sábados, e outros compravam e vendiam como em qualquer outro dia. Mercadores de Tiro tinham permissão para oferecer os seus artigos ate na cidade de Jerusalém. Neemias nos diz que discutiu “com os nobres de Judá e lhes disse: que mal é este que fazeis, profanando o dia de sábado? Porventura, não fizeram vossos pais assim, e nosso Deus não trouxe todo este mal sobre nós e sobre esta cidade? E vós ainda mais acrescentais o ardor de sua ira sobre Israel, profanando o sábado”(Ne 13:17,18). Como se percebe aqui, a quebra do dia do Senhor e a consequente profanação do culto foram uma das fortes causas da queda de Judá(cf Ezequiel 20:13).
A circunstância, pois, de os judeus, desde que haviam voltado do cativeiro, deixarem de guardar o sábado por causa dos comerciantes dos povos das terras que vinham ao seu encontro para o comércio naquele dia, era uma nítida atitude de perda de identidade por causa dos povos que os cercavam.
Também, nos dias hodiernos, não são poucos os que cristãos que se dizem ser que também estão a perder as suas características distintivas do seu relacionamento com Deus por causa dos “povos das terras” que, sorrateiramente, vêm perturbar o nosso relacionamento com Deus com as “coisas desta vida”.
Tenhamos cuidado, amados irmãos, para que não venhamos a perder aquilo que nos torna diferentes das pessoas descrentes, aquilo que nos identifica com o Senhor Jesus, por causa da “sedução das riquezas e dos cuidados do mundo”, pois isto, certamente, fará com que venhamos a morrer espiritualmente, como nos ensina o Senhor Jesus na parábola do semeador (Mt 13:22).
2. A ganância dos mercadores. O povo de Israel permitiu que seus interesses comerciais e a busca de coisas materiais destruíssem sua obediência ao mandamento de Deus, no tocante ao dia de descanso. O comércio no dia do Senhor corrompia completamente o propósito do descanso e da adoração.
Quando o lucro toma o lugar do culto, então estamos em grande perigo. Quando se passa a confiar mais na provisão do que no provedor, então estamos na contramão da vontade de Deus. O domingo é o dia do Senhor. Por isso, nesse dia devemos descansar de nossas atividades, trabalho e estudo, para nos dedicarmos à família, à adoração e ao serviço do Senhor Deus.
O povo de Deus da nova aliança deve sempre tomar cuidado contra a tentação de deixar que a busca de riquezas e sucesso suplante seu desejo de honrar e adorar a Deus, como Ele estabeleceu. Devemos buscar “primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça”(Mt 6:33).
3. Neemias proíbe o comercio no sábado(Ne 13:19-21). Neemias ordenou que na sexta-feira as portas da cidade fossem fechadas ao pôr-do-sol, e assim deveriam permanecer até o final do sábado. Quando os mercadores tentaram continuar com seus negócios fora das portas da cidade, ele fez uma acusação formal contra eles - “Por que passais a noite defronte do muro? Se outra vez o fizerdes, hei de lançar mão sobre vós”(Ne 13:21). Neemias não apenas fala; ele age. Ele não apenas ensina; ele toma medidas práticas para a eliminação do mal.
Os cristãos observam o domingo como dia de repouso pessoal e adoração ao Senhor. É o dia em que Jesus ressurgiu dentre os mortos, sendo chamado no Novo Testamento de “o dia do Senhor”(Ap 1:10). Hoje, uma das maiores causas do secularismo galopante na Igreja é a quebra da observância do dia do Senhor; não nos preparamos para esse Dia; não nos deleitamos nesse dia. Muitos se entregam a um lazer profano; outros entregam-se ao trabalho e ao desejo do lucro; outros se esquecem de Deus. É lamentável que isso esteja acontecendo! Muitos líderes, até mesmo, que se dizem pastores, não respeitam o dia do Senhor; em vez de irem à Escola Bíblica Dominical vão à praia, ao balneário, ao sítio, etc. É um péssimo exemplo aos seus liderados!
III. A GUARDA DO SÁBADO EM O NOVO TESTAMENTO
1. A essência do dia de descanso. O principio de um dia sagrado de repouso foi instituído antes da lei judaica - “E abençoou Deus o dia sétimo e o santificou”(Gn 2:3). Isto indica que o propósito divino é que um dia, em sete, fosse uma fonte de benção para toda a humanidade e não apenas para a nação judaica.
