A igreja é a família de Deus. E a essência da família é o relacionamento entre os irmãos. É por isso que o salmista exclama: Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos (Sl 133.1). Viver unido é viver em comunhão com o Pai e com os irmãos.
Charles R. Swindoll afirma que uma família forte possui seis qualidades principais: é comprometida com a família, gasta tempo junta, tem boa comunicação familiar, expressa apreciação um ao outro, tem um compromisso espiritual e é capaz de resolver os problemas nas crises. Estas qualidades podem ser resumidas em duas palavras: comunhão e mutualidade. Podemos aplicar estas mesmas qualidades para uma igreja forte, pois, a igreja é uma família de famílias. Uma igreja que não desenvolve estas qualidades, vive uma crise de comunhão.
EXPOSIÇÃO
1. O CONCEITO BÍBLICO DE COMUNHÃO
A palavra comunhão é a tradução da palavra grega koinonia, que significa parceiro, companheiro ou participante.
Lowell Bailey resume: a comunhão tem a ver com aquela relação pessoal que os cristãos gozam com Deus e uns com os outros, em virtude de serem unidos a Jesus Cristo. Quem estabeleceu essa relação foi o Espírito Santo, que habita em todo cristão, unindo-o a Cristo e a todos os que são de Cristo.
A comunhão cristã tem algumas características principais: comunhão espiritual ou a dedicação de um tempo para orar, estudar a Bíblia, adorar e partir o pão (At 2.42); compartilhar as necessidades materiais uns dos outros (At 4.32; 2 Co 8.3-4); cooperação na obra missionária (Fp 1.5); união e unidade quanto aos alvos e propósitos espirituais (At 2.46 e 2 Co 13.13).
2. A MUTUALIDADE CRISTÃ
Mutualidade é um termo da língua portuguesa para descrever o dever que cada crente tem para com o outro, enquanto membro da família de Deus. Mutualidade origina-se da expressão bíblica uns para com os outros. (Rm 12.5). Dos trinta e seis mandamentos mútuos existentes no Novo Testamento, destacaremos vinte e cinco mandamentos, conforme uma divisão proposta por Lowell Bailey:
• Amem-se uns aos outros (Rm 12.10)
• Aceitem-se uns aos outros (Rm 15.7)
• Saúdem-se uns aos outros (2 Co 13.12)
• Cuidai uns dos outros (1 Co 12.25)
• Sujeitem-se uns aos outros (Ef 5.21 -22)
• Suportem-se uns aos outros (Cl 3.13)
• Não tenham inveja uns dos outros (Gl 5.26)
• Deixem de julgar uns aos outros (Rm 14.13)
• Não se queixem uns dos outros (Tg 5.9)
• Não falem mal uns dos outros (Tg 4.11)
• Não mordam e devorem uns aos outros (Gl 5.15)
• Não provoquem uns aos outros (Gl 5.26)
• Não mintam uns aos outros (Cl 3.9)
• Confessem os seus pecados uns aos outros (Tg 5.16)
• Perdoai-vos uns aos outros (Tg 5.15)
• Edifiquem-se uns aos outros (1 Ts 5.11)
• Ensinem uns aos outros (Cl 3.16)
• Encorajem uns aos outros (At 13.15)
• Aconselhem-se uns aos outros (1 Ts 5.12)
• Cantem uns para os outros (Cl 3.16)
• Sirvam uns aos outros (1 Pé 4.10)
• Levem as cargas uns dos outros (Gl 6.2)
• Hospedem uns aos outros (1 Pé 4.9)
• Sejam bondosos uns para com os outros (Ef 4.32)
• Orem uns pelos outros (Tg 5.16)
3. A MUTUALIDADE É A BASE DO MINISTÉRIO DA IGREJA
A igreja manifesta a sua comunhão com Deus, e entre os irmãos, por meio da mutualidade. Comunhão se traduz em mutualidade. Podemos afirmar que a mutualidade é a vida da Igreja. Lowell Bailey afirma que a mutualidade é o coração do ministério da Igreja.
CONCLUSÃO
Precisamos combater a crise de comunhão em nossa igreja. O remédio para esta crise é a prática da mutualidade, isto é, todos os irmãos envolvidos em servir uns aos outros. Todos participando de modo feliz e eficiente, dos ministérios coletivos da igreja. Cada cristão praticando o seu dom espiritual.
A atração de uma igreja está também na maneira como os irmãos se relacionam. Lembre-se que uma pessoa sempre optará por uma igreja que o recebe bem. Ninguém consegue ficar numa igreja onde não se estabelece relacionamento ou amizade.
PONTOS PARA DISCUTIR
1. O que é a comunhão cristã?
2. Qual a relação entre a comunhão e a mutualidade?
3. Qual a importância da mutualidade para a vida de uma igreja?
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