“E Jesus, tendo ouvido isso, disse-lhes: os sãos não necessitam de médico, mas sim os que estão doentes; eu não vim chamar os justos, mas sim os pecadores”(Mc 2:17)
INTRODUÇÃO Dada a importância da igreja no propósito de Deus, ela é chamada para ser o principal agente do reino de Deus no mundo. Para que isso aconteça, a igreja e seus membros precisam manifestar os sinais do reino, ser instrumentos do reino na vida das pessoas, da sociedade, do mundo. Sempre que a igreja busca em primeiro lugar a glória de Deus, fazer a vontade de Deus, viver uma vida de humildade, amor, abnegação, altruísmo, solidariedade, santidade, etc., ela se torna agente transformador da sociedade e instrumento inabalável do reino de Deus.
I. A IGREJA E A SOCIEDADE
1. O que é uma sociedade. “O significado geral de sociedade refere-se simplesmente a um grupo de pessoas vivendo juntas numa comunidade organizada. A origem da palavra sociedade vem do latim societas, uma "associação amistosa com outros". Societas é derivado de socius, que significa "companheiro", e assim o significado de sociedade é intimamente relacionado àquilo que é social. Está implícito no significado de sociedade que seus membros compartilham interesse ou preocupação mútuas sobre um objetivo comum. Como tal, sociedade é muitas vezes usado como sinônimo para o coletivo de cidadãos de um país governados por instituições nacionais que lidam com o bem-estar cívico”(Wikipédia)
Ao decidir que o homem não poderia viver só, Deus criou a família(Gn 1:28), formando uma mulher, tirada do homem, para que, por meio da família, pudesse se constituir a sociedade. A família é a “célula-mater” da sociedade, ou seja, é a única origem possível para uma sociedade, é o grupo fundamental da sociedade e, como tal, deve ser tratada. Sem a família a sociedade desaparece.
A Bíblia ensina que não há como sustentar-se ou manter-se uma sociedade sem que se fortaleça a família, sem que a família tenha a devida proteção e seja honrada pelos demais grupos e estruturas sociais. A destruição da família implica na destruição da sociedade e o que vemos, na atualidade, é exatamente este processo de destruição. O inimigo de nossas almas tem atacado particularmente a família, pois sabe que, destruída a família, a um só tempo ele destrói a sociedade e cada integrante da família. A defesa da família e seu fortalecimento, portanto, é atitude que deve nortear todas as ações de cada crente em particular e da Igreja na vida em sociedade.
2. Jesus e a sociedade. Desde a infância, Jesus sabia como agir e interagir numa sociedade organizada (Lc 2:52). Ele era amorosamente amistoso (Lc 2:39-51). Ao contrário dos escribas e fariseus, Jesus não se importava de estar na companhia de publicanos e pecadores (Mc 2:15,16). Para comprovar nossa afirmativa, dentre dezenas, vamos citar quatro exemplos.
a) Jesus presente em Festas - “E, ao terceiro dia, fizeram-se umas bodas em Caná da Galiléia; e estava ali a mãe de Jesus. E foram convidados Jesus e seus discípulos para as bodas“(João 2:1-2). Ele não alegou que não podia aceitar o Convite. Pelo contrário, tendo sido convidado, ele foi. Não era uma festa só para as famílias dos noivos, não! Pelo contrário, eram muitos os presentes, tanto que a provisão de vinho não foi suficiente. Mas, não era somente numa festa de Casamento que ele podia ir. Ele comparecia, também, nas festas de caráter nacional, realizadas em Jerusalém, a Capital de Israel: “E no último dia, o grande dia da festa, Jesus pôs-se em pé e clamou, dizendo: Se alguém tem sede, que venha a mim e beba... Então, muitos da multidão, ouvindo essa palavra, diziam: verdadeiramente, este é o Profeta”(João 7:37-40). Ele não vivia escondido do povo, mas, estava no meio dele.
b) Jesus aceitou um convite para jantar, ou cear. O convite foi feito por um fariseu. O Senhor Jesus não teve qualquer dificuldade em aceitar. Ele não fazia acepção de pessoas – “E rogou-lhe um fariseu que comesse com ele; e entrando em casa do fariseu, assentou-se à mesa”. Ele não apenas foi à casa do fariseu como também operou ali um milagre, salvando uma mulher pecadora durante o jantar"(Lc 7:36-38).