O propósito espiritual de um dia de descanso em sete é beneficio ao cristão. No Novo Testamento esse dia era visto como uma cessação de labor e ao mesmo tempo um dia dedicado a Deus (ler Atos 20:7; 1Co 16:2); um dia para se conhecer melhor a Deus e adora-lo; uma oportunidade para dedicar-se em casa e em público às coisas de Deus(Nm 28:9; Lv 24:8).
O sábado tornou-se o fim de uma semana de trabalho; o dia do Senhor, ou domingo, inicia uma semana tranqüila com o conhecimento de que o trabalho da redenção já está completo. O sábado comemora a primeira criação; o domingo é ligado à nova criação. O sábado era um dia de responsabilidade; o dia do Senhor é um dia de privilégio.
Jesus nunca ab-rogou o principio de um dia de descanso para o homem. O que Ele reprovou foi o abuso dos líderes judaicos quanto à guarda do sábado (Mt 12:1-8; Lc 13:10-17; 14:1-6). Jesus indica que o dia de descanso semanal foi dado por Deus para o bem-estar espiritual e físico do homem (Mc 2:27).
2. Jesus e o dia de descanso (ler Mateus 12:1-8). Certa vez, num dia de sábado, Jesus e seus discípulos estavam passando pelas searas. Seus discípulos entraram a colher espigas e a comer. A lei permitia que se servissem do grão no campo do seu vizinho, contanto que não se usassem a foice(Dt 23:25). Mas os fariseus, catadores legalistas de lêndeas, os acusaram de terem quebrado o sábado. Embora suas acusações não sejam declaradas, provavelmente censuraram os discípulos por: (1) colher (pegar grão); (2) debulhar (esfrega-lo nas mãos); (3) cirandar (separar do grão da palha).
Jesus respondeu à sua queixa ridícula lembrando um incidente na vida de Davi. Certa vez, quando em exílio, ele e seus homens foram ao deserto e comeram os pães da proposição, doze pães do memorial, proibidos como alimento a qualquer um, com exceção dos sacerdotes. Nem Davi nem seus homens eram sacerdotes, mesmo assim Deus nunca achou culpa neles por fazerem isso. Porque que não? A razão é que a lei de Deus nunca teve a intenção de infligir opressão ao seu povo fiel. Não era culpa de Davi estar no exílio. Uma nação pecaminosa o rejeitara. Se ele tivesse recebido seu lugar de direito, ele e seus seguidores não teriam de comer o pão da proposição.
A analogia é clara. O Senhor Jesus é o Rei de Israel por direito, mas a nação não o reconhecera como Soberano. Se a ele tivesse sido dado o devido lugar, seus seguidores não ficariam limitados a comer desse modo em um sábado, ou em qualquer outro dia da semana. A historia estava se repetindo. O Senhor não reprovou seus discípulos, pois eles não fizeram nada de errado.
Jesus relembrou aos fariseus que os sacerdotes violam o sábado por matar e sacrificar animais e por realizar muitas outras ocupações servis(Nm 28:9,10), mas mesmo assim ficam sem culpa porque estão ocupados no serviço de Deus.
Os fariseus sabiam que os sacerdotes trabalhavam todo sábado no templo sem profana-lo. Por que então deveriam criticar os discípulos por agirem daquela forma na presença de “Alguém” que é “maior que o templo”?(Mt 12:6).
Os fariseus nunca entenderam o coração de Deus. Em Oséias 6:6, o Senhor disse: “Misericórdia quero e não holocaustos”. Deus coloca a compaixão antes do ritual. Ele preferira ver seu povo apanhando espigas no sábado para satisfazer sua fome a observar o dia tão rigidamente a ponto de infligir angustia física. Se os fariseus tivessem percebido isso, não teriam condenado os discípulos. Mas valorizavam a aparência externa, o formalismo, acima do bem-estar humano.
Depois o Salvador acrescentou: “Porque o Filho do Homem até do sábado é Senhor”. Foi ele quem, em primeiro lugar, instituiu a lei; portanto ele era o mais qualificado para interpretar seu verdadeiro significado.
