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sexta-feira, 22 de junho de 2012

Lição 3-A Morte para o Verdadeiro Cristão


O dia da morte do cristão é melhor do que o dia do seu nascimento. Contudo, seu nascimento foi essencial para o dia da sua morte ser melhor. Quando alguém diz que uma segunda coisa é melhor do que a primeira, deve-se entender que a primeira coisa tem valor intrínseco. Todos os dias do cristão em Cristo sobre a terra são bons, mas estar com Cristo na glória eterna será melhor. Paulo foi abençoado em Cristo sobre a terra, mas o apogeu da bênção para Paulo seria estar com Cristo na glória: “Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho. Mas, se o viver na carne me der fruto da minha obra, não sei, então, o que deva escolher. Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor. Mas julgo mais necessário, por amor de vós, ficar na carne” (Filipenses 1:21-24).

Quando as coisas estão certas, uma conclusão é melhor do que um princípio. Portanto, o fruto é melhor do que a flor, a colheita é melhor do que a semeadura, a vitória é melhor do que a guerra, a recompensa é melhor do que o dificultoso percurso do trabalho, e o bom vinho é guardado para a conclusão da jornada (João 2:1-11).

A transformação da água em vinho foi o primeiro milagre realizado por Cristo para mostrar ser Ele mesmo o cumprimento das cerimônias do Antigo Testamento. Quando o homem tiver feito tudo o que ele pode, uma grande deficiência ainda permanecerá: “Porquanto, o que era impossível à lei, visto como estava enferma pela carne, Deus, enviando o seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne, para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito” (Romanos 8:3,4). O milagre foi operado em silêncio profundo. Nada é declarado com respeito ao método de operação. Nenhum meio foi empregado. O mesmo é verdadeiro na regeneração. Nada é declarado sobre como Cristo mudou a água em vinho. Ninguém pode traçar os princípios, pois um véu está posto sobre os atos criativos de Deus.

O nascimento introduz a depravação no mundo. Davi disse: “Eis que em iniqüidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe” (Salmo 51:5). “Alienam-se os ímpios desde a madre; andam errados desde que nasceram, proferindo mentiras” (Salmo 58:3). A morte remove essa depravação. A morte que no final Paulo morreu foi apenas o estágio final de uma morte que tinha sido contínua por toda a sua peregrinação cristã (2 Coríntios 4:10-5:10).

Jó disse: “O homem, nascido da mulher, é de bem poucos dias e cheio de inquietação. Sai como a flor e se seca; foge também como a sombra e não permanece” (Jó 14:1,2 ). Nunca passa um dia na vida de um cristão quando ele não é apresentado com objetos que deveriam lhe fazer refletir sobre a sua partida final. Nenhum estágio da vida, da infância à sepultura, é isento de inquietações. Até os melhores dos santos quase não têm tempo para vestir suas almas antes de deixaram os seus corpos. A vida humana é lisonjeira em seu princípio, pois ela vem como uma flor, mas ela breve vai embora e parte sem retorno. A morte leva o cristão ao descanso eterno: “E ouvi uma voz do céu, que me dizia: Escreve: Bem-aventurados os mortos que, desde agora, morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem dos seus trabalhos, e as suas obras os sigam” (Apocalipse 14:13). Essa é uma das sete bem-aventuranças registradas em Apocalipse (1:3; 14:13; 16:15; 19:9; 20:6; 22:7; 22:14). A bem-aventurança prometida em Apocalipse 14:13 será um conforto especial durante a tribulação aos santos que não tiverem sido assassinados.

O nascimento traz todos a um estágio de morte: “E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo, depois disso, o juízo” (Hebreus 9:27). Ninguém deveria zombar do julgamento até que ele pudesse zombar da morte. Ninguém, senão uma pessoa insensível, ridiculariza a morte física. O que aconteceu a Adão é verdade para todos os homens: “E foram todos os dias que Adão viveu novecentos e trinta anos; e morreu” (Gênesis 5:5). Ler a história dos descendentes de Adão pode não ser interessante, mas certamente estabelece um fato importante — todo ser vivente é apontado para morrer. O outro lado dessa moeda revela que a morte é a entrada tanto para a perfeição ou glória eterna como para a punição eterna.

Deus é onipresente. Assim como Deus não pode ser medito pelo tempo, Ele não pode ser limitado pelo espaço. Além do mais, assim como nenhum lugar pode estar sem Deus, nenhum lugar pode cercá-Lo ou contê-Lo. Portanto, Deus está presente com todos pela presença de Sua Deidade, mas Ele está presente com Seus santos pela presença de Sua eficácia graciosa no tempo e de Sua eficácia graciosa na eternidade.

Lucas 16:19-31 registra um contraste entre a vida e a morte na história de um certo homem rico e um certo homem pobre chamado Lázaro. O nome “Lázaro” significa “Deus socorre”. O homem rico não era importante o suficiente para ter o seu nome mencionado. Seu nome não estava registrado no Livro da Vida. Houve uma grande diferença em suas mortes. O homem pobre morreu (nenhum funeral mencionado), e ele foi carregado pelos anjos para o seio de Abraão. O homem rico morreu e foi enterrado (Estude Jeremias 9:17,18.). Há um contraste na eternidade entre o homem rico sem nome e o homem pobre com nome, que tinha sido socorrido pelo Deus soberano.

O relato de Cristo do homem rico e de Lázaro não deve ser deixado de lado sem considerar os versículos 26-31. O homem rico era mais aguçadamente consciente da vida futura do que uma pessoa nessa vida. Ele sabia o que estava acontecendo nos três reinos: (1) seu próprio reino no Inferno (v. 24), (2) o reino que ele viu, no qual Abraão e Lázaro estavam (vv. 25, 26), e (3) o reino no qual seus cinco irmãos viviam (vv. 27-31). Hades é tabu no pensamento moderno. A punição é um mito? Remova a punição e um novo ímpeto ao crime aparecerá.

A visão que o cristão tem da morte é a seguinte:

1. A morte é a liberação final da salvação. Há mais na salvação do que meramente escapar do inferno ou ir para o céu quando alguém morre. A salvação completa não é experimentada toda de uma só vez. Cristo morreu pelas ovelhas — tempo passado. Ele vive pelas ovelhas — tempo presente. O Senhor Jesus está vindo para as ovelhas — tempo futuro. Quando o homem caiu, a queda foi completa. Seu espírito morreu imediatamente. Sua alma se degenerou progressivamente. Seu corpo morreu no final. A redenção segue a mesma ordem. Os eleitos são justificados imediatamente, santificados progressivamente e glorificados no final.

2. Morte não é cessação, mas separação da existência. O crente passa do tempo para a eternidade. Paulo usou o substantivo grego kerdos significando ganho, o adjetivo kreitton significando maior, melhor ou superior, e o advérbio mallon significando mais ou muito mais em Filipenses 1:21-23. A combinação das palavras prova que o cristão falecido não se torna inferior a uma pessoa quando ele morre: “Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada...E não só ela, mas nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo” (Romanos 8:18,23). O corpo redimido será a finalização ou perfeição do que Deus o Espírito Santo começou na regeneração. O Espírito aplicou o que o Filho de Deus providenciou em Sua morte. O que o Filho providenciou foi em favor do eleito que o Pai lhe deu antes da fundação do mundo.

3. A morte é o tratamento perfeito para todas as doenças espirituais e físicas. Não é a morte da pessoa, mas é a morte dos pecados da pessoa. O pecado é a parteira que trouxe morte ao mundo, e a morte será a sepultura para o pecado enterrado. A morte entrou pelo pecado, e o pecado sairá pela morte. Enquanto os cristãos estão na carne eles experimentam renovação interna e declínio externo (2 Coríntios 4:8-18). Quando os sofrimentos são comparados com a glória eterna, eles consideram os mesmos como nada (2 Timóteo 2:12; Romanos 8:17).

4. A morte deveria ser vista como descanso do pecado, tristeza, aflições, tentações, deserções, irritações, oposições e perseguições (Apocalipse 14:13; Romanos 5:3-5; 2 Coríntios 4:7-12). Os redimidos não são vasos de mérito, mas vasos de misericórdia. O barro não é colocado na roda da providência e deixado sem mudança. O vaso de Deus deve remir o tempo, pois os dias são maus (Efésios 5:16). Isso faz o descanso celestial do cristão ainda mais maravilhoso.

5. Morte é conquistar plena liberdade de todos os inimigos internos e externos. Os cristão serão livres do pecado interior (Romanos 7:14-25). Eles também serão livres de todas as forças das trevas e das artimanhas do Diabo (Efésios 6:10-17).

