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terça-feira, 30 de outubro de 2012

Lição 12: As dores do abandono

COMENTÁRIO

Hoje, trataremos dos efeitos que o abandono ocasiona na vida do servo de Deus. Não é novidade para ninguém, que é justamente nos momentos de angústia e aflição, que o ser humano sente-se esquecido por todos, inclusive pelos mais chegados. Todavia, consola-nos saber que o Senhor nunca abandona os seus filhos. Ele não os esquece. Aliás, o Pai Celeste conhece cada um de nós pelo nome. Quando o Senhor subiu ao céu, não nos deixou órfãos: enviou-nos o Espírito Santo, para consolar-nos e guiar-nos em todas as coisas (Jo 14.16).

I. O ABANDONO FAMILIAR

1. Na doença. Ninguém está imune às doenças, mesmo aqueles que professam servir a Deus (Gn 3.16-19). Por isso, quando enfermos, todos nós precisamos de ajuda e auxílio especializados. Infelizmente, há famílias que, nesses momentos, não suportando o estresse, acabam abandonando o doente à própria sorte, principalmente em se tratando de casos crônicos. Os que agem desta maneira demonstram não possuir ainda o genuíno amor cristão.

A pessoa enferma necessita do apoio, do carinho e da dedicação dos seus familiares, para vencer e suportar a enfermidade. Não podemos nos esquecer, ainda, dos casais que se divorciam quando um dos cônjuges adoece. Deus não aprova tal atitude (Mt 19.6).

2. No vício. Geralmente é na fase da adolescência que se conhece e se começa a consumir o fumo e o álcool e até drogas ilícitas. Muitos entram no submundo das drogas por carência afetiva, curiosidade ou para ser aceito por um determinado grupo social. A pessoa viciada perde a noção do certo e do errado e, para satisfazer o vício, é capaz de roubar e até matar. Alguns cometem suicídio porque se sentem sozinhos e abandonados por amigos e familiares. Lidar com viciados não é tarefa fácil. Mas é nessa hora que a família precisa fazer-se presente e estar unida para ajudá-los a livrarem-se das drogas (1 Tm 5.8).

3. Na melhor idade. A terceira idade, também chamada de melhor idade, é composta por aqueles que passaram dos sessenta anos. Em nossa sociedade, os idosos não são prezados, e algumas famílias chegam até a desampará-los. Muitos são colocados em casas de repouso, ou asilos, e lá permanecem sem assistência alguma. As Escrituras relatam que os mais velhos devem ser respeitados e ouvidos pelos mais novos (Js 23.1,2; Lm 5.12,14). O mandamento do Senhor de honrar o pai e a mãe continua válido para os dias atuais (Ef 6.1-3).

II. O ABANDONO EM SITUAÇÕES DIFÍCEIS

1. No desemprego. No desemprego, a situação financeira complica-se e o padrão de vida sofre drástica queda. Nesse momento é que conhecemos, de fato, nossos verdadeiros amigos (Lc 15.11-32). Até os familiares desaparecem, pois temem emprestar-nos dinheiro e ouvir-nos as lamúrias. O Senhor Deus, porém, não deixa seus filhos ao desamparo. Ele envia-nos o recurso necessário (Sl 37.25).

2. Da amizade. Todos sonhamos ter uma amizade parecida com a de Davi e Jonatas e com a de Rute e Noemi (1 Sm 18.1; Rt 1.8-18). Uma amizade desinteressada e verdadeiramente cristã. No momento da dor, Noemi encontrou em Rute um forte esteio e Davi descobriu em Jonatas um verdadeiro e leal protetor. Infelizmente, muitas pessoas são abandonadas e traídas por aqueles que pareciam grandes amigos. Até mesmo o apóstolo Paulo sentiu a dor do abandono: “Ninguém me assistiu na minha primeira defesa; antes, todos me desampararam. Que isto lhes não seja imputado” (2 Tm 4.16). O Senhor, porém, assistiu e fortaleceu o apóstolo. A Palavra de Deus adverte-nos a não abandonar o amigo (Pv 27.10). Sejamos, pois fiéis, leais e amorosos (Pv 17.17).

3. Da igreja. A igreja é o local onde o abandonado e solitário deveria encontrar amigos e irmãos (Mc 10.29,30). Infelizmente, há igrejas que se esquecem de seus membros e congregados; não os visitam, não oram por eles e nem lhes tratam as feridas. O Senhor Jesus, porém, interessa-se por cada uma de suas ovelhas em particular.

É chegada a hora de olharmos com mais carinho por aqueles que necessitam de nossos cuidados. Olhemos também pelos missionários que, muitas vezes abandonados, experimentam privações de toda sorte. Somos um só corpo e, como tal, devemos cuidar e zelar uns pelos outros, para que a Igreja de Cristo desfrute perfeita saúde (1 Co 12.12).

III. O DEUS QUE NÃO ABANDONA

1. Na angústia. Elias muito se angustiou, por causa das perseguições que lhe movia Jezabel (1 Rs 18.40; 19.1-3). Temendo por sua vida, o profeta fugiu para o deserto e, ali, desejou profundamente a morte (1 Rs 19.4). Após caminhar quarenta dias e quarentas noites até Horebe, escondeu-se numa caverna (1 Rs 19.8). Ele muito se entristeceu porque achava ser o único crente em todo o Israel. O Senhor, porém, animou-o, revelando-lhe que reservara sete mil servos fiéis, em todo aquele reino, semelhantes a ele (1 Rs 19.14,18). Quantas pessoas não se sentem exatamente assim? O Senhor nunca nos desampara. Nas horas de aflição, sempre faz-se presente (Sl 50.15).

2. O amigo. Abraão foi chamado de amigo de Deus (Tg 2.23). Será que podemos ter o mesmo privilégio? Jesus chamou seus discípulos de amigos, quando o esperado era que os tratasse como servos (Jo 15.15). Ele é o amigo fiel; não nos abandona na hora difícil. Na tempestade, livrou os discípulos do naufrágio iminente. Ele multiplicou pães e peixes e ressuscitou seu amigo, Lázaro (Mc 4.35-41; Jo 6.1-15; 11.11). Aleluia!

Ao morrer em nosso lugar, Jesus ofereceu a maior prova de amor e lealdade que um amigo pode dar (Jo 15.13). Cristo, o amigo verdadeiro, morreu na cruz do Calvário para que hoje tivéssemos direito à vida eterna. Para você ter esse amigo fiel ao seu lado, basta aceitá-lo como seu salvador pessoal.

3. A sua Igreja. Dias antes de sua morte, Jesus assegurou aos discípulos que não os deixaria sozinhos, pois haveria de enviar-lhes o Consolador (Jo 14.26). Ele não abandona a sua Igreja. A promessa foi cumprida no dia de Pentecostes, quando os discípulos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas (At 2). É o Espírito Santo que convence o homem do pecado, guiando-nos em todas as coisas. O Senhor cumpriu a sua Palavra. Por isso, quando o sentimento de abandono e solidão nos sobrevier, busquemos a Deus em oração e, assim, sentiremos a doce e confortável presença do Espírito Santo.

CONCLUSÃO

Ainda que a família e os amigos venham a abandonar-nos, Deus sempre nos acolherá. Ele está ao nosso lado. O seu Espírito orienta-nos em todas as nossas provações. Portanto, recorramos a Ele em nossas necessidades. Por outro lado, não nos esqueçamos de socorrer os que se acham em lutas e tribulações. É o que nos recomenda a lei do amor que nos entregou o Senhor Jesus. O seu mandamento é claro: amai-vos uns aos outros.

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