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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Lição 10: Uma igreja verdadeiramente próspera


COMENTÁRIO

A expressão “Israel de Deus”, em Gálatas 6.16, divide a opinião dos estudiosos. Há os que acreditam que Paulo refere-se à Igreja, deduzindo que esta suplantou por completo a Israel nos projetos de Deus. Por outro lado, outros defendem que o apóstolo faz alusão, de fato, a Israel, e que a Igreja entrou no Plano da Salvação até que Deus cumpra seus propósitos com o Povo da Promessa.

A Bíblia de Estudo Pentecostal explica que a expressão “Israel de Deus” refere-se “a todo o povo de Deus debaixo do novo concerto”, isto é, a “todos os salvos, tanto judeus como gentios”. Vejamos por que a Igreja de Cristo é o Israel de Deus e que implicações tem este fato na doutrina da prosperidade.

I. O POVO DE DEUS NA VELHA E NOVA ALIANÇA

1. O Israel Nação. O Senhor elegeu Israel para ser a sua propriedade exclusiva (Êx 19.5,6; Dt 7.6,7). Por conseguinte, a nação hebreia deveria ser santa por ser sacerdotal, profética e real (Êx 19.5,6). Dessa forma, os judeus tinham por missão levar o nome do Senhor a todas as nações. Logo, tanto as bênçãos decorrentes da obediência como as maldições advindas da desobediência, na Antiga Aliança (Dt 27-28), devem ser entendidas no contexto da vocação de Israel.

O Senhor promete restaurar o seu povo através de uma “nova aliança” (Jr 31.31-34; Ez 36.26). Mas os judeus, devido à sua incredulidade e dureza de coração, vieram a rejeitar a Jesus como o mediador do novo concerto (Hb 9.15; 12.24; Jo 1.12). Por causa disso, o propósito de Deus de ter um povo que o representasse continuou com a Igreja de Cristo — o Israel do Novo Testamento. Isso não significa que Deus haja se esquecido do povo hebreu (Rm 11.2). Pelo contrário. Afirma Paulo que “todo o Israel será salvo” (Rm 11.26).

2. O Israel do Novo Testamento. A igreja é vista na Bíblia como a comunidade dos chamados para fora, “separada”. Paulo mostra que a Igreja entra no plano da salvação como um mistério (Ef 3.2-10; Rm 16.25-26; Cl 1.25-27). Tal mistério, explica ele, consiste no fato de a Igreja de Cristo ser o “povo de Deus” formado agora tanto por judeus como por gentios (Gl 6.16; Rm 2.28,29; Ef 2.14-22; Fp 3.3; 1 Pe 2.9). Como já foi dito isso não quer dizer que a Igreja tenha suplantado ou substituído a Israel. Paulo realça que Cristo é o “descendente” prometido por Deus, através do qual todas as nações da terra foram abençoadas com a proclamação das boas novas de salvação (Gl 3.16). Em Cristo, Deus não substituiu, mas deu continuidade ao processo de autorrevelação anteriormente iniciado no Antigo Testamento.

3. O povo único de Deus. Donald Hagner observa que a Igreja não assume o lugar de Israel, mas que Israel encontra sua verdadeira identidade na Igreja! O Novo Testamento revela que Deus, através de Jesus, renovou a aliança com seu povo e que nesse ato, tanto judeus como gentios formam um só povo. Ser parte da Igreja é reconhecer Jesus como o Messias — a plenitude das promessas divinas. Essa é a verdadeira prosperidade.

II. A IGREJA E SUA NATUREZA

1. Localidade e universalidade. Quando fazemos referência à igreja que está em uma determinada cidade, falamos do aspecto local da Igreja de Cristo (1 Co 1.2; At 13.1). Paulo também fala da universalidade da Igreja (1 Co 10.32). A Igreja é local, mas também é universal. Isto é, ela é formada por todos os crentes das mais diferentes culturas, raças e nações.

2. O ensino neotestamentário revela que a Igreja é una (Ef 4.4). Ela é um corpo e como tal seu funcionamento assemelha-se a um organismo vivo (1 Co 12.12). A Igreja é o Corpo de Cristo formado por todos os crentes regenerados em toda a parte do mundo através do sangue do Cordeiro.

3. A santidade é tanto posicional como progressiva. No primeiro caso, o crente é santo porque espiritualmente encontra-se em Cristo e, assim, participa de sua natureza santa. Todavia, no seu viver diário, o crente tem sua parte a fazer, isto é, ajustar-se ao que a Palavra de Deus ensina sobre um viver de pureza e integridade (2 Co 7.10).

III. A IGREJA E SUA MISSÃO

1. Adoração. Em sua primeira epístola aos Coríntios, Paulo dá diretrizes acerca de como deve ser o culto cristão (1 Co 14.26). Entre outras instruções, ele diz: “cada um de vós tem salmo”. Salmo aqui é uma referência ao hinário da Igreja Primitiva, embora saibamos que havia também expressões espontâneas de louvores e cânticos espirituais entre os primeiros crentes (Ef 5.19; Cl 3.16). A essência do culto cristão, portanto, é a adoração.

2. Instrução e edificação. No mesmo texto de 1 Coríntios 14.26, o apóstolo também diz que “cada um de vós tem [...] doutrina”. A palavra grega didaché, traduzida aqui como doutrina, é uma referência à instrução que era ministrada aos crentes através da exposição da Palavra de Deus. Toda igreja verdadeiramente bíblica necessita da exposição das Sagradas Escrituras. Pedro exorta aos crentes a desejarem ardentemente o genuíno leite espiritual capaz de dar crescimento para a salvação (1 Pe 2.2). É por isso que a igreja em Antioquia possuía mestres (At 13.1). O próprio Deus colocou-os na Igreja, visando o pleno desenvolvimento dos santos (Ef 4.11,12).

Paulo afirma que o propósito disso tudo é a edificação da Igreja (1 Co 14.3,26). Outro aspecto a ser observado é que, embora a Escritura mostre o lado comunal da Igreja Primitiva, o Novo Testamento não é avesso aos bens materiais desde que estes sejam usados para a glória de Deus, para a expansão de seu Reino e para o socorro dos mais necessitados (At 4.32-35). O exemplo de Barnabé é bastante significativo (At 4.36-37).

3. Proclamação. Uma igreja adoradora, instruída na Palavra e verdadeiramente próspera, tem como foco principal a proclamação do Evangelho de Cristo. A missão da Igreja é colocar em prática a Grande Comissão (Mt 28.19). Fomos chamados para sermos proclamadores das boas novas do Reino de Deus (1 Pe 2.9). Uma igreja que não prega e não evangeliza está longe de ser realmente próspera, por mais rica que seja.

CONCLUSÃO

A Igreja é o “Israel de Deus” e, como tal, tem a missão de representá-lo nessa terra. O importante não é apenas ser abençoado, mas ter plena comunhão com o Abençoador. Isso significa fazer parte do corpo místico de Cristo que é a sua Igreja. Celebremos o fato de sermos o Israel de Deus, mas não nos esqueçamos das responsabilidades que isso também nos traz. A igreja realmente próspera é aquela que cumpre plenamente a missão que nos confiou o Senhor Jesus.

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