6. A morte deveria ser vista com a certeza de se ter uma escolta ilustre para escoltar o cristão (Lucas 16:22), seguindo seu caminho através do vale da SOMBRA da morte: “Ainda que eu ande pela sombra da morte (trevas profundas), não temerei mal algum” (John Joseph Owens). A escuridão pode ser intensa, mas ela é apenas uma sombra. O cristão não teme mal algum, pois “Tu (seu Pastor) estás comigo” (Veja o Salmo 23).

7. O cristão olha para a morte como uma partida da imperfeição para perfeição (2 Timóteo 4:6). Paulo viveu uma vida espiritual progressiva. Ela não foi ausente de dificuldade, perseguição e sofrimento. Contudo, essa vida estava em preparação para a morte, pois ele aguardava a experiência com confiança alegre e expectativa esperançosa.


(Sermão pregado por W. E. Best , na Kingwood Assembly of Christ, no Domingo de 29 de Setembro de 2002)

Lição 02 – A Enfermidade na Vida do Crente


Dentre as consequências da entrada do pecado no mundo, certamente as enfermidades são as que mais perturbam as pessoas. Até mesmo os crentes em Jesus são acometidos de doenças, muitas vezes graves, que os levam à morte. Entretanto, o Senhor Jesus Cristo deu à sua Igreja a autoridade para curar enfermos em seu nome.

I. A TRÍPLICE MISSÃO DE JESUS

1. Ensinando o evangelho (v.23a). Nas sinagogas, normalmente aos sábados (Lc 4.16,17), Jesus ensinava aos que ali se reuniam. Sua mensagem, exposta de modo claro e simples, o fazia admirado por muitos, porém, irritava aos que não queriam ouvir a Palavra de Deus.

2. Pregando o evangelho (v.23b). A pregação do evangelho, ou das boas novas de salvação, era o ponto alto do ministério de Jesus. Ele pregava nas sinagogas (Mc 1.39), nas cidades (Mt 4.13,17) e de aldeia em aldeia (Lc 8.1).

3. Curando enfermidades (v.23c). A pregação de Jesus não era um evangelho só de palavras, como faziam os fariseus (Jo 7.46). Sua mensagem tornava-se eloquente por causa dos sinais e prodígios que operava (Jo 2.11). Ele próprio enfatizou este aspecto: “Se não virdes sinais e milagres, não crereis” (Jo 4.48). Muitos creram por causa dos sinais (Jo 2.23; 3.2). Dentre esses sinais, a cura das enfermidades teve lugar especial no ministério terreno do Senhor.

II. OS ENSINOS DE JESUS SOBRE AS ENFERMIDADES

1. Valorizava a visita ao enfermo (Mt 25.36). Ao final do sermão profético, Jesus revelou que, no final dos tempos, serão galardoados aqueles que, em sua missão, tiveram o cuidado de visitar os doentes: “adoeci, e visitastes-me”. Os justos indagarão sobre tal visita ao Senhor: “E, quando te vimos enfermo ou na prisão e fomos ver-te? E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que, quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes” (Mt 25.39,40).

2. Jesus não condena a Medicina. Criticado por entrar na casa de um publicano, Jesus disse aos escribas e fariseus: “Não necessitam de médico os que estão sãos, mas sim os que estão enfermos” (Lc 5.31). Lucas, discípulo de Jesus, era médico. Quando enfermo, o crente não peca se recorrer à Medicina, pois Deus pode usar os médicos e os remédios para conceder a cura desejada. No entanto, para o crente deve sempre prevalecer a vontade divina, pois, às vezes, a cura não é concedida.

3. Enfermidade para a glória de Deus. Num certo lugar, Jesus viu um homem cego de nascença. “E os seus discípulos lhe perguntaram, dizendo: Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?”. Ele respondeu, afirmando: “Nem ele pecou, nem seus pais; mas foi assim para que se manifestem nele as obras de Deus” (Jo 9.1-3). É preciso evitar os erros e exageros das doutrinas extrabíblicas, muito em moda nestes dias.

III. ELE TOMOU SOBRE SI AS NOSSAS ENFERMIDADES

1. O cumprimento profético da cura divina. Em visita à casa de Pedro, Jesus “curou todos os que estavam enfermos, para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta Isaías, que diz: ele tomou sobre si as nossas enfermidades e levou as nossas doenças” (Mt 8.16,17). Neste texto bíblico, está o cumprimento do que Isaías profetizou (Is 53.4) sete séculos antes de Jesus se manifestar ao mundo, curando os enfermos e doentes.

2. Salvação e cura. Jesus cumpriu a profecia sobre seu poder sanador, mesmo antes de morrer na cruz. Após o seu sacrifício expiatório, ele assegurou o direito aos seus servos de serem salvos e curados dos males do corpo físico. O comentário da Bíblia de Estudo Pentecostal (CPAD) diz: “A morte expiatória de Cristo foi um ato perfeito e suficiente para a redenção do ser humano total — espírito, alma e corpo. Assim como o pecado e a enfermidade são os gigantes gêmeos, destinados por Satanás para destruir o ser humano, assim também o perdão e a cura divina vem juntos como bênçãos irmanadas, destinadas por Deus para nos redimir e nos dar saúde (cf. Sl 103.3; Tg 5.14-16)”.

3. Exageros doutrinários. Com base no texto bíblico de Mt 8.17, que repete Is 53.4, os adeptos da chamada “Confissão Positiva” entendem que, como a salvação, a cura divina já foi realizada na cruz, não existindo mais doenças para os crentes. Segundo eles, se o crente apresenta algum problema de saúde, isto é apenas “sintoma”, que precisa ser expulso, pois é coisa de Satanás. Se um crente fica doente, dizem que é por “falta de fé” ou “por causa de pecado”. Isso é terrível, pois há homens e mulheres de Deus, fiéis, que ficam doentes e até passam para o Senhor. Será que eles são pessoas incrédulas ou cheias de pecado? Por outro lado, há quem diga que o texto refere-se unicamente ao pecado (enfermidade espiritual). Jesus, com seu sacrifício, veio nos dar vitória tanto sobre o pecado, quanto sobre suas consequências, incluindo as enfermidades. Entretanto, a vitória total, ou seja “a redenção do nosso corpo” (Rm 8.23) só ocorrerá por ocasião da ressurreição (1 Co 15.54), no arrebatamento (Fp 3.21).

4. O crente fiel pode adoecer. Timóteo, “filho na fé” de Paulo, tinha frequentes enfermidades (1 Tm 5.23); Trófimo ficou doente cm Mileto (2 Tm 4.20); Epafrodito esteve quase à morte (Fp 2.25-30). Isso sem falar de Jó, que “era homem sincero, reto e temente a Deus; e se desviava do mal” (Jó 1.1), e padeceu de uma doença que lhe acometeu desde a cabeça até a planta dos pés (Jó 2.7). Em Mc 16.18, Jesus não disse que os enfermos seriam apenas os descrentes.

5. As doenças são reais. Se podemos impor as mãos sobre “os enfermos”, é porque eles existem e suas enfermidades são reais e não virtuais. Não são “sintomas” apenas. São concretas. É para isso que o crente ora, impondo as mãos ou fazem a “oração da fé” (Tg 5.14,15), que levantará “o doente”, de verdade, e não o falso enfermo. O crente pode adoecer e ser curado imediatamente, ou progressivamente; e pode não ser curado, se assim Deus o quiser ou permitir. A Bíblia diz “Tudo sucede igualmente a todos: o mesmo sucede ao justo e ao ímpio, ao bom e ao puro, como ao impuro...” (Ec 9.2). Somente na eternidade, o justo será completamente diferente do ímpio: “Então, vereis outra vez a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus e o que não o serve” (Ml 3.18).

IV. JESUS DEU AUTORIDADE PARA CURAR

1. Poder para curar. Preparando os seus discípulos para a missão de evangelizar, Jesus “deu-lhes poder sobre os espíritos imundos, para os expulsarem e para curarem toda enfermidade e todo mal (Mt 10.1). Isso é maravilhoso. Os crentes em Jesus têm autoridade para orar pelos enfermos de todo o tipo, seja a enfermidade espiritual, emocional ou física. Na mesma ocasião, ele disse: “Curai os enfermos, limpai os leprosos, ...de graça recebestes, de graça dai” (Mt 10.8). No envio dos 70, ele mandou curar os enfermos (Lc 10.9). Em suas últimas palavras, antes de ser assunto aos céus, Jesus garantiu o seu poder, para que em seu nome os enfermos sejam curados (Mc 16.18).

