Seguidores

domingo, 13 de março de 2011

lição 12-As viagens missionárias de Paulo

O livro de Atos dos Apóstolos nos apresenta o enraizamento e a expansão do evangelho nos primórdios da cristandade: começa com a ascensão de Jesus aos céus e a divulgação do evangelho  a partir de Jerusalém, chegando finalmente a Roma, onde o livro termina.
A despeito das perseguições, os novos discípulos testemunhavam todos os dias, não cessavam de ensinar e anunciar a Jesus Cristo: nas ruas, nas casas, nas vilas, cidades, ensinando e proclamando intensamente o evangelho. Todos, indistintamente, estavam empenhados em organizar novas igrejas, obedecendo a um plano de avanço missionário. E hoje, o que estamos fazendo em prol da evangelização local e universal?
O livro dos Atos dos Apóstolos foi, evidentemente, designado por Deus como guia e paradigma do esforço missionário para todas as gerações.
Há exemplos de toda experiência e de todas as circunstâncias que envolvem os obreiros de Cristo. O livro não termina com uma história completa. A narrativa é interrompida de maneira abrupta, deixando Paulo em Roma, a maior metrópole do mundo, “pregando o Reino de Deus e ensinando com toda a liberdade as coisas pertencentes ao Senhor Jesus Cristo, sem impedimento algum”. 
Apta conclusão, pois a obra ficou inacabada e as atividades dos missionários continuariam até à consumação dos séculos.

INTRODUÇÃO

Dos 66 livros da Bíblia, Atos é o que mais se destaca na obra missionária, pois registra missões por todos os ângulos, mostrando todas as possíveis atividades de um missionário. O poder do Espírito Santo, a obra da evangelização e as viagens missionárias do apóstolo Paulo são o conteúdo de Atos. Essas viagens são o assunto que vamos estudar hoje.

I. O LIVRO DE ATOS

1. O propósito de Atos. O propósito de Lucas, em seu Evangelho, foi escrever tudo o que Jesus “começou não só a fazer, mas a ensinar” (v.1). No livro de Atos, o propósito foi registrar o que Jesus continuou a fazer e a ensinar, agora, pelo Espírito Santo, através dos apóstolos, dando ênfase a ressurreição de Jesus, que “se apresentou vivo, com muitas e infalíveis provas” (v.3). 
2. Visão geral de Atos. O livro de Atos começa com o aparecimento de Jesus já ressuscitado, reunindo-se com os seus discípulos durante 40 dias. Jesus, ao ascender ao céu reafirma a promessa do Espírito Santo, a fim de que os seus discípulos se encham do poder de Deus para pregar e fazer missões. A trajetória da Igreja começa em Jerusalém (1.1–6.7); em seguida, temos a extensão do Cristianismo na Palestina (6.8–9.31) e conversão de Saulo de Tarso até a introdução do evangelho em Antioquia da Síria (9.1–11.19). Depois vem a campanha de Paulo na Galácia (13.14–16.6); a proclamação do evangelho na Europa (At 16.8–18.18); e a chegada de Paulo a Roma, a capital do Império Romano (19.21–28.31).
3. O valor de Atos. Sem o livro de Atos é impossível entender as epístolas paulinas. A origem da Igreja estaria envolta em mistério, e não teríamos a garantia do cumprimento das promessas de Jesus sobre a vinda do Consolador e nem saberíamos qual a experiência dos apóstolos com o Espírito Santo, como foi a obra missionária, como a Igreja se expandiu pelo mundo. Essas narrativas são de inestimável valor para todas as gerações de  cristãos.

II. A PRIMEIRA VIAGEM

1. Partindo de Antioquia. Barnabé foi o companheiro de Paulo na sua primeira viagem missionária, que durou cerca de dois anos (entre 46 e 48 d.C.) O objetivo deles era fundar igrejas. Começaram na ilha de Chipre; logo entraram no continente, passando por Perge e Panfília, indo imediatamente para Antioquia da Pisídia, na Galácia do Sul.
2. Antioquia da Pisídia. Nessa cidade Paulo e Barnabé começaram a pregar numa sinagoga (13.14). Uns creram e receberam a palavra, insistindo que Paulo retornasse no sábado seguinte para continuar o assunto. O número dos assistentes foi grande no sábado seguinte, e isso causou inveja nos judeus, resultando em perseguição. Paulo e Barnabé foram expulsos da cidade (13.42-46).
3. Listra, Icônio e Derbe. A cura de um coxo em Listra serviu como ponto de apoio para a pregação do evangelho (14.8-10). Depois disso Paulo e Barnabé foram para Derbe (14.20), e retornaram para o ponto de partida, visitando as igrejas em Listra, Icônio e Antioquia da Pisídia (14.22) e estabelecendo obreiros nativos, frutos do trabalho missionário.