c) Jesus comia com publicanos e pecadores. Nenhum Judeu faria isto. Jesus, no entanto, não se preocupava sobre o que iriam falar a seu respeito se o vissem no meio daquela gente de baixa reputação. E, realmente, falaram: “aconteceu que, estando ele em casa sentado à mesa, chegaram muitos publicanos e pecadores, e sentaram-se juntamente com Jesus e seus discípulos. E os fariseus, vendo isto, disseram aos seus discípulos: por que come o vosso Mestre com os publicanos e pecadores? Jesus, porém, ouvindo, disse-lhes: não necessitam de médico os sãos, mas sim os doentes. Ide, porém, e aprendei o que significa misericórdia quero, e não sacrifício. Porque eu não vim a chamar os justos, mas os pecadores, ao arrependimento” (Mt 9:10-13).
c) Jesus andava sem qualquer receio, no meio da multidão. Jesus não pregava em cabines de vidros à prova de balas, não entrava e saía pelas portas dos fundos, não vivia cercado por seguranças. O cheiro do povo não o incomodava – “... E, indo ele, apertava-o a multidão. E uma mulher que tinha um fluxo de sangue, havia doze anos, e gastara com remédios todos os seus haveres, e por nenhum pudera ser curada. Chegando por detrás dele, tocou na orla do seu vestido, e logo estancou o fluxo do seu sangue. E disse Jesus: Quem é que me tocou? E, negando todos, disse Pedro e os que estavam com ele: Mestre, a multidão te aperta e te oprime, e dizes: quem é que me tocou?”(Lc 8:42-45).
Enganam-se aqueles que pensam que para poder servir a Deus, para ser santo, é necessário viver recluso num Mosteiro, ou num Convento. Certamente que quem pensa desta maneira não conhece a oração sacerdotal de Jesus, quando pediu ao Pai pelos seus discípulos, entre os quais nós, hoje, nos incluímos, dizendo: “Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal”(João 17:15).
É entre os homens de todas as camadas sociais sem qualquer distinção, que ele quer que seus discípulos estejam, porquanto os considerou como sal e como luz – “Vos sois o sal da terra...vós sois a luz do mundo”(Mt 5:13-15). Sal guardado à sete chaves e luz acesa no deserto, não faz sentido. Jesus não foi anti-social, não fugiu dos homens, não viveu recluso.
Se somos cristãos precisamos viver como Jesus viveu e fazer como ele fez. Ele quer que sejamos uma benção onde quer que estejamos, um instrumento de libertação de vidas, um agente transformador da sociedade em que vivemos. Para isto precisamos conhecer o segredo de Jesus. Jesus tinha um segredo: ele agia, pensava e sentia de forma diferente da dos homens de seu tempo, mas, vivia entre eles como se fosse igual. Sigamos o exemplo do nosso Mestre!
3. A Igreja na sociedade. Por estar no mundo e por se apresentar em grupos sociais, as chamadas “igrejas locais”, a Igreja acaba tendo de ter um papel importantíssimo perante a sociedade. Deus não nos tirou do mundo nem Jesus quis que isto se fizesse (João 17:15) e, diante desta realidade, assim como fez nosso Senhor, devemos, também, ter uma atuação social digna de nota, que sirva de testemunho de nossa comunhão com Deus.
Uma comunidade cristã que não interage com as pessoas à sua volta não completará a Grande Comissão, pois precisa justamente da interação para fazer Deus conhecido. Quando utilizamos essa expressão, não estamos dando a entender que a igreja precisa envolver-se com as práticas do mundo, ou associar-se a ele em seus pensamentos e ações. Não foi esse o projeto de Deus. Se uma igreja se associa com o mundo, acaba se parecendo com ele, perdendo sua característica de agente transformador comissionado pelo Senhor. Quando se fala em a Igreja interagir, isso implica viver e agir com o outro sem perder suas particularidades. Uma igreja pode envolver-se em ações sociais sem comprometer sua vocação e mensagem. Dependendo da sua estrutura, pode prestar assistência social - primeiramente aos domésticos da fé, como ordena a Palavra de Deus - a todos que precisarem, e oferecer-lhes o pão do céu, sempre mostrando que o alimento material é insuficiente sem o espiritual.