2. A imposição das mãos. Jesus ensinou que os seus servos “imporão as mãos sobre os enfermos e os curarão”. Trata-se de um ato de fé, numa demonstração de que o poder de Deus no crente envolve o seu interior e o exterior. Assim como do corpo de Jesus saiu virtude (Mc 5.30), esta pode, da parte de Deus, fluir do crente para o enfermo e este receber a cura, não por causa das mãos de quem ora, mas pelo poder no nome de Jesus. Além da imposição de mãos, o crente pode ser curado através da oração da fé com unção com óleo (Tg 5.14-16) ou através dos dons de curar (1 Co 12.9).

CONCLUSÃO

As doenças, no seu aspecto geral, são consequências da entrada do pecado no mundo. No aspecto específico, ou seja, a doença de determinada pessoa, no entanto, não se pode julgar que seja fruto de pecado, ou de falta de fé. O cristão pode adoecer e pode ser curado de imediato ou não. Depende não só de fé, mas, também, da vontade diretiva ou permissiva de Deus. Que o Senhor nos ajude no incremento do ministério de cura divina, não só como fator de alívio para os doentes, mas como meio de propagar o poder de Deus através do evangelho.


2º Trimestre de 2000 / Os ensinos de Jesus para o homem atual /Elinaldo Renovato de Lima

Lição 01 – No Mundo Tereis Aflições


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
João 16.20,21,25-33.

COMENTÁRIO

O crente em Jesus pode vir a sofrer? Se a resposta for não, então por que o sofrimento assalta-lhe a vida? Neste trimestre, estudaremos as “aflições do tempo presente”. Veremos que elas, conforme ensinou Jesus (Jo 16.33), são uma realidade inevitável até mesmo na vida do crente mais fiel. Mas da mesma forma como Ele padeceu, porém triunfou, nós também poderemos vencer todas as batalhas. E, assim, cresceremos integralmente na graça e no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo.

I. AS AFLIÇÕES DO TEMPO PRESENTE

1. De ordem natural. Presenciamos uma desordem nunca antes vista na natureza. Apesar dos falsos alarmes, não podemos ignorar a devastação provocada pela ação irresponsável do homem. A Bíblia diz que a criação geme e está com “dores de parto” pelo que o ser humano tem-lhe feito (Rm 8.22). Quantas calamidades nos abatem por causa da degradação ambiental. São tragédias assombrosas que ceifam milhares de vidas. As poluições nos lagos, rios e mares, e as ocupações em áreas de riscos contribuem para a ocorrência de tragédias. Tais aflições também afetam os crentes fiéis.

2. De ordem econômica. Outra aflição que se abate sobre o mundo é a de ordem financeira. A crise econômica internacional empobrece países, nações e famílias. Quantos não deram cabo da própria vida porque, da noite para o dia, descobriram que perderam todos os bens? Em nosso país, milhões de pessoas sobrevivem com menos de um salário mínimo. A pobreza, a fome e a miséria continuam a flagelar vidas ao redor do mundo, inclusive as dos servos de Deus (Mc 12.41-44).

3. De ordem física. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, doenças como câncer, hepatite, hipertensão arterial, depressão e obesidade são consideradas as pragas do século XXI. Essa informação traz-nos algumas indagações: Será que o crente fiel não é vítima de câncer? Ou não desenvolve a depressão e não sofre de hipertensão arterial? Não precisamos de muito esforço para reconhecer que as enfermidades também atingem os salvos e são consequência da queda (Rm 6.23). Mesmo cientes de que as doenças acometem igualmente o servo de Deus, é impossível ignorar que há enfermidades de natureza espiritual e oriundas de práticas pecaminosas (Mt 9.32,33; Jo 5.14,15).

II. POR QUE O CRENTE SOFRE

1. A queda. O sofrimento é algo comum a todos os homens, sejam ímpios sejam justos. Uma razão para a existência do mal é a queda humana. Deus fez um mundo perfeito (Gn 1.31), mas a transgressão de Adão trouxe a tristeza, a dor e a morte (Gn 3.16-19; Rm 5.12). Por isso, todos estão igualmente sujeitos ao sofrimento (Rm 2.12; 8.22).

2. A degeneração humana. Com a queda no Éden, o homem sofreu um processo de degeneração moral, social e espiritual. Tal degradação, observada na vida de Caim (Gn 4.8-16), Lameque (Gn 4.23,24) e de toda aquela geração, levou Deus a destruir o mundo pelo dilúvio (Gn 6.1-7.24). O relato bíblico mostra claramente a corrupção humana e o aparecimento do ódio, da violência, das guerras e de todos os atos que contrariam a vontade divina. Não é exatamente essa a situação da sociedade atual? A humanidade acha-se em franca rebelião contra Deus (Rm 3.23).

3. O novo nascimento e o sofrimento. A experiência pessoal e genuína do novo nascimento gera no crente uma natureza oposta a da queda (1 Jo 5.1,19). Entretanto, apesar de ter nascido de novo, o crente em Jesus não deixa de experimentar o sofrimento, pois, como disse Agostinho de Hipona: “A permanência da concupiscência em nós é uma maneira de provarmos a Deus o nosso amor a Ele, lutando contra o pecado por amor ao Senhor; é, sobretudo, no rompimento radical com o pecado que damos a Deus a prova real do nosso amor”. Assim, experimentamos o sofrimento porque habitamos um corpo que ainda não foi transformado, mas que espera a sua plena glorificação (1 Co 15.35-58).

III. O CRESCIMENTO E A PAZ NAS AFLIÇÕES

1. A soberania divina na vida do crente. A soberania divina na existência do crente garante-lhe que os olhos de Deus sondem-lhe a vida por inteiro. Somos em suas mãos o que o vaso é nas mãos do oleiro (Jr 18.4). Por isso, você pode falar como o salmista: “Eu me alegrarei e regozijarei na tua benignidade, pois consideraste a minha aflição; conheceste a minha alma nas angústias” (Sl 31.7). Querido irmão, querida irmã, não se desespere! O Senhor, Criador dos céus e da terra, cuida inteiramente de você e dos seus, porque “a terra é do Senhor e toda a sua plenitude” (1 Co 10.26).

2. Tudo coopera para o bem. A vontade de Deus para as nossas vidas é boa, perfeita e agradável (Rm 12.2). O escritor aos Hebreus reconhece que o Senhor, muitas vezes, usa a provação para corrigir-nos e fazer brotar em nossa vida o “fruto pacífico de justiça” (Hb 12.3-11). No exercício desse processo, crescemos como pessoas e servos de Deus, aprendendo na faculdade das aflições da vida. Assim, podemos dizer inequivocamente que “todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados por seu decreto” (Rm 8.28).

3. Desfrutando a paz do Senhor. Olhar para o sofrimento e a aflição humana e, paradoxalmente, desfrutar da paz de Cristo, parece-nos loucura! Mas não o é quando entendemos que Deus age segundo o conselho da sua vontade, visando sempre o bem e o crescimento dos seus filhos. O deserto da vida não é percorrido sob a ilusão mágica da “sombra e água fresca”, mas com os pés firmes na realidade desértica do sol escaldante (Rm 5.1-5; Fp 4.7). Nesse interregno, porém, desfrutamos a bondade, a misericórdia e a proteção do Criador dos céus e da terra. Mesmo vivendo em um mundo de aflições, podemos experimentar a paz que excede todo o entendimento e cantar em alto e bom som o coro do hino 178 da Harpa Cristã: “Paz, paz/ gloriosa paz/ Paz, paz/ perfeita paz/ desde que Cristo minh'alma salvou/ tenho doce paz!”.

CONCLUSÃO

Neste mundo, estamos sujeitos às aflições e sofrimentos de qualquer espécie. A vida cristã envolve períodos difíceis e trabalhosos. No entanto, se a nossa expectativa estiver na soberania de Deus e no seu bem, desfrutaremos, mesmo que andemos em aflição, da mais perfeita e sublime paz de Cristo. Que ao longo desse trimestre, o Todo-Poderoso ilumine-lhe a mente e o coração para deleitar-se em sua eterna e maravilhosa graça. Amém!

http://www.estudantesdabiblia.com.br/licoes_cpad/2012/2012-03-01.htm

LIÇÃO 13 - A FORMOSA JERUSALÉM


INTRODUÇÃO

Nesta última lição do trimestre, estudaremos sobre a Nova Jerusalém, a cidade planejada e arquitetada pelo próprio Deus, onde os salvos habitarão no futuro. O apóstolo João descreveu esta cidade como “…a santa cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu, adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido” (Ap 21.2). Muito mais do que uma cidade, a Nova Jerusalém será o lugar onde a tristeza será esquecida; os pecados se desvanecerão; não haverá mais trevas; a temporalidade se transformará em eternidade, pois nela “…não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas” (Ap 21.4).