III. A SEGUNDA VIAGEM

1. Objetivo da segunda viagem. Na Segunda viagem, Silas foi companheiro de Paulo. O objetivo era duplo, revisitar as igrejas da Galácia do Sul, que Paulo fundara juntamente com Barnabé na primeira viagem (15.36; 16.1-6; Gl 1.2), e abrir novas frentes de trabalho, ou seja, fundar mais igrejas locais (v.6). O apóstolo não pretendia ir para a Europa; sua intenção era ir para Ásia: “foram impedidos pelo Espírito Santo de anunciar a Palavra na Ásia” (16.6). Depois Paulo intentou ir para a Bitínia, mas novamente foi impedido (16.7), sendo em seguida impulsionado a rumar para  Trôas. 
2. As igrejas européias. O apóstolo Paulo visitou muitas cidades européias do mundo grego, durante a sua segunda viagem. Aqui mencionamos apenas as cidades em que ele fundou igrejas. Em Filipos, começou a igreja na casa de Lídia (16.14,15,40); em Tessalônica, começou pregando numa sinagoga (17.1,2) e da mesma forma em Beréia (17.10-12). Em Atenas o trabalho começou numa sinagoga, e depois continuou nas praças e no centro acadêmico da cidade, o areópago (17.17-19). Em Corinto teve início na sinagoga, como sempre, depois teve de sair dela, e foi para a casa de Tito Justo, recebendo apoio de Crispo, principal da sinagoga, que creu no Senhor Jesus (18.4-8). Essa viagem durou cerca de três anos (entre 49 e 52 d.C.).

IV. TERCEIRA E QUARTA VIAGENS

1. A igreja de Éfeso. Seu propósito era visitar as igrejas para confirmar e fortalecer os discípulos (At 18.22,23). Fez o mesmo caminho da segunda viagem: Galácia do Sul, região frígio-gálata, chegando a Éfeso, onde havia estado no fim de sua segunda viagem, ainda que tenha permanecido não mais que três dias na cidade (18.19-21). Na terceira viagem encontrou um grupo de 12 novos convertidos, que conheciam apenas o batismo de João (19.1-7). Por essa cidade havia passado Apolo (18.24) que fora instruído por Áqüila (18.26). Nessa oportunidade, o apóstolo ficou três anos na cidade (20.31). A viagem durou cerca de quatro anos (entre 53 e 57 d.C.). 
2. A cidade de Éfeso. Capital da província romana da Ásia, era a cidade mais importante da região e cruzamento de rotas comerciais. Nela estava o templo da deusa Diana (19.35), chamada pelos romanos de Ártemis, uma das sete maravilhas do mundo antigo. Atualmente a cidade está em ruínas, e encontra-se localizada na região da Anatólia, Turquia. 
3. A viagem para Roma. Paulo partiu de Cesaréia Marítima como prisioneiro, pois havia apelado para César (At 25.11; 26.32). Foi uma viagem muito conturbada, por causa do mau tempo, e o apóstolo não perdeu a oportunidade: evangelizou os demais presos e a tripulação do navio que, em Malta, naufragou. Apesar dos danos materiais, ninguém pereceu. Nessa ilha, o apóstolo fundou uma igreja. Depois embarcou para Roma, onde chegaria em 62 d.C. A viagem está registrada em Atos 27 e 28. 
4. Paulo em Roma. Enquanto aguardava a audiência com Nero, o apóstolo atendia os irmãos em casa alugada (At 28.30). A história de Paulo não termina aqui. O que se sabe, além da interrupção que Lucas faz de sua narrativa, são alguns detalhes que o apóstolo dá em suas cartas ou então por intermédio dos escritos dos Pais da Igreja. Seu caso foi examinado e ele foi absolvido. Nessa ocasião, se diz que ele cumpriu seu desejo de pregar na Espanha (Rm 15.28). Nas redondezas de Roma, fez um grande trabalho. 

V. MISSÕES MUNDIAIS

1. O campo missionário é o mundo. Jesus disse: “o campo é o mundo” (Mt 13.38). Ele não disse que o campo é Jerusalém, nem a Judéia, nem Roma, nem minha cidade e a tua. Infelizmente há ainda os que pensam que o “campo” é a sua cidade e por isso mostram-se não somente apáticos às missões, mas também posicionam-se contra elas. Outros não são contra, mas não se esforçam, são acomodados. É dever de cada crente incentivar missões, orar pelos missionários e pelos que estão sendo enviados e contribuir financeiramente para o sustento dos missionários.
2. “Tanto em Jerusalém como em toda a Judéia” (v.8). Jesus não disse para primeiro pregar em Jerusalém, depois na Judéia, depois em Samaria e só então ser testemunha até “os confins da terra”, mas mandou pregar “tanto em Jerusalém como em toda Judéia, Samaria e até os confins da terra”. Isso fala de simultaneidade, do contrário o evangelho estaria ainda em Israel, confinado entre os judeus, pois Jesus mesmo disse: “porque em verdade vos digo que não acabareis de percorrer as cidades de Israel sem que venha o Filho do Homem” (Mt 10.23).

CONCLUSÃO

Como resultado das viagens de Paulo, surgiram igrejas na Ásia e Europa, e com elas apareceram as epístolas, que ocupam um terço do Novo Testamento, e o Cristianismo se tornou universal. Em Atos, portanto, estão registradas as viagens missionárias mais importantes da história do Cristianismo. É a receita de missões e de todas as atividades de um missionário. Por essas razões, de todos os livros da Bíblia, Atos é o livro de missões. 

Extraído da Revista "Lições Bíblicas"
Jovens e Adultos - Lições do 3o. trimestre de 2000
CPAD - Casa Publicadora das Assembléias de Deus

Nenhum comentário:

Postar um comentário