II. A IGREJA E A PROTEÇÃO SOCIAL
1. Através da oração. Um recurso eficaz e poderoso para abençoar e proteger a sociedade é a intercessão do povo de Deus. O apóstolo Paulo adverte-nos da seguinte forma: “Admoesto-te, pois, antes de tudo, que se façam... orações... por todos os homens, pelos reis e por todos os que estão em eminência, para que tenhamos uma vida quieta e sossegada, em toda a piedade e honestidade”(1Tm 2:2). Aqui há uma menção especial aos reis e todos os que se acham investidos de autoridade. Eles devem ocupar lugar especial em nossas orações. Em outra passagem, Paulo nos lembra de que as autoridades foram instituídas por Deus(Rm 13:1) e que elas são os ministros de Deus para o nosso bem(Rm 13:4). Esse versículo ganha tom especial quando lembramos que foi escrito na época de Nero. As terríveis perseguições infligidas aos cristãos sob o comando do perverso imperador não abalaram a convicção dos cristãos de que deveriam orar por seus líderes governamentais. O Novo Testamento ensina que o cristão deve ser leal ao governo sob o qual vive, exceto quando o governo ordena que desobedeça a Deus. Nesse caso, a primeira responsabilidade é para com Deus. O cristão não deve se envolver em revoluções ou violência contra o governo. Deve simplesmente se recusar a obedecer a qualquer ordem contrária à Palavra de Deus.
Portanto, orar por todos os homens, incluindo reis e autoridades, é bom por si só e aceitável diante de Deus, nosso Salvador (1Tm 2:3). A omissão presente na Igreja na atualidade com relação à intercessão pela Pátria, seja em rogos, seja em orações, seja em jejuns, seja em ações e gestos de colaboração com o governo e demais segmentos sociais pelo bem-estar da coletividade, é mais uma demonstração da falta de amor que há no seio dos que cristãos se dizem ser.
Muitos têm preferido, na atualidade, fazer “declarações”, “determinações” de que tal cidade é do Senhor Jesus, tal bairro é do Senhor Jesus, inclusive se “especializando” em “batalhas espirituais” contra “demônios territoriais”, como se isto fosse suficiente para transformar uma vila, uma cidade ou um país. Não é através de “palavras mágicas” ou “práticas ocultistas” que se conseguirá demonstrar amor pela Pátria, que se intercederá pela Pátria.
2. Por intermédio dos conselhos divinos. Antes da instauração da monarquia em Israel, os profetas eram os únicos canais humanos e legítimos de comunicação entre Deus e o povo. Alguns deles foram conselheiros de reis, vivendo na corte como Daniel e Isaías, cooperando com eles nos assuntos espirituais e políticos. Outros, como Jeremias, tiveram de enfrentar reis e autoridades incrédulas, buscando o bem-estar do povo.
Os profetas falavam em nome de Jeová, Deus de Israel, e suas profecias vinham diretas do Espírito Santo, que dava a eles o discernimento para interpretar os acontecimentos passados, os acontecimentos contemporâneos e os futuros. Além do mais, os profetas de Israel eram profundos conhecedores de seu povo e do sistema político, social e religioso de sua nação. Eles conheciam assuntos da casa real, das políticas interna e externa. Esses mensageiros do Senhor exerciam uma função social de grande importância: denunciavam as injustiças sociais e os pecados do povo, dos governantes e até dos sacerdotes(Jr 2:1 2,1 3,19; 25.3-7; Ml 1:1-2.17). Encontramos Isaias dando orientação sobre política internacional a Acaz(Is 7:3-7). O mesmo aparece comJeremias(Jr 37:5-9). Daniel ocupou alto cargo na política da Babilônia (Dn 6:2-3). Oséiasreprovou a aliança insensata do Reino do Norte com o Egito (Os 7:11) e denunciou os abusos e a luxúria nas festas da coroação dos reis(Os 7:5).
Clamemos a Deus para que levante homens autênticos para que falem ousadamente a sua Palavra. Sim, homens irrepreensíveis, a fim de aconselharem e confrontarem os pecados da nação (Mc 6:17,18).
3. Por meio dos valores cristãos. Nestes últimos dias, há um verdadeiro ataque aos princípios da “moral cristã”, ainda persistentes, sobretudo, no tratamento jurídico da família. Dissemina-se a prática do divórcio, ataca-se violentamente a instituição do casamento, com a legalização e aumento crescente das uniões sem casamento entre as pessoas, sem se falar na chamada “liberação sexual”, que deu guarida e conivência com todo o tipo de prática sexual condenada pelas Escrituras Sagradas, com especial enfoque no homossexualismo. E por falar em homossexualismo, antes era um assunto que gerava polemica e rejeição. Todavia, a TV e o meio artístico, como formadores de opinião tanto para o bem quanto para o mal, colocaram homossexuais em programas e novelas, que são vistos por milhões de pessoas, difundindo a idéia de que ser homossexual é perfeitamente normal, e não uma inversão de valores. Dessa forma, com o afrouxamento moral e das convicções antes tidas por certas, alarga-se a permissividade social e moral.