I - A JERUSALÉM TERRESTRE

A cidade de Jerusalém recebeu no passado diversos outros nomes, tais como: Sião (II Sm 5.7); a cidade de Davi (I Rs 2.10); Santa Cidade (Ne 11.1); A Cidade de Deus(Sl 46.4); A Cidade do Grande Rei (Sl 48.2), dentre outros. Esta cidade tinha um significado especial para o povo de Deus no Antigo Testamento: era a cidade onde Deus revelava sua Palavra ao seu povo (Is 2.3) e o lugar onde o Senhor reinava sobre Israel (Sl 99.1,2; 48.1-3,12-14). Mas, esta cidade também tem a sua importância para a igreja cristã, pois, foi nela que nasceu o cristianismo (At 2.1-47) e dela Cristo reinará sobre o mundo, no futuro (Is 2.3; Mq 4.2). Mas, a esperança do cristão não está voltada para a Jerusalém terrestre, mas, para a Jerusalém celestial, a cidade do Deus Vivo (Fp 3.20; Hb 11.13-16; 12.22).

II - AS CARACTERÍSTICAS DA NOVA JERUSALÉM

Jerusalém vem da palavra grega “Yerushalaim” que quer dizer: habitação de paz. Cidade que o Pai celestial preparou para que os santos vivessem quando da consumação de todas as coisas. A palava NOVO no grego é “Kainos” que significa: algo totalmente novo; maravilhoso; desconhecido totalmente. No livro do Apocalipse são descritas diversas características dessa NOVA cidade. Vejamos algumas:

2.1 A cidade é santa (Ap 21.2,10). A palavra para Santa no grego é “hagios” que é da mesma raiz de “hagnos” que significa fundamentalmente “separado”. Nesta cidade não haverá ódio, violência, maldade nem corrupção, pois nela não entrará pecado, pois há uma separação do santo e do profano, nem coisa alguma que contamine (Ap 21.27). A Bíblia é enfática ao dizer que ficarão de fora os feiticeiros, os que se prostituem, os homicidas , os idólatras e todos os que amam e cometem a mentira (Ap 22.15), mas “somente os que estão inscritos no livro da vida” (Ap 21.27). Esta, sem dúvida, é uma das principais características desta cidade. Desde que o pecado entrou no mundo (Gn 3.1-7) o homem sofre suas consequências. Mas, no futuro, nós estaremos, enfim, livres da presença do pecado, bem como de toda e qualquer tentação.

2.2 Ela tem a glória de Deus (Ap 21.11). A palavra para Glória no grego é “Doxa”que é aplicada para descrever a natureza de Deus em sua auto-manifestação, ou seja, o que Ele essencialmente é e faz (Jo 17.5,24; Ef 1.6,12,14; Hb 1.3; Rm 6.4; Cl 1.11; 1Pe 1.17; 5.1; Ap 21.11). Já a palavra grega “Doxazõ” significa magnificar, engrandecer, atribuir honra, exaltar. (Mt 5.16; 9.8; 15.31; Rm 15.6,9; Gl 1.24; 1Pe 4.16). Glória e esplendor é um termo bíblico muito comum para identificar a presença de Deus (Ex 16.10; Lv 9.23; Nm 14.10; II Cr 7.1,2; Ez 43.4,5); pois esta cidade será o tabernáculo de Deus com os homens (Ap 21.3). O tabernáculo, como sabemos, era a tenda em que permanecia a glória de Deus, e onde, no deserto, o povo se reunia para, através de sacrifícios e sacerdotes, aproximar-se de seu Criador (Ex 25.8). Mas, na Nova Jerusalém, o próprio Deus estará com os homens, ou seja, o que no passado era sombra, nesta cidade será realidade (Hb 8.5).

2.3 A Iluminação da cidade. A sua luz é semelhante a uma pedra preciosa (Ap 21.11). Devemos atentar para o termo “semelhante”. Quando o apóstolo João tentou descrever o brilho da cidade, ele o comparou com uma pedra, mas não uma pedra qualquer, e sim, uma pedra preciosíssima como um cristal resplandecente, ou um diamante. Além disso, esta cidade não necessita do sol, nem da lua, porque a glória de Deus a tem iluminado, e o Cordeiro é a sua lâmpada (Ap 21.23), ou seja, ela não necessita de luz natural ou artificial, pois, o próprio Cristo a ilumina.

2.4 A Arquitetura da cidade. A cidade possui um grande e alto muro com doze portas (Ap 21.12). De acordo com a descrição do apóstolo, a cidade possui doze portas, sendo três de cada lado (Ap 21.13). Na antiga cidade de Jerusalém terrestre, havia também doze portas, sendo, por assim dizer, uma cópia da Jerusalém celestial ( Hb 8.5; 9.23). João diz ainda que em cada portão havia a gravação do nome de uma das doze tribos de Israel (Ap 21.12) e nos fundamentos dos muros estão os nomes dos doze apóstolos (Ap 21.14), o que nos leva a entender que nesta cidade estará a Igreja do Senhor Jesus, que está fundamentada na doutrina dos profetas e apóstolos (Ef 2.20) e que é composta, tanto por judeus como por gentios.

2.5 Sua dimensão (Ap 21.16). A cidade é quadrangular: comprimento, largura e altura iguais, ou seja, doze mil estádios1 de comprimento, de largura e de altura, o que equivale a aproximadamente 2.200 km de comprimento, de largura e de altura. É uma gigantesca cidade que vai de São Paulo a Aracaju, e equivale quase a metade do continente norte-americano. A grandeza dessa cidade assegura lugar para todos!.

2.6 A cidade é de ouro (Ap 21.18). O livro do Apocalipse traz muitas alusões ao ouro (1.12, 13, 20; 2.4; 3.18; 4.4; 5.8; 8.3; 9.7, 13, 20; 14.14; 15.6, 7; 17.4; 18.12, 16; 21.15, 18, 21). Mas, tudo nos leva a crer que o ouro ali descrito refere-se a um material desconhecido aqui na terra, de qualidade infinitamente superior, e que é descrito como ouro apenas para que possamos ter a ideia da beleza, brilho e valor do que está reservado para os salvos no futuro.

III - O PERFEITO E ETERNO ESTADO

A Bíblia descreve não apenas a beleza da Nova Jerusalém, mas, também, como será o estado eterno e perfeito, para os salvos, como veremos a seguir:

3.1 A comunhão será perfeita. Através da fé em Cristo, nós podemos desfrutar de uma comunhão com Deus já no presente século (I Co 1.9; Fp 2.1; I Jo 1.3). Mas, no futuro, esta comunhão será ainda mais perfeita. Como disse o apóstolo Paulo:“Porque, agora, vemos como em espelho, obscuramente; então, veremos face a face” (1 Co 13.12). E, o apóstolo João diz: “Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifestado o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos”. (I Jo 3.2).

3.2 O conhecimento será perfeito. Devido às limitações humanas, todos necessitamos de estudos, pesquisas e de aprendizado. Até mesmo para conhecer “as coisas de Deus”, nós necessitamos, além da Bíblia, de livros e de tratados teológicos. Porém, no futuro, os mistérios de Deus serão revelados. Como disse o apóstolo Paulo:“Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado. Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido” (I Co 13.10,12).

3.3 O serviço será perfeito. Ao contrário do que muita gente pensa, o céu não é um lugar de ociosidade. Aquele que colocou o homem no primeiro paraíso, e deu-lhe instruções para o lavrar e guardar (Gn 2.15), certamente não deixará o homem sem ter o que fazer no segundo paraíso, pois, de acordo com as Sagradas Escrituras, na eternidade “… e os seus servos o servirão” (Ap 22.3). Se servir a Deus aqui na terra é um grande privilégio (Rm 12.7,8; I Co 3.9; 12.7), como não será servi-lo por toda a eternidade?

3.4 A vida será perfeita. Enquanto estivermos aqui no mundo, todos nós estamos sujeitos ao sofrimento, enfermidades e até mesmo a morte, pois, o fato de sermos cristãos não nos isenta de sofrimento. O próprio Senhor Jesus disse: “No mundo tereis aflições…” (Jo 16.33). Porém, na eternidade, os salvos estarão, enfim, livres de todo e qualquer sofrimento, pois “… não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor…” (Ap 21.4).