Como um judeu fiel vivendo sob a lei, Jesus guardou o sábado (apesar das acusações dos fariseus dizendo o contrário). Como Senhor do sábado, ele libertou-o das falsas regras e regulamentos com as quais se cobrira.
A proibição contra o serviço no sábado nunca teve o objetivo de se aplicar ao serviço de Deus (Mt 12:5), as obras de necessidade (Mt 12:3-4) ou obras de misericórdia (Mt 12:11-12).
3. O cristão deve guardar o sábado? Para o cristão, o sábado judaico não é obrigatório. As exigências cerimoniais da lei (observe: o sábado era uma lei cerimonial, enquanto os outros nove mandamentos eram princípios morais) foram canceladas na morte de Cristo (Cl 2:14,16; Gl 4:1-11). Além disso, o sábado como dia fixo da semana de descanso foi parte do pacto entre Deus e Isaque, somente (Ex 31:13,17; Ez 20:12,20).
Dos Dez Mandamentos, nove são repetidos no Novo Testamento, não como leis, mas como instrumentos para os cristãos viverem sob a graça(ler Rm 6:14). O único mandamento que os cristãos nunca foram instruídos a guardar é o do sábado. Pelo contrário, Paulo ensina que o cristão não pode ser condenado por falhar em guardá-lo(Cl 2:16).
Uma vez que o cristão não é mais obrigado a observar o sábado judaico, ele tem forte razoes bíblicas para dedicar um dia, em sete, para seu repouso e adoração a Deus. O dia característico do cristianismo é o primeiro dia da semana, o domingo. O Senhor Jesus ressurgiu dos mortos nesse dia (João 20:1), prova de que o trabalho da redenção fora completo e divinamente aprovado. Nos dois domingos seguintes, Ele reuniu-se com seus discípulos (João 20:19,26); o Espírito Santo fora dado no primeiro dia da semana(At 2:1). Os primeiros discípulos reuniam-se nesse dia para partir o pão, mostrando a todos a morte do Senhor (At 20:7). É o dia designado por Deus, no qual cristãos deveriam colocar à parte contribuições financeiras para o trabalho do Senhor (1Co 16:1,2).
É válido ressaltar que os cristãos não “guardam” o domingo como meio de ganhar a salvação ou alcançar a santidade. Nós colocamos esse dia à parte por causa da devoção Àquele que deu a si mesmo por nós. Nesse dia, o cristão genuíno se dedica de uma maneira especial à adoração e ao serviço de Cristo.
Alguns segmentos religiosos insistem em afirmam que Deus descansou no sétimo dia da criação (Gênesis 2:1-3), e daí deduzem que aos homens foi ordenado que guardassem o sábado desde o tempo da criação. Mas nenhuma passagem afirma isso. A primeira vez que lemos sobre mandamento para os homens guardarem o sábado é em Êxodo 16, depois que Moisés tinha guiado os israelitas para fora do Egito. Gênesis 2 mostra que Deus descansou no sétimo dia, mas não ordena aos homens guardarem o sétimo dia. Aliás, a Bíblia nunca ordenou aos gentios que guardassem o sábado somente aos judeus, como vimos acima, desde o tempo de Moisés até Cristo.
Também não é certo dizer que o sábado foi transferido para o dia do Senhor (o domingo). O sábado é sábado e o dia do Senhor é o domingo. O sábado era uma sombra; a essência é Cristo (Cl 2:16,17). A ressurreição de Cristo marcou um novo começo, o dia do Senhor representa aquele inicio. Amém?
CONCLUSÃO
Assim como o sábado era um sinal do concerto de Israel como povo de Deus(Ex 31:16,17), o dia de adoração do cristão(o domingo) é um sinal de que este pertence a Cristo.
Nos tempos do Novo Testamento os cristãos dedicavam um dia especial, o primeiro dia da semana, para adorar a Deus e comemorar a ressurreição de Cristo (At 20:7; 1Co 16:2; Ap 1:10). A Igreja hodierna deve fazer o mesmo.
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
William Macdonald – Comentário Bíblico popular(Novo Testamento).
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Revista Ensinador Cristão – nº 48.
O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.
Comentário Bíblico Beacon – CPAD.
Comentário Bíblico NVI – EDITORA VIDA.
Hernandes Dias Lopes – Neemias -o líder que restaurou uma nação.
Postado por Luciano de Paula Lourenço
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