Esta permissividade no campo da família atingiu a sociedade como um todo, até porque a formação das gerações futuras ficou completamente comprometida, ante a instabilidade surgida com a multiplicidade de casamentos, com as uniões informais e com o aumento da promiscuidade sexual, que levou, inclusive, à legalização da prática do aborto.
A permissividade social é tanta que algumas igrejas ditas evangélicas estão sendo influenciadas pelo curso deste mundo(Ef 2:2). Entretanto, a Igreja não deve se omitir diante de erros que venham de encontro à Lei moral de Deus. A Igreja existe para anunciar o Evangelho, para proclamar a verdade e, como tal, não pode, em absoluto, se omitir quando medidas, atos e decisões forem tomadas em desacordo com a sã doutrina, que venham desestimular os valores cristãos.
Cada vez mais são intensas as investidas dos inimigos do Evangelho em nosso país. Como exemplos, citamos a apresentação de projetos para criminalizar a “homofobia”, para deformar o conceito de família. Vimos, recentemente, o julgamento pelo Supremo Tribunal Federal da união homossexual no Brasil, atropelando com nitidez o artigo 226 da Constituição Federal. A todas essas medidas diabólicas, dentre muitas que estão tramitando no congresso, quando muito, é apresentada uma tardia manifestação dos órgãos de cúpula das igrejas evangélicas, sem que haja uma mobilização permanente e preventiva em defesa da sã doutrina.
Não é comportamento de um cristão genuíno e verdadeiro o confronto, o uso da violência, o desrespeito e a irreverência, que tanto têm caracterizado o chamado “ativismo político”. Entretanto, dentro da lei e da ordem, dentro dos direitos fundamentais da pessoa humana, pode e deve o cristão apresentar suas reivindicações, proclamar o Evangelho e exigir que os governantes observem a Palavra de Deus. Como João Batista, não podemos nos calar ao vermos as “ilicitudes” dos governantes, chamando-os, de modo pacífico, ordeiro, mas firme e com autoridade do Espírito Santo, à verdade, mesmo que isto custe a nossa cabeça (Mc 6:18). Exemplo de reivindicação bem sucedida e que se pautou pelos parâmetros cristãos temos na luta pela concessão de direitos civis aos negros norte-americanos pelo pastor batista Martin Luther King (1929-1968).
Quais pastores têm se levantado contra as ilicitudes dos governantes, de forma clara e contundente? Não tenho visto nenhum, exceto o pr. Malafaia, que tem sido o homem que mais tem combatido os projetos políticos nefastos que tendem denegrir os valores morais cristãos, os padrões morais da Igreja do Senhor e da família, dentre outras cousas. Carecemos desesperadamente de homens destemidos, que não olhem para o seu umbigo, que venham a defender, através dos meios de comunicação, os valores cristãos e os princípios estabelecidos por Deus nas Escrituras Sagradas.
III. A IGREJA E A ASSISTÊNCIA À SOCIEDADE
1. A evangelização. “[...] Precisamos deixar os nossos guetos eclesiásticos e penetrar na sociedade não-cristã. Na missão de serviço sacrificial da igreja a evangelização é primordial. A evangelização mundial requer que a igreja inteira leve o evangelho integral ao mundo todo. A igreja ocupa o ponto central do propósito divino para com o mundo, e é o agente que ele promoveu para difundir o evangelho”(PACTO DE LAUSAME – CAP.6).
A ordem do Senhor é para que se pregue a toda criatura, mesmo aquela que, pela sua conduta, pela sua forma de proceder, seja a pior pessoa que exista sobre a face da Terra. Não cabe à Igreja julgar os homens e dizer a quem deve, ou não, ser pregada a Palavra. O Senhor foi enfático em dizer que toda criatura deve ouvir a mensagem do Evangelho, seja esta pessoa quem for. É interessante observarmos que, nos dias do profeta Jonas, o Senhor mandou que fosse feita a pregação a todos os ninivitas, sem exceção alguma, ainda que eles fossem os homens mais cruéis que existiam no mundo naquele tempo. Mesmo sendo o que eram, foram alcançados pela misericórdia divina. Observe o exemplo de Jesus, Ele ia ao encontro dos publicanos e das meretrizes, considerados a escória da sociedade de seu tempo, e nós, o que estamos a fazer?