CONCLUSÃO

Uma das mais belas descrições do livro do Apocalipse foi a da Nova Jerusalém, uma cidade real, onde o apóstolo João descreve detalhes sobre a sua grandeza, seus muros, seus habitantes e, principalmente a sua glória e esplendor (Ap 21.2-22.5). No entanto, devemos entender sua beleza e perfeição é infinitamente superior a tudo que possamos ver ou pensar. O ouro e as pedras preciosas nela descritas, por exemplo, são apenas para que possamos compreender a sua beleza e perfeição. Apesar de ainda não podermos vê-la, guardamos em nosso coração a certeza de que em breve não só a contemplaremos, mas, também, habitaremos nesta cidade, com o Senhor Jesus, por toda a eternidade.


NOTA

1 Estádio. Era uma oitava da milha romana, ou seja, cerca de 185 metros. Portanto, doze mil estádios correspondem mais ou menos a 2.200 quilômetros.

REFERÊNCIAS
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. C.P.A.D.
LADD, George. Apocalipse Introdução e Comentário. Vida Nova.
HENDRIKSEN, William. Mais que Vencedores. Editora Cultura Cristã.
SILVA, Severino Pedro da. Apocalipse Versículo por Versículo. C.P.A.D.
HORTON, Stanley M. Nosso Destino. C.P.A.D.

Publicado no site da Rede Brasil de Comunicação

LIÇÃO 12 - O JUÍZO FINAL


INTRODUÇÃO

Nesta lição, veremos que a doutrina do Juízo Final tem base nas Escrituras; pontuaremos ainda que existirão vários tipos de julgamentos. Definiremos o termo “trono branco” referindo-se ao juízo final; e, por fim, destacaremos duas coisas importantes: quais as bases do juízo divino e quem e como serão julgados os que participarem da segunda ressurreição.

I - A DOUTRINA DO JUÍZO FINAL

Não são poucos os que não acreditam que Deus irá julgar e punir as pessoas ímpias num dia específico. Afirmam que, se Deus é amor, Ele jamais poderá sentenciar alguém para um castigo eterno. No entanto, a doutrina do juízo final não é fictícia (imaginária), mas real e verdadeira. Ela compõe uma das doutrinas que dizem respeito a eventos futuros anunciados pela Bíblia, como podemos ver:

1.1 No AT. Encontramos referências de que Deus haveria de trazer a juízo todos os ímpios (Gn 18.25; I Sm 2.10; Sl 7.8; 9.8; Sl 96.10,13; Sl 98.9; Ec 12.14);


1.2 No NT. Os apóstolos, bem como o escritor aos hebreus também ensinaram que haverá um Dia onde o Justo Juiz julgará os pecadores (At 24.25; Rm 2.16; 3.6; II Tm 4.1; Hb 6.2; 9.27; Tg 2.13; Jd 1.6,15);

1.3 O Senhor Jesus Cristo. O nosso Mestre, em muitos de seus discursos exortava os ouvintes que se arrependessem, porque Deus traria juízo sobre os que não se arrependessem (Mt 10.15; 11.22; 12.36; Mc 3.29).

II - O QUE NÃO É O JUÍZO FINAL

Muitos intérpretes se confundem quanto ao juízo final, alegando que o tribunal de Cristo, o julgamento das nações, o julgamento de Satanás e o juízo do trono branco são um só julgamento e que acontecerão simultaneamente. Todavia, é necessário entender que não haverá apenas um julgamento, pois a Bíblia faz distinção entre estes e o juízo do trono branco, afinal de contas, eles acontecerão em tempos diferentes. Eis abaixo a definição dos julgamentos e o tempo que ocorrerão:

2.1 Julgamento dos crentes. Este será o julgamento a que serão submetidos os crentes salvos, logo após o arrebatamento da Igreja, para que cada um receba suas recompensas e galardões segundo ao seu envolvimento, trabalho e esforço na proclamação do Evangelho e na expansão do Reino de Deus (I Co 3.11-15; 2 Co 5.10). Biblicamente ele é denominado de Tribunal de Cristo (Rm 14.10; II Co 5.10). Este julgamento não tem como propósito condenar nenhum crente ao inferno, mas recompensar os que procederam de forma firme, constante e abundante na obra do Senhor (I Co 15.58; Hb 6.10).

2.2 Julgamento das nações. É o julgamento a que serão sujeitas às nações da terra, logo após a Grande Tribulação, para que cada um receba a devida recompensa segundo o trato que dispensaram a Israel (Jl 3.2; Zc 14.2, 16-20; Mt 25). Este julgamento têm como objetivo disciplinar a comunidade internacional, levando-a a aceitar a soberania de Deus na História e o Senhorio pleno do Messias. Nesta ocasião, a besta e o falso profeta também serão julgados e lançados vivos no ardente lago de fogo e enxofre (Ap 19.20).

2.3 Julgamento de Satanás. Após o término do Milênio, Satanás, que fora amarrado por mil anos, será solto (Ap 20.7). Ele sairá com a finalidade de enganar as nações que experimentaram do Reino de Cristo no Milênio a se insurgirem contra Cristo, porém, evidentemente não obterão êxito (Ap 20.9). Em seguida, o diabo será sentenciado a mesma sorte da Besta e do Falso Profeta, o lago de fogo e enxofre, onde será atormentado para sempre (Ap 20.10).

III - O QUE É O JUÍZO FINAL

A Bíblia diz que o juízo final é o juízo do trono branco (Ap 20.11,12), que acontecerá logo após o diabo ser sentenciado e lançado no lago de fogo (Ap 20.10). Assim, João descreve o descreve: “E vi um grande trono branco, e o que estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiu a terra e o céu; e não se achou lugar para eles” (Ap 20.11). Este Julgamento, é totalmente diferente dos que vimos acima, pois a ele serão submetidos os mortos ressuscitados, na consumação de todas as coisas. O juízo final têm como objetivo retribuir a cada um segundo as suas obras (Ap 20.13).

3.1 “E vi um grande trono…”. A palavra “trono” (no grego hodierno, “thronos“), é usado no Novo Testamento como sentido de “trono real” (Lc 1.32,52), ou com o sentido de “tribunal judicial” (cf. Mt 19.28 e Lc 22.30). Percebe-se aqui que o apóstolo usa a figura da cena de um tribunal, para ensinar uma grande verdade espiritual no que diz respeito ao juízo. Aquele que a princípio veio para salvar os que nele cressem (Jo 3.16,17), viria agora para condenar os que não creram (Jo 3.18).

3.1.1 “…um grande trono branco…”. A expressão “branco” do grego “leukos”significa: luminoso, brilhante. Este trono resplandece de pureza e de santidade divina, o que exige justiça, castigo, julgamento e retribuição. Esta brancura aponta para a incorruptibilidade daquele que está julgando (Ap 1.14; 19.11).

3.2 “… e o que estava assentado sobre ele..” Na Bíblia, Deus é visto como Juiz. Ele pronunciou juízos nos tempos antigos, e, no fim desta era, continuará sendo o justo Juiz, só que esse juízo será realizado através do Filho (Jo 5.22). Disto nos assegura o apóstolo Paulo quando discursava no Areópago sobre o iminente juízo divino (At 17.31).

IV - AS BASES DO JUÍZO FINAL

O que temos no juízo final é um juízo inflexível e não um processo de julgamento humano onde alguém poderá sair absolvido. Mas, de que forma Deus julgará os homens? A Bíblia nos indica quais as bases do seu julgamento.

4.1 Juízo. A Bíblia deixa claro que Deus fará juízo a todos os homens ímpios num Dia específico, como vimos anteriormente. Assim como ele destruiu a terra com um grande dilúvio (Gn 6.11-13). Por conseguinte, também castigou severamente as cidades de Sodoma e Gomorra, com uma chuva de fogo de enxofre, retribuindo sua violência e perversão (Gn 19.24; Ez 16.49). Por isso de forma veemente Jesus usa estes dois exemplos do juízo de Deus no AT, para descrever o juízo futuro aos homens de toda a terra, que procederam com rebeldia a sua santidade (Mt 10.15; 24.37-39; 17.28-30). Ele os punirá com a segunda morte, que não é a aniquilação, mas o castigo eterno (Ap 20.15).

4.2 Justiça. Esta expressão no grego é “dike” que veio a denotar “o que é direito”. A justiça de Deus é, em última instância,a sua santidade em ação. Portanto, Deus julgará os homens segundo a sua justiça que é perfeita. Logo, devemos entender que ele não inocentará o culpado, nem culpará o inocente (Na 1.3). Aos que pecaram sem Lei, estes serão julgados pela lei da consciência. E aos que pecaram sob a Lei, serão julgados por ela (Rm 2.12).

4.3 Verdade. O apóstolo Paulo diz aos crentes que estavam em Roma que o juízo de Deus seria segundo a verdade (Rm 2.2). Isto significa dizer que este julgamento não será de acordo com as noções éticas dos homens, pois elas variam e são relativas. Mas, serão segundo os princípios de Deus que são absolutos e imutáveis (Mt 22.37-40).

V - QUEM E COMO SERÃO JULGADOS

Sem dúvida alguma, o juízo de Deus é imparcial (Dt 10.17; II Cro 19.17). João nos diz assim da sua visão: “E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante de Deus, e abriram-se os livros; e abriu-se outro livro, que é o da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras” (Ap 20.12).

5.1 “E vi os mortos…”. Está em foco aqui todos os mortos não salvos de todas as épocas. Eles ressurgirão em corpo para serem julgados (Ap 20.13,14). Esta é a segunda ressurreição que o profeta Daniel classifica como ressurreição para vergonha (Dn 12.2-b).

5.2 “…e abriram-se os livros; e abriu-se outro livro, que é o da vida…”. Uma boa parte dos comentaristas dizem que “estes livros” de que se refere o texto contém os registros dos feitos de todos os homens, ou seja, seus atos, palavras e pensamentos (Ap 20.12; Mt 12.36; Rm 2.16). Mas, também nos diz o texto que o Livro da vida estará aberto nessa ocasião, provavelmente como evidência de que seus nomes não constam nele (Ap 20.15).

5.3 “…segundo as suas obras…”. Como podemos ver os feitos dos homens serão submetidos ao olhar daquele que é “como chama de fogo”. Ele julgará cada um segundo as suas obras, porque no inferno há também grau elevado de sofrimento (Ez 32.21-23; Hb 10.29); após uma acurada investigação do Justo Juiz, nas obras, feitos, motivos, memória e consciência, confrontando tudo com o que está escrito em cada livro (Jo 12.48). Ali agora só há uma sentença: (Ap 20.15). Alguém se estremecerá, mas ali não haverá margem para erro, para indecisão, equivoco ou modificação.

5.4 “E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo”. Quem não for achado inscrito no Livro da Vida, receberá o mais severo castigo: o lago de fogo. A Bíblia nos fala sobre a realidade desta punição eterna. Jesus se refere a este lugar como Geena, o nome aramaico do Vale de Hinom. Neste lugar os judeus apóstatas queimaram seus filhos a Moloque (II Rs 23.10) e os judeus do Novo Testamento fizeram dele um depósito de lixo municipal que ardia sob o fogo sem cessar. Daí, nosso Senhor fez alusão figurada a ele como o lugar do juízo final, o lago de fogo (Mt 5.22,29,30; 10.28).

CONCLUSÃO

Todo o pensamento dos julgamentos futuros está apoiado sobre o direito soberano de Deus de punir a desobediência e o direito pessoal do indivíduo de pleitear sua causa no tribunal. Mas quem argumentará ser inocente diante daquele cujos olhos todas as coisas estão nuas e patentes (Hb 4.13)? Paulo diz que os homens são indesculpáveis, ou seja, sem defesa (Rm 1.20). Portanto, a doutrina do julgamento final e da recompensa dos ímpios, não pode ser desconsiderada, pois faz parte da doutrina das últimas coisas. O Senhor a seu tempo, julgará o Anticristo, o falso profeta e Satanás e todos aqueles que amaram mais as trevas que a luz (Jo 3.19).

REFERÊNCIAS
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. C.P.A.D.
HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática. CPAD
CHAMPLIN, R.N. O Novo Testamento Interpretado versículo por Versículo. HAGNOS.
ANDRADE, Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD.
VINE, W.E, et al. Dicionário Vine. CPAD.

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LIÇÃO 11 - O EVANGELHO DO REINO NO IMPÉRIO DO MAL


INTRODUÇÃO

A lição em apreço, trata do que acontecerá com a Bíblia e o Espírito Santo após ao Arrebatamento da Igreja. Discorrerá sobre o papel dos mártires na Grande Tribulação e também sobre os 144 mil selados das doze tribos de Israel. Será analisado também sobre as características das duas testemunhas do Apocalipse e sobre a proclamação do Evangelho Eterno por meio do anjo na Grande Tribulação, onde trataremos da possibilidade de existir salvação neste período.

I - A BÍBLIA E O ESPÍRITO SANTO APÓS O ARREBATAMENTO

1.1 A Bíblia. Algumas pessoas chegam a pensar que após o arrebatamento da igreja, a Bíblia irá ficar com suas páginas “em branco”, que as letras irão “sumir”, ou até que as Escrituras deixarão de ter a inspiração divina. No entanto, sabemos que isso não passa de uma interpretação equivocada, pois, a Palavra diz ao contrário: “Seca-se a erva, e cai a flor, porém a palavra de nosso Deus subsiste ETERNAMENTE”(Is 40.8). A própria Bíblia testifica de sua permanência: “Mas a palavra do Senhor permanece PARA SEMPRE” (1Pe 1.25). Deve-se salientar que é através da Bíblia que os mártires da tribulação irão evangelizar o mundo.

1.2 O Espírito Santo. Se o Apocalipse mostra que haverá salvação durante este período, é porque a Palavra continuará a ser pregada e o Espírito Santo continuará agindo, pois, é ele quem convence o homem. “E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo” (Jo 16.8). “No começo da Tribulação, o Espírito Santo será “afastado”. Isso não significa ser ELE tirado do mundo, pois sendo DEUS, Ele é onipresente, mas que cessará sua influência restritiva à iniquidade e ao surgimento do Anticristo (2Ts. 2.7). O Espírito Santo, todavia, agirá na terra durante a Tribulação, convencendo pessoas dos seus pecados e convertendo-as a Cristo” (Ap. 7.9,14; 11.1-11; 14.6-7).

II - O PAPEL DOS MÁRTIRES NO PERÍODO DA TRIBULAÇÃO

Deus nunca se deixou a si mesmo sem testemunho (At 14.17); Ele é o Deus que “nunca muda” (Ml 3.6), e durante o tempo da Grande Tribulação levantará um grupo de pregadores do “Evangelho do Reino” que com grande poder darão o seu testemunho. Ao contrário do que alguns pensam, muitos serão salvos neste período. João descreve uma grande colheita de almas (Ap 7.9): “Depois destas coisas olhei, e eis aqui uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas […]”. Estes são os novos crentes, que se convertem depois do Arrebatamento. Estes crentes se convencem do pecado durante os julgamentos que Deus envia ao mundo neste tempo.

III - OS 144 MIL SELADOS DE ISRAEL

Os 144.000 israelitas que são mencionados em (Ap. 14.1) são o mesmos que foram selados em (Ap. 7.4-8; Ap. 7.9-17). Eles representam uma quantidade dos israelitas redimidos remanescente (Rm. 11.26). Eles fazem o contraste com os adoradores da besta que foram marcados para a condenação. Estes são chamados de “primícias” os primeiros frutos colhidos, penhores da futura, pertenciam ao Senhor (Lv 22.12; Nm 5.9; 18.8; 28 e 29). Assim também, os 144 mil são as “primícias” dentre os israelitas comprados para Deus e para o Cordeiro. Vejamos algumas características deste grupo de israelitas:

a) “Não estão contaminados”. É esta uma das razões que os faz “primícias” à semelhança de Cristo as primícias dos que dormem (1Co 15.20); b) “São virgens”.Existem várias interpretações sobre esta expressão. Há quem interprete ser literal e outros acreditam ser metafórico. Devemos compreender isto no sentido “espiritual”, ou seja, simbólico (Mt. 25.1; Tg. 4.4), em contraste com a igreja apóstata (Ap. 14.8), que espiritualmente era uma “prostituta” (Ap. 17.1). A expressão “virgens” significa que não foram desviados da fidelidade ao Senhor. Conservaram em si mesmos sua pureza “virginal” no sentido simbólico, pois se trata de um “celibato espiritual” (2Co 11.2; Ef 5.25-27; Ap 2.4);

c) “São os que seguem o Cordeiro”. Essas palavras estão de acordo com o que lemos em (Mc 2.14; 10.21; Lc 9.59; Jo 1.43 e 21.19), que falam sobre as exigências do discipulado cristão e sobre o fato que Cristo chama alguns para “segui-lo”. O caráter dos 144 mil demonstra isso muito bem, a seriedade em suas vidas e no seu caráter, os declarou “pioneiros da fé” não fingida durante o sombrio tempo de extrema apostasia;


d) Como primícias. Na qualidade de “colheita”, Cristo foi o primeiro. No presente texto (Ap. 14.1-7), os 144 mil foram também aceitos como os primeiros a aceitarem o testemunho de Cristo no período tribulacional, e por cuja razão são contados como “primícias”, e “seguidores” do Cordeiro para onde quer que vai.