2. A ação social. Somos cônscios que a evangelização é a missão máxima da igreja. Ela deve pregar o Evangelho em tempo e fora de tempo(2Tm 4:2), em quaisquer circunstancias, a todos os povos e etnias, anunciar que Jesus veio salvar o homem, perdoar os nossos pecados e restabelecer a comunhão entre Deus e a humanidade. Todavia, a missão integral da igreja, também, envolve o aspecto social, no qual a Igreja deve ser paradigma para todos os segmentos religiosos.
A Igreja deve estar ciente de que a evangelização e a ação social não são mutuamente exclusivas. Não somente deve manter interesse pela assistência social, mas, também, deve partilhar o seu interesse pela justiça e pela conciliação em toda a sociedade humana, e pela libertação dos homens de todo tipo de opressão.
A igreja que não está preocupada com os problemas das pessoas e procura somente o bem espiritual de seus membros, negligenciando a necessidade daqueles que estão à sua volta, não tem manifestado o Reino de Deus; não tem sido sal para a Terra, nem luz para o mundo.
3. Restaurando a sociedade. Ao longo da história humana Deus implementou diversas maneiras de tratar com o ser humano sempre no afã de restaurar a sua identidade perdida. Neste período da Graça de Deus está sendo apresentada ao ser humano a mensagem do Evangelho. A mensagem de que “o tempo está cumprido e que o reino de Deus chegou”, ou seja, que Jesus salva o homem e o liberta do pecado, pondo-o, novamente, em comunhão com Deus, restaurando-lhe, assim, a dignidade originalmente concedida na criação, bem como lhe assegurando a vida eterna.
Ao aceitar a mensagem do Evangelho o ser humano passa a se comportar de maneira condizente com a vontade de Deus; passa refletir a respeito dos princípios e valores, que se encontram na Palavra de Deus, em todos os níveis de nossas relações: na família, na igreja, na escola, no trabalho e nas amizades. Isto equivale dizer que o Evangelho de Cristo não visa apenas salvar o homem do pecado e do inferno, mas também levá-lo a agir como instrumento transformador da sociedade na qual acha-se inserido.
CONCLUSÃO Para que a igreja seja uma verdadeira agente do reino, primeiramente ela precisa refletir sobre a sua relação com Deus, fazer disso a sua prioridade máxima, identificar-se com os seus propósitos, associar-se a ele em sua obra de restauração da criação. A igreja precisa ser teocêntrica, a começar do seu culto. Quando o culto e a vida da igreja são voltados em primeiro lugar para a satisfação de necessidades humanas, e não para a glória e o louvor de Deus, a igreja deixa de ser teocêntrica, e em assim fazendo, não pode ser agente do reino de Deus no mundo.
Além disso, a Igreja jamais deve ignorar a missão que lhe foi dada por Deus. Se isso acontecer, a Igreja negará a sua razão de ser e está sujeita ao juízo de Deus, como aconteceu com Israel. A missão primordial da igreja no que diz respeito ao mundo é a proclamação do “evangelho do reino”, assim como fizeram Jesus e os seus discípulos. Corretamente entendido, esse evangelho inclui muitas coisas importantes. Em primeiro lugar, esse evangelho é um convite a indivíduos, famílias e comunidades para se reconciliarem com Deus mediante o arrependimento e a fé em Cristo. Todavia, o evangelho são as boas novas de Deus para todos os aspectos da vida, pessoal e coletiva. Assim sendo, a legítima proclamação do evangelho não vai se limitar ao aspecto religioso e à dimensão individual (experiência de conversão pessoal), mas vai mostrar o senhorio de Cristo sobre todos os aspectos da existência. Além disso, essa proclamação não ficará restrita ao aspecto verbal, mas incluirá ações concretas que expressem amor de Deus pelas pessoas (Tg 2:14-17; 1João 3:16-18). Aí podem ser incluídas muitas iniciativas, que vão desde o socorro a necessidades imediatas até a luta por mudanças estruturais que irão produzir maior justiça na sociedade. Exemplos: auxílio financeiro a pessoas e instituições, trabalho voluntário, mobilização para a criação de leis justas, luta pela ética na vida pública, participação em projetos comuns com outras igrejas e instituições, etc. Portanto, influenciemos e transformemos a sociedade, para que o nome de Cristo seja glorificado entre os homens. Amém!
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas: William Macdonald – Comentário Bíblico popular(Novo Testamento).
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Revista Ensinador Cristão – nº 47.
O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.
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