e) “…na sua boca não se achou engano”. Isso pode ser comparado com 1Pd 1.19, onde Cristo, na qualidade de Cordeiro de Deus, aparece “sem mácula”. A dignidade destes 144 mil já se encontrava profetizada nas páginas áureas da Bíblia Sagrada, (Sf 3.13), que diz: “os remanescentes de Israel não cometerão iniquidade, nem proferirão mentira, e na sua boca não se achará língua enganosa”. Os 144 mil serão assim. Eles não “negarão” a Cristo; não concordarão com a fraude do culto do Anticristo. Eles se manterão puros de toda idolatria e imoralidade. ”

IV - AS DUAS TESTEMUNHAS E A PROCLAMAÇÃO DO EVANGELHO

As duas testemunhas têm sido identificadas de várias maneiras. Para alguns comentadores tratam-se de: Enoque e Elias (Gn 5.24; 2Rs 2.11); Moisés e Elias (Dt 34.6; Lc 9.30-31; Jd v.9); Josué e Zorobabel (Zc 4); João e Paulo (Jo 21.22-23 e Fl 1.22-25); A lei e a graça (Rm 3.21). O certo, é que eles serão, dois grandes representantes levantados por Deus. Cumprirão a vontade de Deus à risca do seu propósito, e realizarão a sua missão durante o tempo da Grande Tribulação. O que sabemos destas duas testemunhas a luz de Ap.11.1-13 é o seguinte:
Exercerão seu ministério na primeira metade da Grande Tribulação, durante 42 meses, ou seja, 1260 dias. (Ap. 11 2-3);
Terão um especial poder e grande autoridade da parte de Deus para cumprirem sua missão (Ap.11.3,5 e 6);
Trajar-se-ão de pano de saco (Ap 11.3);
São comparados a duas oliveiras e dois castiçais que estão diante de Deus (Ap.11.4);
Farão sinais e prodígios (Ap 11.6);
Quando acabarem a sua missão, serão mortas pelo Anticristo (Ap.11.7);
Os corpos delas permanecerão expostos em praça pública, em Jerusalém (Ap.11.8-10);
As Testemunhas ressuscitarão depois de três dias e meio (Ap. 11.11);
Ao ressuscitarem, elas ouvirão uma grande voz do céu. (Ap. 11.11);
Após a ascensão das duas testemunhas, haverá um grande terremoto, e sete mil homens morrerão (Ap. 11.13).

V - A SALVAÇÃO NO PERÍODO DA GRANDE TRIBULAÇÃO

A Bíblia deixa claro que haverá salvação durante a Grande Tribulação, e para isso dão provas os seguintes textos das Escrituras: (Joel 2.32; Ap. 6.9-11; 7.9-11; 12.17; 15.2 e 20.4). certamente que as condições espirituais prevalecentes durante este período não serão tão favoráveis quanto hoje (OLIVEIRA, 2001, p. 337). Durante este tempo, Deus dará mais uma oportunidade de salvação a todos aqueles que não foram arrebatados […], mas a salvação será possível […] desde que invoquem ao Senhor (Joel 2.32) (ZIBORDI, 2009, 515). Vejamos os Resultados da Salvação neste período:

a) Haverá purificação pessoal: Passagens como Apocalipse 7.9,14 e 14.4 mostram claramente que o indivíduo salvo é aceito por Deus. Em nenhuma outra base o indivíduo poderia estar “diante do trono de Deus”;

b) Haverá salvação nacional: A preparação de tal nação (Ez 20.37,38; Zc 13.1,8,9) resultará na salvação da nação remanescente de Israel no segundo advento, como prometido em Romanos 11.27. As promessas nacionais podem ser cumpridas porque Deus, pelo Espírito Santo, redimiu um remanescente em Israel ao qual e por meio do qual as alianças podem ser cumpridas;

c) Haverá bênçãos milenares: Apocalipse 7.15-17 e 20.1-6 deixam claro que a salvação oferecida durante esse período encontrará seu cumprimento na terra milenar. Todas as bênçãos e privilégios de serviço, posição e acesso a Deus são vistos no âmbito milenar. É assim que as promessas nacionais serão realizadas mediante a salvação individual na eternidade com Cristo.

VI - A PROCLAMAÇÃO DO EVANGELHO ETERNO

O Evangelho pregado nessa época de angústia, é o mesmo ensinado por Jesus, pois a essência da mensagem diz respeito a obra redentora de Cristo (Lc. 24.45-47; Ap 14.6). Como sabemos, não há “outro evangelho” (Gl 1.8). O Evangelho é o mesmo, mas pode ser apresentado de maneira MULTIFORME. Deve-se observar como sua mensagem é progressiva em suas várias manifestações ao mundo, e em qualquer época. Em todas as formas apresentadas ele é “UM SÓ” (Gl 1.6-9). Em qualquer época pode ser chamado de “pro tõn aiõnõn”, (desde a eternidade). O Evangelho é imutável, pelo que é eterno. Nenhum evangelho está em foco, além do evangelho de Cristo. Este Evangelho é eterno no plano de Deus. Vejamos:

“Evangelho” (Mc 1.15) “O Evangelho de seu Filho” (Rm 1.9)

“O Evangelho de Cristo” (Rm 1.16) “O Evangelho da glória de Cristo” (2Co 4.4)

O Evangelho de Deus” (Rm 1.1) “O Evangelho da vossa salvação” (Ef 1.13)

O Evangelho de Jesus Cristo” (Mc 1.1) “O Evangelho da paz” (Ef 6.15)

O Evangelho do Reino” (Mt 4.23) “O Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo” (2Ts 1.18)

O Evangelho da graça de Deus” (At 20.24) “O Evangelho Eterno” (Ap 14.6)

CONCLUSÃO

Conforme vimos, a Palavra de Deus será amplamente proclamada durante a Grande Tribulação, o Espírito Santo continuará convencendo o homem de seu pecado, os mártires gentios morrerão por sua fidelidade ao Senhor e os 144.000 israelitas também serão seguidores de Cristo, e por fim o Evangelho Eterno será pregado para glória de Deus!

REFERÊNCIAS
SILVA, Severino Pedro da. Apocalipse, versículo por versículo. CPAD.
STAMPS, Donald C. Biblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
CHAMPLIN, R.N. O Novo Testamento Interpretado versículo por Versículo. HAGNOS.

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LIÇÃO 10 - O GOVERNO DO ANTICRISTO


INTRODUÇÃO

Quando o Senhor Jesus veio a este mundo, há cerca de dois mil anos, o cenário político, social e religioso estava preparado. Deus havia guiado a história até àquele sublime momento em que o Verbo se fez carne (Jo 1.14). O apóstolo Paulo chamou este momento de “plenitude dos tempos” (Gl 4.4). Com o advento do anticristo não será diferente, pois, como o mundo jaz no maligno (I Jo 5.19), este está preparando a plataforma do governo do príncipe que há de vir (Dn 9.27).

I - O CONTEXTO HISTÓRICO-PROFÉTICO

A vinda do anticristo não ocorrerá sem sinais que antecedam tal fato. Além das profecias alusivas a este personagem contidas no Antigo Testamento, especialmente no livro do profeta Daniel (Dn 7-11), o apóstolo Paulo, na sua segunda carta aos tessalonicenses, faz menção de alguns fatos precursores da manifestação deste homem:

1.1 O mistério da injustiça (II Ts 2.7). Trata-se de atividades secretas desempenhadas pelos poderes malignos, e que estão em grande evidência nos dias de hoje. Tais atividades estão conduzindo a sociedade ao escárnio e à zombaria até que se chegue ao extremo da rejeição aos princípios bíblicos. Por causa dessa iniquidade crescente, Jesus afirmou que o amor de muitos esfriaria (Mt 24.10-12). A maldade já chegou a tal ponto que os seres humanos estão, em muitos aspectos, comportando-se como animais irracionais (II Pe 2.12; Jd 10). Essa maldade caracterizará o governo do pior ditador de todos os tempos.

1.2 A apostasia (II Ts 2.3). Palavra grega que significa desvio, afastamento ou abandono. Observando-se o contexto atual, podemos destacar alguns tipos de apostasias causadas pela atuação do espírito do anticristo, que está preparando o cenário mundial para o aparecimento propriamente dito. Vejamos:

1.2.1 Apostasia Teológica. Trata-se do desvio total ou parcial dos ensinos de Cristo e dos apóstolos, ou a rejeição de tais ensinamentos (I Tm 4.1; II Tm 4.3). Vemos tal realidade nos dias atuais, quando os falsos ensinadores transmitem evangelhos voltados aos interesses humanos, sem mencionarem as exigências de Cristo para se ter uma verdadeira comunhão com Deus e alcançar a salvação (II Pe 2.1-3, 12-19).

1.2.2 Apostasia Moral. Diz respeito ao abandono da comunhão que a salvação em Cristo proporciona. Não apenas o abandono, mas o envolvimento declarado com o pecado e a imoralidade. O mais grave é que alguns chegam a ensinar corretamente a sã doutrina, mas vivem desordenadamente do ponto de vista moral (Mt 23.24,25). A imoralidade também caracterizará o governo do anticristo, pois ele será o homem do pecado, o filho da perdição e a personificação da iniquidade (II Ts 2.3,7).

A questão da apostasia é tão séria, que algumas igrejas locais já permitem quase tudo para terem muitos membros, dinheiro, sucesso e prestígio (I Tm 4.1). O evangelho da cruz, com o desafio de sofrer por Cristo (Fp 1.29), de renunciar todo o pecado (Rm 8.13), de sacrificar-se pelo reino de Deus e de renunciar a si mesmo é algo raro nos dias hodiernos (Mt 24.12; II Tm 3.1-5).

1.3 “O que agora resiste” (II Ts 2.7). Um dos eventos que determinará o advento do anticristo será a saída de alguém ou de algo que impede o “mistério da injustiça” e o “homem do pecado”. O que o detém é sem dúvida uma referência ao Espírito Santo, pois somente Ele tem poder para deter a iniquidade. A expressão “o que o detém” (II Ts 2.6) possui uma construção gramatical interessante, pois combina um artigo definido masculino e um artigo definido neutro. Essa mesma construção é aplicável à palavra Espírito na língua grega (Jo 16.8). A ação do Espírito, restringindo o pecado pode ser vista claramente nas Escrituras (I Co 3.16; 6.19; Gl 5.17). Com a sua saída, ou com a cessação da sua inibição quanto ao anticristo, a manifestação do homem do pecado terá livre trânsito e uma influência enganadora terá lugar em todo o mundo (II Ts 2.11).

II - QUEM É O ANTICRISTO?

Ele é descrito em Ap 13.1-8 como a Besta que emerge do mar. Quando o Dragão se põe em pé sobre a areia do mar (Ap 12.18), João vê aquilo que representa o tipo de governo mais severo, mais forte e mais aterrador que já existiu (13.1). Ele reúne o poderio do império grego (Dn 7.6, conf. Ap 13.2a), do império medo-persa (Dn 7.5 conf. Ap 13.2b) e do babilônico (Dn 7.4 conf. Ap. 13: 2c). O personagem que estará à frente desse poderoso governo mundial terá o seu poder, seu trono e uma grande autoridade garantida pelo Dragão, que deve ser entendido como uma parceria entre o diabo (v. 3) e os reinos da terra (Ap. 17.12-13).

Naturalmente que o anticristo será um homem comum, nascido de mulher, mas será revestido de um poder satânico, e terá uma capacidade demoníaca extraordinária (Ap 13.2,4), de modo que exercerá poderosa influência sobre a humanidade. Ele é chamado na Bíblia de vários nomes, entre eles analisemos:
O chifre pequeno (Dn 7.8);
A Besta (Ap 13.1; 14:9; 15:2; 16:2; 17: 3,11;19:20; 20:10);
O homem do pecado e filho da perdição (II Ts 2.3);
O príncipe que há de vir e o assolador (Dn. 9.26,27);
Rei de Feroz Catadura (Dn 8.23);
Rei voluntarioso (Dn 11.36);
O iníquo ( 2 Ts 2.8);
O abominável da desolação (Mt. 24:15).

III - CARACTERÍSTICAS DO ANTICRISTO

Crê-se que o texto “Não terá respeito aos deuses de seus pais, nem ao desejo de mulheres, nem a qualquer deus, porque sobre tudo se engrandecerá” (Dn 11.37), refere-se ao futuro ditador mundial. Que é o pequeno chifre (Dn 7.8,21-25) e a besta que emerge do mar (Ap 13.1-8). Observemos algumas características deste personagem:
Baseado no texto de Dn 11.37, alguns consideram este personagem um judeu, por causa da frase “…aos (Elohim) deuses de seus pais...” (Em algumas versões, a palavra “deuses” está no singular). Porém, o termo mais comum para descrever o Deus de Israel como o Deus de seus pais é Yahweh, que é uma referência inconfundível ao Deus de Israel;
Mas, é também significativo Daniel ter usado o termo Elohim, pois é um vocábulo que pode ser usado tanto para o Deus verdadeiro como para ídolos, pois é um termo genérico, como a palavra “deus” em português. O texto deseja destacar que ele não apenas desprezará o Deus de Israel, como rejeitará todos os tipos de ídolos, como bem descreve o versículo anterior;
A frase “Não terá respeito….nem ao desejo de mulheres…“, para boa parte dos expositores, em um sentido mais coerente, é que ele poderá ser um homossexual ou um defensor da causa;
Ainda observando os textos bíblicos, podemos chegar à conclusão de que ele será um gênio político, militar, religioso e da oratória (habilidade de falar eloquentemente) (Dn 8.23-25; 11.21; Ap 13.4-8).

IV - O GOVERNO DO ANTICRISTO

A besta ou o anticristo será um personagem de uma habilidade e capacidade desconhecidas até hoje. Será um dos maiores líderes da história, acima de qualquer famoso general ou governante mundial conhecido. Sua sabedoria e capacidade terão elementos sobrenaturais, pois além do poderio bélico, da alta tecnologia e do poder econômico, o governo do anticristo contará com uma inédita atuação diabólica.
Ele convencerá as massas com seus discursos inflamados (Ap 13.5);
A Bíblia diz que toda a terra se maravilhará após a besta (Ap 13.3);
Ele buscará a paz e travará guerras (Dn 9.27; Ap. 6:2);
Ele certamente aparecerá com a solução para as diversas crises sociais e econômicas que até hoje não foram resolvidas e estabelecerá uma falsa paz (I Ts 5.3; Ap 6.2);
Durante a Grande Tribulação, o anticristo declarará ser Deus e exigirá adoração, e perseguirá severamente os que permanecerem leais a Cristo (II Ts 2.4; Ap 11.6,7; 13.7);
Mediante o poder satânico, o anticristo fará grandes sinais e maravilhas a fim de propagar o engano com mais eficiência (II Ts 2.9; Ap 13.3). Quem sabe tais sinais não serão transmitidos ao mundo inteiro via satélite e espalhará ainda mais a sua fama e o reconhecimento de sua autoridade dentre todas as nações?;
A Bíblia nos diz que esse governo não durará muito tempo, pois o Senhor, que é o Rei dos Reis e Senhor dos Senhores, o Príncipe da Paz virá para estabelecer o seu reino aqui na Terra. Ele destruirá o anticristo pelo assopro da sua boca e pelo esplendor da sua vinda (II Ts 2.8). Jesus Cristo é a pedra que foi cortada sem mão e que esmiuçou o governo satânico (Dn 2.34).

CONCLUSÃO

Do ponto de vista político, social, religioso e moral, o mundo já está preparado para o advento do anticristo, que há de estabelecer um domínio temporário sobre a terra. Somente há um que agora o detém, o Espírito Santo de Deus, que é o mantenedor da Igreja de Cristo, a coluna e a firmeza da verdade (I Tm 3.15). Uma vez que essa Igreja for tirada desse mundo, o anticristo se manifestará, mas será destronado pelo verdadeiro Rei e Senhor de toda a terra (Ap 17.14; 19.16).

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Abraão. Israel, Gogue e o Anticristo. CPAD

GILBERTO, Antônio. O Calendário da Profecia. CPAD

ICE, Thomas e Timothy Demy. A Verdade sobre o Anticristo e seu Reino. Atual Edições.

STANPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD

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